W Series entra em administração judicial e tenta evitar falência em meio à crise

W Series está em situação de insolvência civil, já que as dívidas são maiores do que o patrimônio da empresa. Com isso, uma administração terceira foi acionada a fim de acompanhar as movimentações financeiras e tentar recuperar o crédito junto aos investidores

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A W Series anunciou, nesta quarta-feira (14), a entrada no sistema de administração judicial a fim de tentar retomar as atividades, paralisadas desde outubro de 2022, quando a categoria antecipou o fim da temporada e trouxe a público os problemas financeiros que impossibilitavam a sequência. Kevin Ley e Henry Shinners, ambos da companhia de serviços profissionais Evelyn Partners LLP, são os novos responsáveis pela companhia.

A administração judicial é acionada para uma determinada empresa ou instituição quando é declarada uma situação de insolvência civil, ou seja, quando as dívidas do devedor são maiores que o patrimônio. As finanças dos falidos passam a ser supervisionadas por um terceiro, o que possibilita um ganho de confiança junto aos credores e ao mercado.

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Deste modo, todas as movimentações de valores da W Series serão analisadas: montante da dívida, salários e pagamentos a prestadores de serviço. Também é avaliada a confiança diante dos investidores e por que as últimas tentativas negócios não tiveram sequência — e se isso tem relação com a organização estrutural e financeira da empresa. A finalidade é recuperar a confiança da companhia de uma maneira geral a fim de que as atividades sejam retomadas por completo.

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W Series encerrou a temporada 2022 mais cedo por problemas financeiros (Foto: W Series)

É a situação pela qual a W Series passa, no momento. O campeonato, destinado apenas a jovens pilotas, tem sofrido com a falta de apoio e de patrocinadores críveis desde a sua primeira temporada, em 2019. A viabilidade, por diversas vezes, foi colocada em cheque e a situação se tornou insustentável no ano passado, quando vieram a público informações que calculavam a dívida da W Series em torno de £7,5 milhões (aproximadamente R$ 45 milhões, na conversão do dia).

Na época, a então CEO da categoria, Catherine Bond Muir, confirmou os problemas financeiros, mas se mostrou otimista com a sobrevivência. Oito meses após a última corrida promovida pela W Series, em Singapura, a situação é outra e apenas Bond Muir permaneceu da diretoria anterior, em mudanças que fizeram parte do processo que inviabilizou a realização da temporada 2023.

“A notícia é perturbadora para os funcionários e pilotos da categoria, juntamente com os apoiadores do campeonato mundo afora. A empresa não reuniu possibilidades de se comprometer com a realização da temporada de 2023 devido à sua posição de liquidez. Os diretores estavam em discussões com várias partes para fornecer financiamento adicional, juntamente com uma possível venda do negócio. Infelizmente, essas discussões não avançaram”, contou Ley.

Além disso, os novos administradores também revelaram uma demissão em massa de funcionários a fim de enxugar os gastos. A W Series só irá contratar novos profissionais quando tiver investimentos consistentes e, neste sentido, a Evelyn Partners LLP será responsável por tentar angariar fundos para a categoria.

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Jamie Chadwick venceu os três campeonatos promovidos pela W Series (Foto: Molly Darlington/Reuters)

“Evelyn [Partners] irá explorar todas as opções disponíveis para permitir que a W Series recomece no futuro. Estamos procurando manifestações de interesse no negócio e nos ativos da empresa. Pedimos que qualquer interesse seja registrado conosco o mais rápido possível”, disse Shinners.

“Alguns funcionários foram demitidos ou deixaram a empresa antes de nossa nomeação e infelizmente foi necessário demitir os membros restantes da equipe. Os administradores conjuntos buscarão apoiar qualquer funcionário afetado pela administração, dada a situação financeira da empresa, com a apresentação e o andamento de quaisquer reivindicações junto ao Redundancy Payments Office [agência britânica, vinculada ao governo, que realiza pagamentos relacionados aos vínculos trabalhistas, como demissões]”, completou Shinners.

Desde 2019, a W Series promoveu 22 corridas, vencidas por Jamie Chadwick, Alice Powell, Beitske Visser, Emma Kimiläinen e Marta Garcia. Apenas três temporadas foram completadas, já que em 2020 o campeonato não foi realizado devido à pandemia da Covid-19. Chadwick foi campeã de todas as edições.

Apresentando-se como uma solução alternativa para a inclusão feminina no esporte a motor, teve início neste ano a F1 Academy, categoria criada pela Fórmula 1 também voltado apenas às mulheres pilotas. A estreia se deu no dia 28 de abril e a temporada 2023 conta com 15 competidoras e cinco equipes: Prema, MP, Carlin, ART e Campos – escuderias que também estão na Fórmula 2 e Fórmula 3.

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