Bourdais prova que F1 não precisa ser auge da carreira. Mesmo que nova chance só venha com carro inferior

Sem grandes desempenhos na F1 durante curta passagem pela Toro Rosso, entre 2008 e 2009, Sébastien Bourdais parecia um piloto de talento desperdiçado, ou mais uma daquelas promessas que somem com o tempo. Agora, aos quase 40 anos, serve para mostrar que F1 nem sempre é o único caminho ou auge de pilotos

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “5708856992”;
google_ad_width = 336;
google_ad_height = 280;

Se a principal chance de sua vida esportiva chega aos 29 anos, fatalmente será analisada como tardia. Se aos 30 anos ela já foi encerrada, será julgada eternamente como desperdiçada, como perda de tempo. Como um erro de quem deu a oportunidade e como prova da fraqueza de quem não soube aproveitá-la.

E se, aos 39 anos, o mesmo esportista é capaz de realizar uma das manobras mais bonitas dentre as possíveis em sua modalidade, colocando no mapa uma equipe que, em teoria, só significaria ocupar espaço, 'tapar buraco', que ninguém sentiria falta caso não estivesse presente?

As situações antagônicas da carreira de Sébastien Bourdais mostram como o mundo do esporte é um dos mais curiosos e imprevisíveis dentre os criados pela humanidade? De acabado na carreira após a passagem pela F1, na Toro Rosso, demitido em meio à sua segunda temporada e já com idade avançada, para alguém que é não só respeitado, como é visto como estrela mesmo (ou principalmente por isso) não tendo material bom o suficiente na Dale Coyne, na Indy, categoria que acolheu o francês e que mostra, a cada etapa, que ele é, sim, um dos grandes de sua geração.

Sébastien Bourdais (Foto: IndyCar)

Bourdais foi demitido pela Toro Rosso em julho de 2009. Havia conquistado apenas quatro pontos em 2008 – ano em que Sebastian Vettel venceu pela pela pequena equipe italian, no GP "de casa". Em 2009, fez apenas dois pontos nas nove corridas em que fez parte do grid. Durante um mês, revoltado com a demissão, ameaçou processar a escuderia e afirmou que não sairia. "Parem de me deixar irritado", chegou a reclamar em direção a repórteres à época.

Em agosto, recebeu parte do dinheiro que faltava em seu contrato e fechou "acordo amigável", nas palavas de Nicolas Todt, então seu empresário. Cravou então que continuaria "o sonho de correr na F1", mas as oportunidades sumiram.

A partir daí, claramente sofreu com a "abstinência" da F1, algo de que muitos pilotos sofrem. A prova veio com o afastamento quase total da pista por dois anos, entre 2010 e 2011, com apenas participações esporádicas em campeonato como a Superliga ou Le Mans. Ainda em 2011, começou a se abrir para a ideia de correr nos EUA, participando de nove corridas com a Dale Coyne na Indy, sem muito destaque.

Sébastien Bourdais (Foto: IndyCar)

A mentalidade de Bourdais, na atualidade mostrada em manobras como a ultrapassagem sobre Scott Dixon, Spencer Pigot e Matheus Leist em Long Beach, no último domingo (15), uma das mais bonitas da temporada no automobilismo em geral (apesar de 'anulada' pela direção de prova), começou a voltar a aceitar os EUA como local de trabalho em 2013. Se até 2008 ele foi o "rei" da extinta Champ Car, dessa vez teria que não só ver a F1 de longe, como também não teria um carro dominante. Pelo contrário, aliás, já que assinou com a famosa "saco de pancadas" Dale Coyne.

Há cinco anos, Bourdais não passou nem perto do pódio por 10 corridas, até que, como dizem artigos da época nos EUA, ele "came to life", ou "renasceu", "ressurgiu", em Toronto. "As pessoas no paddock sabem que tenho muito ainda a dar", disse então. E, de fato, desde então ele mostra força mental para esquecer a F1 e conseguir alguns pequenos 'milagres' com a Dale Coyne, ainda longe de ser potência.

A questão, cinco anos depois, é que Bourdais, por mais que ainda 'se esquente', como quando chamou Leist e Jordan King de "idiotas" após Long Beach, mostrou que mentalidade e talento formam a combinação ideal para que um piloto – ou qualquer outro esportista – mostrem seu máximo. Mesmo já fora da 'idade comum' de um atleta.

Sébastien Bourdais (Foto: Indy)

Bourdais leva a Dale Coyne, com a qual voltou a chamar atenção em 2017, a patamares irreais para o que o carro dá ao piloto. Mas o francês esqueceu seu passado, aceitou que o auge de um piloto não necessariamente é na categoria mais famosa, e vai reescrevendo sua história no automobilismo colocando o talento sobre o carro.

É alguém que, aos 39 anos, pode dar 'frescor' a Indy, tal como Alexander Rossi, outro que precisou passar um tempo longe da pista para aceitar o fim de sua passagem pela F1. É revitalizando suas mentes que eles podem conquistar resultados históricos para suas carreira. E quem acompanha a Indy pode ter o prazer de vê-los brigando pelo título até o final de 2018.

SURPRESA AGRADÁVEL APESAR DOS PORQUÊS

TEMPORADA 2018 COMEÇA COM F1 DEPENDENTE DO IMPONDERADO

.embed-container { position: relative; padding-bottom: 56.25%; height: 0; overflow: hidden; max-width: 100%; } .embed-container iframe, .embed-container object, .embed-container embed { position: absolute; top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; }

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.