GUIA 2024: Hamilton protagoniza bomba do ano e prepara ‘última dança’ com Mercedes

De malas prontas para a Ferrari, Lewis Hamilton vai encerrar uma era vitoriosa da Mercedes ao fim de 2024. Depois de uma coleção de vitórias e títulos, relação vai viver uma fase completamente nova na próxima temporada, com o inglês prestes a se mudar para uma rival

A temporada 2024 da Fórmula 1 nem começou ainda, mas a notícia mais bombástica do ano veio ainda no primeiro dia de fevereiro. Depois de 11 anos consecutivos, Lewis Hamilton confirmou que deixará a Mercedes ao fim de 2024 — quando completará sua 12ª temporada pela equipe — e vai se juntar à Ferrari de Frédéric Vasseur para ser companheiro de Charles Leclerc. Uma bomba que estremeceu o universo do esporte a motor e terá repercussões ao longo de todo o campeonato que se aproxima.

Oficialmente, Hamilton explicou a decisão de ir para a Ferrari como forma de cumprir um objetivo de carreira, além de partir em direção a um novo objetivo após tantos anos na mesma equipe. Vale lembrar que, mesmo antes de ser piloto da Mercedes na Fórmula 1, Lewis já era apoiado pela marca durante seu crescimento no esporte. O primeiro título mundial, em 2008, com a McLaren, foi utilizando justamente o motor alemão.

Mas o fato é: o britânico nunca escondeu a chateação por ter sido ignorado pela Mercedes durante a concepção do W14, carro que foi às pistas na temporada de 2023. Incomodado com o conceito zeropod, Hamilton avisou à equipe que o desenvolvimento deveria seguir outra direção. A vitória no GP de São Paulo de 2022 com George Russell, entretanto, anuviou o pensamento da escuderia, que insistiu em uma filosofia que deu errado novamente.

“Lembro de ter sentido [no primeiro contato com o W14] exatamente a mesma coisa que em 2022”, disse Hamilton à BBC em novembro. “Definitivamente, não era algo bom de sentir, eu tinha esperanças grandes. Fiquei frustrado, porque pedi por determinadas mudanças e elas não foram feitas. Ninguém sabia exatamente qual era o problema. Ninguém sabia consertar”, admitiu.

O W15 será o último carro de Hamilton na Mercedes (Foto: Mercedes)

Durante a renovação de contrato, arrastada mais uma vez, uma decisão da matriz Mercedes-Benz pesou no futuro de Hamilton. Enquanto o piloto queria um vínculo mais estável, a cúpula da marca alemã priorizou a própria segurança e sentiu medo de que Lewis optasse por se aposentar depois do que poderia ser mais um ano difícil em 2024, principalmente após a saída abrupta de Nico Rosberg logo após o título de 2016.

Assim, a matriz aceitou a renovação até 2025, mas impôs uma condição: ambas as partes teriam direito de encerrar o vínculo ao fim de 2024. A decisão, entretanto, soou estranha para um piloto que depositava fé na recuperação da equipe publicamente. No fim, acabou funcionando como um primeiro passo da separação entre os dois. Hamilton preferiu ativar a cláusula com antecedência e, assim, pavimentou seu caminho para a Ferrari no ano que vem.

Hamilton carregou a Mercedes a um vice improvável em 2023, ano em que a equipe não teve o segundo melhor carro do grid em praticamente nenhum momento. A Aston Martin surgiu como grande segunda força no início da temporada, enquanto Ferrari e McLaren ocuparam o posto em outros momentos. A regularidade do britânico, no entanto, garantiu um resultado que, com mais uma etapa pela frente, provavelmente seria perdido. E a decisão foi de buscar novos ares.

Depois de seis títulos mundiais, Hamilton prepara despedida da Mercedes (Foto: Mercedes)

Mas, e agora? Como lidar com a saída de alguém que conquistou seis títulos pela equipe, além de 82 vitórias e 148 pódios? Mais do que isso, como conduzir uma temporada de desenvolvimento de um carro com novo conceito enquanto esse mesmo piloto se prepara para fazer as malas e ir trabalhar na equipe rival?

Antes da estreia oficial pela Ferrari, quando já terá 40 anos, Hamilton tem uma temporada inteira pela frente com a Mercedes — a maior da história da Fórmula 1, com 24 corridas. E um dos principais focos na F1 2024 será justamente entender como vai funcionar a dinâmica entre equipe e piloto, dentro de uma relação que já tem data para acabar.

Surgindo com um novo conceito no W15, a Mercedes ainda tem muito para evoluir. Certamente, o feedback de um heptacampeão mundial era justamente o que a equipe tinha em mente para destravar o potencial do novo carro. A decisão de ir para a Ferrari, entretanto, trava essa relação, porque deixaria Hamilton em uma posição perigosa de levar os segredos alemães à nova equipe. Como trabalhar essa dinâmica?

No ano que vem, Vasseur será o chefe de Hamilton na Ferrari (Foto: Reprodução)

Os briefings não serão mais os mesmos, e a relação entre Hamilton e Russell será posta à prova ao longo do ano. Afinal de contas, com a saída de Lewis confirmada, o piloto #63 tende a assumir o posto de protagonista desde já — e vai cobrar prioridade da Mercedes.

Vai ser um ano diferente. Um período vitorioso que se encerra na Fórmula 1, uma dinastia que terminou com o primeiro título de Max Verstappen e viveu anos capengas desde então. A relação se desgastou, algo que é natural, e Lewis enxergou a oportunidade de cumprir um sonho. A última temporada pela Mercedes será recheada de agradecimentos, certamente, mas a tensão é palpável, quase que óbvia. No fim das contas, não é uma despedida qualquer. A Era Hamilton já tem seus dias contados em Brackley.

Fórmula 1 abre a temporada 2024 no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.

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