Hamilton diz que levar diversidade à Ferrari foi “prioridade” em negociação para 2025

A surpreendente decisão de Lewis Hamilton de deixar a Mercedes ao final da temporada 2024 da Fórmula 1 e se transferir para a Ferrari no ano seguinte teve uma condição prioritária: levar o mesmo trabalho de diversidade realizado no time alemão para a tradicional equipe italiana. A revelação foi feita pelo heptacampeão, salientando que todos em Maranello estão “muito entusiasmados” para essa nova fase, ainda que haja “muito trabalho a fazer”.

Estreante na F1 2007, Hamilton é o primeiro piloto preto a correr na principal categoria do automobilismo mundial. Ao longo das últimas 11 temporadas com a Mercedes — 2024 será sua 12ª e última vestindo as cores da marca de Stuttgart —, comprometeu-se em levar para a equipe de Brackley um intenso trabalho em busca de mais diversidade e inclusão no esporte.

Em parceria, Hamilton e Mercedes lançaram a instituição Ignite, cujo foco é criar oportunidades de carreiras nas chamadas disciplinas STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) para jovens de todas as etnias, promovendo a diversidade. Atualmente, a Ignite foi incorporada à Mission 44, fundação pessoal de Hamilton que tem o mesmo foco, porém abrange todo o Reino Unido.

Às vésperas do início de mais uma temporada da F1, Hamilton foi questionado pela imprensa sobre a continuidade dos projetos após a mudança de casa e assegurou que este foi um tema central em suas conversas com o presidente da Ferrari, John Elkann.

“Se olharmos para a Ferrari, claro que eles têm muito trabalho a fazer, então já priorizei isso ao falar com John”, disse o piloto. “E eles também estão muito entusiasmados para trabalhar nisso”, salientou, emendando que se sente “imensamente orgulhoso” em ver a transformação da visão da Mercedes sobre o tema.

“Em primeiro lugar, estou imensamente orgulhoso do trabalho que fizemos dentro da Mercedes. Desde 2020, fizemos grandes avanços para melhorar a diversidade na equipe. Por exemplo, temos um grupo diversificado de recursos humanos, e isso continuará além de mim, o que é algo que me deixa muito orgulhoso”, completou.

“Acho que estamos à frente de todas as outras equipes nesse aspecto, mas ainda há muito trabalho em todo o esporte, algo que falo constantemente com Stefano [Domenicali, CEO da F1] e procuro trabalhar mais com a Fórmula 1”, finalizou Lewis.

A Mission 44 foi fundada em 2021 e já doou recursos para 18 instituições em busca de diversidade na educação e em geração de empregos no Reino Unido. Um dos objetivos agora é expandir a presença na África do Sul, Estados Unidos e Brasil.

A Fórmula 1 retorna às pistas neste final de semana, com o GP do Bahrein, primeira etapa da temporada 2024. E o GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO e EM TEMPO REAL.

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