Green sobra e vence de ponta a ponta corrida 1 em Hockenheim. Farfus se recupera após punição e fecha em décimo

A temporada 2015 do DTM começou do mesmo jeito que encerrou o campeonato do ano passado: com a Audi no topo do pódio. Pole-position da primeira corrida do ano, realizada neste sábado (2), em Hockenheim, Jamie Green dominou de tal forma que mesmo a entrada de dois safety-cars ao longo da prova foi o bastante para ameaçar sua liderança. Sem tomar conhecimento dos adversários, o britânico levou o carro #53 à vitória de ponta a ponta. Destaque para a Mercedes, que conseguiu colocar dois pilotos no top-3. Pascal Werhlein e Paul di Resta travaram um dos bons duelos em Hockenheim, mas o jovem alemão levou a vantagem e terminou em segundo, com o escocês em terceiro.

Edoardo Mortara, que dominou os dois treinos livres que antecederam a classificação deste sábado pela manhã, não repetiu a boa forma, mas ainda assim somou bons pontos ao terminar em quarto lugar. O italiano foi seguido pro outros dois pilotos da Audi: Mike Rockenfeller e Nico Müller. A BMW melhor posicionada na corrida foi a do belga Maxime Martin, que cruzou a linha de chegada em sétimo. Timo Glock foi o oitavo, enquanto Marco Wittmann, atual campeão do DTM, completou em nono.

Jamie Green comemora vitória dominante neste sábado em Hockenheim (Foto: DTM)

Augusto Farfus obteve uma boa terceira colocação no grid de largada, mas logo após ter feito sua volta rápida, teve de parar na pista, pois seu carro ficou sem combustível. O brasileiro sofreu uma punição por parte da direção de prova, pois sua BMW M4 não tinha gasolina suficiente para análise e teve de largar em último, que virou 23º porque Gary Paffett também sofreu uma punição pouco depois. Mas ainda assim, o curitibano fez uma grande prova de recuperação, ganhou oito posições só na primeira volta e depois conseguiu avançar mais algumas colocações para cruzar a linha de chegada em décimo lugar.

Confira como foi a corrida 1 do DTM em Hockenheim:

A primeira corrida da temporada 2015 do DTM começou com domínio de Jamie Green. O britânico largou muito bem e conseguiu abrir grande vantagem logo nas primeiras voltas da prova. A largada foi tumultuada no pelotão intermediário, já que Timo Scheider, António Félix da Costa e Robert Wickens se envolveram toques. O luso ainda seguiu na disputa, mas tanto Scheider quanto o canadense da Mercedes tiveram de deixar a prova: “Quando você larga lá atrás, acontece merda”, declarou Wickens já nos boxes do circuito alemão.

Punido pela direção de prova por não ter combustível suficiente no seu carro ao fim da classificação, Farfus largou em 23º. Mas o brasileiro fez uma grande primeira volta e conseguiu recuperar nada menos que oito posições, passando em 15º, empreendendo grande reação em Hockenheim.

Começou a temporada 2015 do DTM, recheada de mudanças (Foto: DTM)

Um dos destaques da corrida era Paul di Resta. O escocês, que largou em quinto lugar, vinha com ótimo ritmo de corrida. Na terceira volta, o campeão da temporada 2010 ultrapassou Pascal Wehrlein para assumir a segunda posição. A corrida que Wittmann vinha fazendo também era incrível. O alemão largou do pelotão intermediário com sua BMW M4 #1, mas não demorou muito para pintar como um dos bons nomes da prova. O atual campeão era o melhor carro posicionado da montadora bávara na prova, em nono após seis voltas.

No trecho do Estádio, Dani Juncadella passou reto com sua Mercedes e ficou na caixa de brita, obrigando a direção de prova a acionar o safety-car. Neste momento, a corrida estava com 12 voltas completadas e Green na frente, seguido por Di Resta, Wehrlein, Mortara, Rockenfeller, Nico Müller, Adrien Tambay, Mattias Ekström, Wittmann e Maxime Martin fechando o top-10, com Farfus logo na sequência, em 11º.

Augusto Farfus se recuperou após largar em penúltimo e terminou a prova em décimo(Foto: DTM)

A bandeira amarela durou apenas uma volta, e logo a corrida retomou seu curso normal. Mas o safety-car teve de voltar à pista no 15º giro depois que o carro de Martin Tomczyk rodou no hairpin, acertando Gary Paffett e sendo acertado pelo novato Lucas Auer. Mas o trabalho dos fiscais de pista foi bastante rápido, e a bandeira verde voltou a ser acenada logo na volta seguinte.

Mesmo com sua vantagem reduzida por dois safety-cars, Jamie Green seguia supremo na frente e não era ameaçado por ninguém. Mais atrás, Farfus fazia corrida de recuperação bastante honesta e já ocupava a décima posição, colocando pressão em cima de Wittmann e Glock, nono e oitavo, respectivamente.

A corrida tinha um ritmo bastante movimentado. Se Green estava tranquilo na ponta, Di Resta tinha de segurar Wehrlein para defender a segunda posição. Mas na 25ª volta, o jovem alemão ultrapassou o ex-piloto da Force India na F1 e ganhou a posição, deixando Paul na mira de Mortara. Por sua vez, o italiano era pressionado pelas Audi de Rockenfeller e Nico Müller.

De tiro curto, a primeira prova do fim de semana terminou após 26 voltas, ou 40 minutos mais um giro. Green comprovou a força da Audi e cruzou a linha de chegada na frente, vencendo de ponta a ponta após largar na pole em Hockenheim. A Mercedes começou bem a temporada ao colocar dois pilotos no pódio: Wehrlein se manteve à frente de Di Resta e terminou em segundo. A melhor BMW foi do belga Martin, que fechou em sétimo lugar. Na sequência, outros três carros da montadora bávara: Glock, Wittmann e Farfus, que ainda conseguiu somar um ponto depois de largar em penúltimo.

DTM, etapa 1, Hockenheim, corrida 1, final:

FOI HORRÍVEL

Há exatos 21 anos, o acidente fatal de Ayrton Senna na curva Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália, chocava o Brasil e o mundo do esporte. O tricampeão do mundo, à época defendendo a Williams #2, morreu no auge quando buscava quebrar os recordes do pentacampeão Juan Manuel Fangio, o então maior dono de títulos da história da F1. Mais de duas décadas depois do momento que marcou — e mudou — a categoria, Bernie Ecclestone, dirigente máximo da F1, falou sobre o tema e relembrou seu carinho e, principalmente, dos fãs do esporte em relação ao piloto brasileiro

VOZ DOS FÃS

Sem a força do público, que prestigia o DTM não apenas na Alemanha, mas também em outras praças como Holanda, Áustria e Rússia, o campeonato nada seria. E foi em nome deste público que o DTM mudou. Em busca de mais ação para ser mais atraente não somente ao espectador, mas também visando elevar o nível de disputa para agradar pilotos, equipes e montadoras, a organização da categoria promoveu muitas alterações no seu formato

UM ANO DEPOIS

A temporada de 2014 foi marcante para a carreira de Rob Smedley. Engenheiro de corrida de Felipe Massa durante boa parte da sua trajetória por Maranello, o britânico foi convidado pela Williams para trabalhar ao lado de Pat Symonds no desenvolvimento do desempenho do time. O engenheiro assumiu o posto de diretor de performance durante o GP do Bahrein. Um ano depois, Smedley fez um balanço positivo do seu trabalho em Grove, destacou o sentimento mais otimista por parte do grupo e assegurou que a meta para 2015 é reposicionar a Williams à frente da Ferrari, hoje segunda força da F1, só atrás da Mercedes

POR TÍTULO INÉDITO

Será um ano bastante representativo para Augusto Farfus. Diferente do que aconteceu em 2012, na sua temporada de estreia no DTM, e também em 2013, quando lutou pelo título até a penúltima etapa e fechou o certame como vice-campeão, em 2014 Farfus não venceu, ao contrário: foi um ano particularmente difícil, ou “estranho”, como definiu o próprio piloto. A BMW adotou o novo modelo M4, que se adequou melhor ao estilo de pilotagem de Marco Wittmann, que acabou ficando com o título, enquanto os outros pilotos da montadora bávara enfrentaram dificuldades e não conseguiram levar a BMW à conquista do campeonato dos Construtores, que acabou sendo vencido pela Audi