5 coisas que aprendemos no lançamento da SF-24, carro da Ferrari para F1 2024

A Ferrari aproveitou a terça-feira (13) de Carnaval para ser a sétima equipe a apresentar o carro para a temporada 2024 da Fórmula 1. A SF-24 foi mostrada ao mundo em curto vídeo de imagens computadorizadas, mas aqueles que foram convidados a Maranello ainda puderam desfrutar de um pequeno evento antes que a equipe colocasse o bólido na pista de Fiorano para um shakedown.

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A SF-24 é um carro claramente um carro repaginado, com muitas alterações. Na realidade, de acordo com a própria equipe, trata-se de um carro com mudanças em todas as partes. O objetivo é subverter aquilo que mostrou nos últimos dois anos: mais força na classificação que na corrida. O ‘como’ é o que está em voga.

Com tudo isso na conta, o GRANDE PRÊMIO traz cinco coisas que aprendemos na apresentação da Ferrari:

Mais cinismo é necessário

“A temporada mais longa da história da Fórmula 1 nos espera, e Charles [Leclerc], Carlos [Carlos] e eu concordamos: precisamos ser mais cínicos e efetivos na maneira como gerenciamos as corridas, fazendo escolhas ousadas para conquistar os melhores resultados possíveis em cada GP”, foi o que afirmou o chefe Frédéric Vasseur. A Ferrari viu a melhor temporada na última meia década, em 2022, ser manchada por escolhas estratégicas e repaginou o setor com a chegada de Vasseur em janeiro de 2023. Com isso, no campeonato que passou, foi conservadora na maneira de operar. Errou menos, é verdade, mas é pouco.

Vasseur sabe, como sabem os pilotos e todos os envolvidos, que é preciso aceitar riscos mais altos para abocanhar mais coisa no Mundial de Fórmula 1.

A Ferrari deixa evidente que deseja ser aquela que cria a tendência nas corridas, desde a maneira como esconde a estratégia para criar efeito surpresa até o manejo efetivo. Para que funcione, além de competência, precisa de carro.

Ferrari reconstrói projeto

O recado vem de Enrico Cardile, diretor-técnico da área de chassi da Ferrari. “Todas as áreas do carro foram reconstruídas”, afirmou.

Algumas coisas ficam claras à primeira vista. Uma entrada de ar modificada, por exemplo, onde há abertura menor e mais alongada que a do ano passado, enquanto a aleta logo abaixo ficou mais alta. A asa dianteira é visivelmente mais reta e conta com bico arredondado, tendências de 2024, ao passo que é possível notar pequena mudança na asa traseira. É possível, ainda, ver que o assoalho tem desenho diferente, embora não dê para entender totalmente o tamanho do redesenho.

É um carro que se move mais para próximo da Red Bull, sim, mas sem tentar ser cópia. “Nosso ponto de partida foi a direção de desenvolvimento que adotamos no ano passado”, reitera Cardile. O maior objetivo do ano é fazer com que o carro seja menos incerto nas mãos dos pilotos.

Meta: endurecer SF-24

É justamente no fim do último tópico que começa esse. Endurecer a SF-24 em relação à SF-23 significa fazer um carro menos sensível. Foram muitas as vezes no ano passado que Charles Leclerc e Carlos Sainz reclamaram que não sabiam como tocar o carro, porque em diferentes momentos, às vezes na mesma curva, respondia de maneiras completamente desiguais. Algo que gerava medo de levar o bólido até o limite.

“Levamos em conta o que os pilotos nos disseram e transformamos essas ideias em realidade de engenharia, com a meta de tornar o carro mais fácil de guiar e, assim, facilitar que o carro seja levado ao limite”, garantiu Cardile. “A SF-24 deve ser menos sensível e mais fácil de guiar e para nós, pediu Leclerc.

Dentre as mudanças para tornar o carro melhor sobretudo em ritmo de corrida, estável ao longo de uma corrida inteira, há a preocupação com a constância no desempenho. Estabilidade é o nome do jogo.

Testes fora da pista animam

As declarações do pessoal da área diretiva e dos pilotos dão a entender que as testagens internas, seja em túnel de vento ou simuladores, deram respostas tremendamente positivas que, agora, a pista precisa conferir.

“Estou ansioso para ir com ele para a pista e saber se o comportamento é o mesmo que vi no simulador”, afirmou Sainz. “[Queremos um carro] que possa reproduzir na pista aquilo que vimos no túnel de vento”, falou Cardile.

É um passo importante, porque as testagens da Ferrari normalmente entregam uma tendência para o ano, como o péssimo carro de 2020 e os bons de 2018 e 2022. Mas tudo isso tem de ser referendado pela pista e nutrido ao longo dos meses.

O papel de Sainz

Menos de uma hora após o vídeo que mostrou a SF-24 ao mundo ser publicado, Sainz estava na pista para realizar o primeiro shakedown em Fiorano. Leclerc andou em seguida, mas a grande questão está no espanhol. Afinal, ele sabe, é oficial, que tem data de validade após ser trocado por Lewis Hamilton.

Sainz prega desejo igual pelo sucesso. “Nesta temporada o objetivo é estar sempre na frente e quero dar aos nossos fãs muitos motivos para comemorar”, pontuou. Mas é isso?

Do ponto de vista do piloto, resta pouca dúvida de que sim, é o caso, no começo do ano. Mas qualquer vontade pode ser minada pelas circunstâncias certas. A Ferrari vai se dispor a dividir segredos e novidades com Carlos? E se, lá pelo meio do ano, não estiver envolvido em grandes brigas pelo campeonato? Sainz tem a vida para resolver no além-Ferrari, e isso sempre tem potencial para causar divisão de atenção.

A Fórmula 1 retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos da pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir.

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