Calejado por calvário na Williams, Russell surpreende na pior Mercedes dos últimos anos

George Russell sofreu em uma Williams que não competia, apenas esperando sua chance no melhor carro do grid. Pois a Mercedes falhou em dar isso ao britânico, que mostrou maturidade para assimilar e superar as dificuldades — saindo de férias com a melhor impressão possível

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A mudança de regras da Fórmula 1 em 2022 afetou absolutamente todas as equipes, provocando um enorme impacto na ordem de forças no grid. Dentre os dez times que sofreram com a perda de performance ou que ganharam ritmo em relação ao ano passado, poucas alterações foram tão drásticas como na Mercedes. E talvez exista apenas uma pessoa que lamente mais a queda do que a própria equipe: trata-se de George Russell.

Ciente de que sua chance na Mercedes chegaria logo após a saída de Valtteri Bottas, o britânico acumulou participações promissoras na Williams desde 2019 — ano de estreia na F1 —, aumentando ano após ano a expectativa sobre como seria sua contribuição no melhor carro do grid. Pois bem, a expectativa continua.

O fato é que a Mercedes teve a maior queda de rendimento de um ano para o outro, principalmente se for considerada a fase da equipe na Era Híbrida da Fórmula 1 como um todo, completamente dominante entre os Construtores e com sete de oito títulos entre os Pilotos. E no exato momento em que Russell se preparava para dar o pulo e chegar brigando pelo taça, o time alemão deixou de ser a principal potência do grid.

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Início promissor de Russell na Mercedes merece uma verdadeira salva de palmas (Foto: AFP)

E para quem possa acreditar que a motivação do inglês foi afetada por chegar justamente na pior Mercedes desde 2013, o que houve foi o contrário: a experiência de três anos em uma Williams que o obrigava a extrair tudo do carro pela ilusão de tentar conquistar alguns pontos fez com que George chegasse à esquadra da estrela com uma maturidade elevada, a ponto de sair para as férias que fecham a primeira parte do campeonato à frente do heptacampeão Lewis Hamilton.

Se Russell teve a contribuição da sorte em alguns resultados inesperados nesse ano de 2022 — como na Austrália, por exemplo, em que sua estratégia foi beneficiada pela entrada de um safety-car —, a competência do #63 é inquestionável e deixou o principal lembrete aos fãs justamente no encerramento da primeira parte do Mundial: a pole na Hungria.

Em que pese a melhora dos carros da Mercedes ao longo da temporada de 2022, uma coisa é certa: as Flechas de Prata não estão no nível de Ferrari e Red Bull — ainda mais aos sábados. Como atestado pelo próprio Russell, o W13 diminui a distância para os carros da frente no domingo, mas sofre em ritmo de classificação. Pois na Hungria, quem deu as cartas foi o britânico, com uma pole ao mesmo tempo inesperada e merecida.

O balanço da primeira parte da primeira temporada de Russell pela Mercedes é positivo: cinco pódios e uma pole em 13 corridas, 158 pontos conquistados e o quarto lugar no Mundial de Pilotos — não apenas à frente de Hamilton, mas também de Carlos Sainz, que possui um conjunto claramente superior na Ferrari.

Hungaroring reservou a primeira pole da carreira de George Russell, que sai de férias maior do que nunca na F1 (Foto: AFP)

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George deixa uma excelente impressão em seus primeiros passos pelo time alemão, que enxerga o britânico como sucessor de Hamilton — de história incomparável pela Mercedes, batendo praticamente todos os recordes da categoria, mas inevitavelmente se encaminhando em direção ao fim da carreira.

O calvário nos anos de Williams construiu um Russell mentalmente forte, que se adaptou à Mercedes rapidamente e chegou superando expectativas — e o próprio companheiro de equipe. O questionamento sobre o que George poderia fazer com um dos melhores carros do grid acompanhou o inglês ao longo dos últimos três anos, e certamente Russell esperava descobrir a resposta em 2022.

No entanto, a Mercedes não fez o trabalho que dela se esperava e desceu alguns degraus no grid, mantendo o questionamento no ar. O fato é que depois de tudo que aprontou na primeira parte do campeonato de 2022, a subida de rendimento da equipe alemã e a despedida rumo às férias com uma pole que chocou a Fórmula 1, Russell não tem necessidade do melhor carro do grid para dar uma resposta clara: reúne todas as condições para estar, em breve, na disputa pelo título mundial.

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