Sainz volta à ponta e lidera manhã do último dia de testes da F1 no Bahrein
Em mais uma atividade marcada por uma tampa solta de bueiro, Carlos Sainz levou a melhor e colocou a Ferrari na liderança. Oficialmente, como hora de almoço foi cancelada, não houve fim da parte da manhã e divisão de dois turnos. Mas pista parou
Em mais uma manhã afetada por tampa de bueiro solta na curva 11 da pista de Sakhir, Carlos Sainz repetiu aquilo que havia feito no dia anterior: liderou. O piloto da Ferrari terminou na frente a parte inicial do terceiro e último dia de testes da Fórmula 1 no Bahrein, nas primeiras horas deste sexta-feira (23). É bom destacar que, por conta da uma hora em que a sessão ficou parada para que o bueiro fosse consertado, a F1 oficialmente acabou com a hora de almoço e fez um superturno de nove horas, em vez de um turno da manhã e outro da tarde. Mas, para melhor compreensão do que foi o dia, a marca de 4h30 foi usada de régua para medir o fim da manhã.
Com 1min31s247, Sainz nem mesmo se aproximou do tempo cerca de 1s3 mais veloz que havia anotado na tarde da quinta-feira. Mesmo assim, foi o suficiente para terminar na primeira colocação por 0s236. Sergio Pérez foi o segundo colocado: as melhores voltas dos dois foram registradas com pneus C3, os médios da gama da Pirelli.
Atrás deles, Lewis Hamilton, Lance Stroll, Lando Norris, Alexander Albon, Kevin Magnussen, Esteban Ocon, Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo encerraram o top-10. Norris teve problemas na embreagem e andou somente 20 voltas, enquanto Magnussen deu 80 giros e foi recordista.
A confusão de hoje com a tampa de bueiro veio com pouco menos de 30 minutos de atividade e, desta feita, aparentemente sem afetar qualquer carro que por ali passava. Mas foi na mesma curva 11 onde, na quinta-feira, Charles Leclerc e Lewis Hamilton tiveram problemas quando entraram em contato com o pedaço de ferro. Leclerc, inclusive, saiu com quebra no assoalho.
Assim, da mesma forma, a direção de prova da Fórmula 1, comandada por Niels Wittich, deu bandeira vermelha e parou a atividade imediatamente. Em nenhum momento, até agora, os testes foram parados por conta de um problema de confiabilidade das equipes ou erro dos pilotos: somente por bueiros na pista.
O relógio continuou rolando e será assim até o fim oficial dos testes, às 13h (de Brasília, GMT-3). Assim que terminar a atividade, o GRANDE PRÊMIO debate tudo que aconteceu no Briefing.
A Fórmula 1 abre a temporada 2024 no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.
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Confira como foi a manhã do terceiro dia da pré-temporada da F1 no Bahrein:
A semana de testes parecia apenas começar, mas já entrava no último dia. Apesar de ainda causar uma estranheza anual, essa é a nova realidade da F1: poucos testes. O público está mais acostumado que os pilotos e equipes, que ainda sentem falta daquilo que acontecia anos atrás, como as reclamações de Fernando Alonso mostraram. De qualquer forma, a sexta-feira (23) chegava para mostrar um dia um pouco mais quente que os últimos e já com o asfalto na casa dos 37°C.
Após o dia confuso na quinta-feira, quando uma tampa de bueiro na pista fez a sessão da manhã acabar após 2h20min e a sessão vespertina ganhar uma hora extra, a expectativa era de mais normalidade. Carlos Sainz, Lewis Hamilton e Sergio Pérez, os mais rápidos do dia anterior, continuavam nos carros. Além deles, Lando Norris, Lance Stroll, Esteban Ocon, Alexander Albon, Daniel Ricciardo, Valtteri Bottas e Kevin Magnussen iam para a pista.
Stroll foi o primeiro a entrar no traçado, mas, como costuma acontecer nas manhãs, a pista encheu rapidamente. Sainz e Ricciardo usavam pneus da gama macia, enquanto o restante lançava mãos dos médios C3. Na Williams, Albon tinha bastante parafina na dianteira; na McLaren, Norris tinha no carro inteiro; na Aston Martin, Stroll carregava duas grelhas aerodinâmicas enormes atrás dos pneus da frente; Hamilton, na Mercedes, também usava grelhas para as voltas iniciais.
Sainz, que liderou a quinta-feira com 1min29s9, virava 1min32s0 para as primeiras voltas do dia, mas ainda sem forçar muito a mão. Enquanto isso, Pérez voltava aos boxes após breve stint e entregava o RB20 para que os mecânicos olhassem a parte de baixo — assoalho, aparentemente.
Os trabalhos de coleta de dados mandavam nas ações na primeira meia hora, mas foram interrompidos por uma bandeira vermelha na marca de 28 minutos. A segunda interrupção da semana veio pelo mesmo motivo da anterior: uma tampa de bueiro solta na pista. Incrivelmente, na mesma curva 11 do circuito de Sakhir onde o problema se manifestou no um dia antes. Por isso é que a Red Bull olhava o carro de Pérez.
A questão era óbvia: depois de causar o encerramento de uma atividade anterior, quanto tempo o problema tiraria da sessão? O diretor de provas Niels Wittich chegou na curva numa carona do carro médico para averiguar, junto com uma série de pessoas que lá estavam. Os trabalhos de reparo começaram.
Quase que exata uma hora após o começo da bandeira vermelha, a direção de prova anunciou que decidira cancelar a hora do almoço e adicionar uma hora mais de testes no dia para compensar o tempo perdido. Assim, não haveria mais turno da manhã e da tarde, mas um superturno com nove horas de duração que iria das 10h às 19h locais (4h às 13h de Brasília, GMT-3). Com a nova realidade, as equipes teriam de escolher um momento do dia para trocar o piloto que colocava no carro.
A bandeira verde foi flamulada às 5h45, exatamente 1h17min após a interrupção. Natural, então, que os dez carros saíssem em uníssona para retomar os trabalhos. E todo mundo de pneus médios. Pérez começou com vontade e tomou o segundo lugar da tabela de tempos, enquanto Hamilton foi aberto demais na curva e passou na área de escape.
Após a marca oficial de duas horas, Sainz, Pérez e Norris eram os três primeiros, seguidos por Stroll, Hamilton, Albon, Magnussen, Bottas, Ocon e Ricciardo formavam o top-10. Apesar de último, Daniel era quem mais tinha quilometragem acumulada e estava em planejamento bem distinto dos demais.
Hamilton começou a terceira hora da sessão com pneus C5, os mais macios da gama da Pirelli, mas deslizando na curva um e passando aberto demais para dar volta rápida. Quando acertou, foi para a terceira colocação. Pudera, até mesmo a Pirelli afirmou que os C5 “não são pneus certos para usar” em Sakhir. E Lewis resolveu voltar aos boxes para colocar os C3.
Pérez conseguia se aproximar da volta de Sainz, mas não subia ao primeiro lugar de jeito nenhum. Enquanto isso, Albon melhorava e ia ao sexto lugar. O mais importante para o tailandês, porém, era somar voltas: afinal, era o piloto com menor quilometragem até então nos testes. Alex teve problema na bomba de combustível na manhã da quarta-feira e sequer foi à pista na quinta, dia que a Williams separou inteiro para Logan Sargeant.
Ainda durante a terceira hora, Hamilton novamente apareceu com mais duas breves escapadas. Sensação de que o heptacampeão brigava um tanto com o W15 no começo da sexta-feira. Albon foi outro que viu o carro sair de frente na curva um e precisou se defender.
Na virada para a quarta hora, uma lembrança de Norris: o piloto da McLaren estava há bastante tempo fora da pista e havia dado somente 20 giros no dia. Ninguém andara menos. Ontem, durante a tarde, a McLaren teve dificuldade com a traseira, embora não tenha comunicado exatamente o que aconteceu. Um pouco depois, veio o anúncio: falha na embreagem.
A Red Bull, ao menos momentaneamente, desistiu de tomar a primeira colocação: colocou os pneus C2, da gama dura, no carro de Pérez. Após algumas voltas, voltou aos boxes, saiu do carro e engajou num papo com o projetista Adrian Newey. Stroll era outro fora do carro na garagem da Aston Martin.
Quem acha que grelhas e parafinas aparecem só no começo dos dias de testes? Que nada! Lá aparecia o RB de Ricciardo tomado da tinta amarela mesmo após horas na pista. Isso enquanto entrar com os pneus C1, mais duros da Pirelli.
No fim da quarta hora, Sainz continuava líder com 1min31s247, tempo sustentado há mais de três horas. Pérez, Hamilton, Stroll, Norris, Albon, Magnussen, Ocon, Bottas e Ricciardo fechavam o top-10. Na tabela da quilometragem, Magnussen passara a reinar, com 80 giros contra 70 de Ricciardo. Sainz, com 61, e Ocon, 55, eram os outros dois que haviam cruzado a marca de cinco dezenas. A Haas, aliás, era a equipe que mais havia rodado.
Esse era o momento de trocas. Sainz saíra para a chegada de Charles Leclerc, ao passo que Ocon também se despedia. Pierre Gasly chegaria na Alpine. Tirando a Williams, que ficaria com Albon até o fim do dia, todas as outras nove equipes mudariam o responsável ao volante. Desta feita, durante a tarde, apareceriam também Max Verstappen, George Russell, Fernando Alonso, Oscar Piastri, Yuki Tsunoda, Guanyu Zhou e Nico Hülkenberg.
F1 2024, Testes coletivos, Pré-temporada, Dia 3, Manhã:
1 | C SAINZ | Ferrari | 1:31.247 | 71 | |
2 | S PÉREZ | Red Bull Honda | 1:31.483 | +0.236 | 53 |
3 | L HAMILTON | Mercedes | 1:31.999 | +0.752 | 49 |
4 | L STROLL | Aston Martin Mercedes | 1:32.038 | +0.791 | 46 |
5 | L NORRIS | McLaren Mercedes | 1:32.108 | +0.861 | 20 |
6 | A ALBON | Williams Mercedes | 1:32.583 | +1.336 | 38 |
7 | K MAGNUSSEN | Haas Ferrari | 1:33.053 | +1.806 | 80 |
8 | E OCON | Alpine | 1:33.079 | +1.832 | 55 |
9 | V BOTTAS | Alfa Romeo Ferrari | 1:33.528 | +2.281 | 28 |
10 | D RICCIARDO | AlphaTauri Honda | 1:37.015 | +5.768 | 70 |