CEO da McLaren afaga Ricciardo após divórcio: “Sou grande fã, e isso nunca vai mudar”

Em maio deste ano, Zak Brown foi o primeiro a, publicamente, criticar Daniel Ricciardo de maneira direta por suas performances abaixo do esperado na atual temporada da Fórmula 1. Três meses depois, quando a equipe de Woking oficializou a rescisão do contrato do australiano — na expectativa de anunciar Oscar Piastri —, o CEO do grupo amenizou o tom e foi só elogios ao futuro ex-comandado.

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Agora, com a confirmação da dupla Lando Norris-Piastri para 2023 e Ricciardo sem esperança de se manter no grid para a próxima temporada da F1, as coisas se definiram. Presente no Bathurst 1000 — corrida de carros de turismo de 1000 quilômetros, realizada na Austrália —, ao invés de comparecer ao GP do Japão, Brown voltou a falar com carinho sobre o piloto de 33 anos.

“No fim, não estávamos conseguindo os resultados que queríamos e estávamos há um ano e meio nessa. Todos nós tentamos muito. Amamos Daniel, ele é ótimo de se trabalhar e continua sendo. Mas estamos em um negócio de resultados, e os resultados não estavam vindo — e sentimos que havíamos tentado de tudo”, justificou Brown ao Kayo Sports.

“Nós realmente não sabemos porque ‘não deu liga’ — e não é culpa de ninguém. Demos o nosso melhor, ele também. Só ficamos sem alternativas. Algumas vezes, atletas passam por um período de queda ou precisam de uma mudança de ambiente”, completou.

Ricciardo chegou a McLaren com grandes expectativas, após sua saída da Red Bull e dois bons anos na Renault. Brown, inclusive, revelou que tentou a contratação do australiano ainda em 2018 — e voltou a confirmar que chegou a conversar com o australiano sobre uma possível mudança de categoria, ainda competindo pelo time laranja.

“Tentei contratar Daniel antes dele ir para a Renault — então este foi um processo de anos. Sou um grande fã dele — ainda sou, e isso nunca vai mudar. Perguntei a ele se ele queria pilotar por nós na Indy ou Fórmula E… adoraria manter Daniel na família, mas ele ainda está muito focado na Fórmula 1 — e eu entendo isso, é a principal categoria do mundo”, afirmou.

Brown revelou que dispensar Ricciardo antes do fim de seu contrato — previsto até o encerramento da temporada de 2023 — foi “provavelmente a coisa mais difícil que tive de lidar durante minha carreira no automobilismo”.

“Não foi agradável nem divertido. Mas meu trabalho, ao lado de Andreas (Seidl, chefe da equipe na F1), é tomar decisões difíceis — e fizemos isso porque não vimos realmente um progresso ser feito. Precisávamos apenas fazer uma mudança pelas duas partes envolvidas e, tomara, colocá-lo em uma situação em que possa ser competitivo de novo e em um carro da F1, seja por qual time for. Mas foi uma grande frustração”, apontou.

No dia em que o CRB (Conselho de Reconhecimento de Contratos, em português) da FIA reconheceu o contrato entre Piastri e McLaren válido, o jovem australiano foi anunciado pela equipe. Neste mesmo dia, foi revelado que o vínculo entre as partes foi assinado no dia 4 de julho deste ano — questionado sobre, Ricciardo afirmou que desconhecia tal fato. Sobre toda essa questão, por fim, o CEO do grupo tratou de colocar panos quentes.

“Sei que houve muita especulação da mídia sobre quando tudo aconteceu, como aconteceu. Daniel e eu sabemos o que realmente se passou e penso que é por isso que ainda temos uma relação muito forte. Foi tudo transparente, bem comunicado e algumas vezes podemos falar para as pessoas o que está acontecendo, outras vezes não. O que é mais importante, para mim, é quando eu e Daniel nos encontrarmos, vamos nos abraçar. Ainda temos corridas pela frente, e vamos dar tudo de nós. Não tenho nada a não ser ótimas coisas para falar sobre ele. Ele é um grande indivíduo”, finalizou Brown.

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