Chefe da Mercedes admite oposição a grid invertido. E dá três motivos

Incluindo uma suposta "meritocracia", Toto Wolff resumiu em três tópicos o veto da Mercedes ao grid invertido que a Fórmula 1 gostaria de implementar na temporada 2020

Ninguém na Fórmula 1 fez questão de esconder: a culpada do grid invertido ter sido descartado para 2020 é a Mercedes. A sugestão da FIA e do Liberty Media para as rodadas duplas na Áustria e em Silverstone foi aprovada pela maioria das equipes, mas os alemães barraram.

O que faltava saber eram os motivos para tal veto. E Toto Wolff, em entrevista divulgada pela própria Mercedes, listou três razões para que tenham descartado a novidade no regulamento.

Toto Wolff não quer grid invertido. Por quê? (Foto Mercedes)

A primeira foi meritocracia: “Acredito que a Fórmula 1 seja uma. O melhor homem com a melhor máquina vence. Não precisamos de invenções para virar de ponta-cabeça o grid e criar corridas mais animadas.”

Em seguida, citou os possíveis abandonos – que forçariam carros que assim fizessem a ganhar posições no grid para a classificação da prova seguinte.

“Observamos em campeonatos de turismo que esse tipo de estratégia se torna útil quando uma corrida forma o grid de outra. Se alguém não estiver correndo bem no domingo da primeira etapa em Spielberg (Red Bull Ring) e decide abandonar, ele vira o pole para a corrida de classificação da prova seguinte.”

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“E se esse carro que começa na pole tem como adversários carros da parte intermediária do grid, ele certamente será pole no domingo e vencerá a corrida. Existiriam carros no meio do grid que bloqueariam e defenderiam o máximo o possível quem vem mais rápido atrás, o que causaria mais risco de abandono e isso poderia influenciar o campeonato”, justificou.

Por fim, Wolff citou que inverter o grid seria uma punição aos mais velozes: “Quem for o mais rápido, e não necessariamente seremos nós, vai ser punido mais que o segundo ou o terceiro mais rápido, simplesmente por largar na frente.”

“Me parece um pouco oportunista dar essa vantagem a alguns times. Então dissemos não desta vez, e que não é hora de experimentar coisas que não têm nem o apoio dos fãs da F1. Só 15% deles se mostraram interessados em um grid invertido, de acordo com pesquisa”, concluiu o chefe dos atuais campeões mundiais.

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