Horner quer ‘cair para cima’ e tem intenção de virar chefão do Grupo Red Bull, diz jornal

Uma pergunta ressoa no universo da Fórmula 1 neste começo de temporada 2024: o que vai acontecer com Christian Horner. Mesmo inocentado em investigação interna por conduta imprópria, conduzida com pouquíssima transparência, a pressão não diminuiu. Pelo contrário, só aumentou. Mas Horner não considera a ideia de ser demitido. Na realidade, é o extremo oposto: tem a pretensão de se tornar o chefão de todo Grupo Red Bull, a Red Bull GmbH.

A informação é do jornal alemão Bild. De acordo com o veículo, a busca de Horner é fruto da conhecida relação muito próxima com Charlem Yoovidhya, empresário de origem tailandesa que é dono de 51% da companhia de bebidas energéticas. Apesar de Dietrich Mateschitz, antigo chefão da marca, ter tido apenas 49% das ações, havia um acordo entre as partes para que o austríaco tocasse o negócio. Os herdeiros de Mateschitz, morto em 2022, ficaram com a fatia da companhia, mas agora Yoovidhya tem mais poder na tomada de decisões.

Horner, inicialmente, gostaria de se tornar codono da Red Bull Racing, como Toto Wolff é na Mercedes, mas não foi em frente. Em vez disso, o inglês passou a ter direitos de publicidade sobre a antiga AlphaTauri, atual RB. Agora, porém, Horner está sob pressão quanto à continuidade da F1. Para ele, a única chance de sair do dia a dia é se receber a promoção.

Segundo o Bild, Horner quer se tornar CEO da Red Bull GmbH, cargo que foi desmembrado após a morte de Mateschitz atualmente é dividido entre o diretor-executivo de projetos corporativos e novos investimentos Oliver Mintzlaff, o diretor-executivo de vendas Franz Watzlawick e o diretor-executivo de finanças Alexander Kirchmayr. Ao menos um deles.

Ainda segundo o Bild, Mateschitz não era um grande fã de Horner e teve de ser convencido pelo amigo Helmut Marko a mantê-lo no cargo ao longo dos anos, algo que fez apenas pelos sucessos alcançados — e, aliás, garante que, em meio ao Caso Horner, o chefe de equipe já agiu para tentar se livrar de Marko. A suposição do jornal é que, caso o empresário ainda fosse vivo, já teria demitido Horner. É a força do lado tailandês da companhia que impede tal decisão, visto que os executivos atuais não contam com a carta branca para tomar decisões de pessoal como Mateschitz tinha.

Mesmo com a proximidade, Yoovidhya não está de braços cruzados. O mesmo Bild, junto do austríaco Salzburg Nachrichten, diz que o empresário mandou um espião para entender como está o trabalho na fábrica no momento. Há a preocupação com a imagem da marca.

Inclusive, o Bild afirma que Horner foi o responsável a desmanchar o acordo que a Red Bull chegou a ter com a Porsche ao longo de 2022, visando 2026. O motivo era a falta de intenção de ceder controle ou opiniões poderosas dentro do time. Algo que incomodou Mateschitz, mas que, já muito fraco por conta da doença, não reagiu. Mateschitz morreria cerca de um mês depois.

Por fim, enquanto Adrian Newey é falado como possível reforço da Ferrari e Max Verstappen, da Mercedes, o jornal alemão ainda afirma que Horner prepara um presente para o Yoovidhya caso Max saia mesmo: o retorno do compatriota Alexander Albon. Desta feita, num carro campeão e com a chance de liderar o time.

Além da pressão que sofre internamente, com um relacionamento difícil com Helmut Marko e declarações públicas de Jos Verstappen de que a permanência de Horner poderia “rachar o time”, um depoimento da funcionária servirá como combustível para dificultar ainda mais a situação do britânico. A Ford, que será fornecedora de motores da Red Bull a partir de 2026, também se posicionou recentemente por meio de Mark Rushbrook, chefe global da marca.

A Fórmula 1 volta entre os dias 22 e 24 de março com o GP da Austrália, terceira etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do fim de semana.

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