Consultor diz que Red Bull “perdeu líder” após morte de Mateschitz: “Era admirado”
Helmut Marko também voltou a falar sobre as saídas de nomes importantes da Red Bull e disse que o processo de transição envolvendo os novos profissionais atrapalhou no desenvolvimento do RB20 ao longo da temporada 2024
Consultor da Red Bull, Helmut Marko voltou a dizer que é natural que nomes importantes da fábrica de Milton Keynes decidam sair para encarar novos desafios em outras equipes, mas admitiu que o fato de o time austríaco ter de investir tempo treinando o novo pessoal contratado pode ter sido o motivo da queda de desempenho do RB20 na temporada 2024 da Fórmula 1.
Desde que o caso envolvendo Christian Horner, chefe da escuderia, veio à tona antes mesmo do início do certame, os taurinos sofreram com a debandada de funcionários. O primeiro deles foi Adrian Newey, no início de maio, enquanto Jonathan Wheatley e Will Courtenay foram casos mais recentes. Ao mesmo tempo em que o ‘Mago da Aerodinâmica’ decidiu embarcar no projeto da Aston Martin, os últimos dois se mudaram para a Sauber Audi e McLaren, respectivamente.
O começo avassalador de campeonato dava indícios de que 2024 seria mais um ano de extremo domínio de Max Verstappen e da Red Bull. Ledo engano. A partir do GP de Miami, a situação mudou e o time de Lando Norris e Oscar Piastri pouco a pouco assumiu o papel de grande protagonista até, finalmente, assumir a liderança do Mundial de Construtores no GP do Azerbaijão. A esquadra dos energéticos, por sua vez, viu o desempenho do bólido cair e agora encara um jejum de oito corridas sem vitória.
Há alguns meses, Marko chegou a descartar a ideia de que a saída de Newey tivesse qualquer influência na queda de performance. Porém, o austríaco de 81 anos agora explicou melhor a situação e admitiu que o processo de troca de funcionários prejudicou, sim, a equipe dos energéticos no campeonato.
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“Aconteceram algumas saídas. Principalmente a de Adrian Newey, que é alguém excepcional e único no mundo. Também houve outras, mas tudo isso se deve ao sucesso. Na Fórmula 1, é muito comum que você tente tirar bons funcionários da equipe que é bem-sucedida. Mas, claro, o total de pessoas [que saíram] e o status de celebridade de cada um dos nomes dói”, disse em entrevista ao Motorsport-Magazin.
“Eram pessoas muito experientes, mas, como tenho dito, estamos amplamente posicionados. Agora precisamos de algum tempo para preencher essas posições, e as pessoas que são novas precisam de um certo tempo para se acostumar com a gente. E talvez essa seja uma das razões de termos tomado a direção errada com nossas atualizações. No momento, não temos um carro vencedor”, continuou o consultor da Red Bull.
Marko também lembrou do velho amigo Dietrich Mateschitz, que faleceu há dois anos após longa luta com uma doença terminal não revelada, e citou o respeito que todos na fábrica tinham com o antigo proprietário. “Quando ele entrava em uma sala, todos ficavam quietos. Sem ele, perdemos um líder, as pessoas o admiravam”, apontou.
“Mas, sim, também tem a ver com as novas estruturas em nossa equipe. E também quando você não consegue dar ao seu pessoal a chance de progredir. Em muitos casos, não podíamos dar a eles o que outros lhes deram financeiramente, como foi o caso de Rob Marshall. Alguns conseguiram o dobro ou até mais em seus salários”, finalizou.
Marshall, no caso, deixou o cargo de diretor de engenharia na Red Bull para assumir a função de diretor-técnico, engenharia e projetos no time de Andrea Stella. A mudança aconteceu no ano passado.
A Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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