Massa diz que Ecclestone tem “receio dos processos” e reafirma: “Objetivo é o troféu”

Felipe Massa rebateu as declarações de Bernie Ecclestone, ex-chefão da F1, que disse que o brasileiro não buscava o título de 2008, mas o dinheiro de uma indenização. O piloto reafirmou que quer a taça e cutucou o dirigente que comandava a categoria na época do escândalo do GP de Singapura de 15 anos atrás

Felipe Massa rebateu prontamente as acusações de Bernie Ecclestone de que está atrás de dinheiro e não do título da temporada 2008. Nesta quarta-feira (13), o brasileiro cutucou o ex-chefão da F1 e reiterou a briga pelo troféu que pertence a Lewis Hamilton.

Segundo Massa, as declarações do antigo dirigente vieram por temor do resultado do processo que move em busca da conquista de 15 anos atrás, pedindo a anulação do GP de Singapura e, consequentemente, a mudança no resultado final da temporada, que colocaria o brasileiro na frente de Hamilton.

“Ecclestone só resolveu falar algo depois que viu a seriedade do nosso caso e que não vamos aceitar essa mancha no esporte. Provavelmente, está com receio de tudo que virá à tona com os processos. Não importa: como já dissemos várias vezes, nosso objetivo é o troféu. Seguimos com nossa batalha pela justiça do esporte”, afirmou Massa.

Mais cedo, o britânico desdenhou das ações legais movidas por Felipe e falou que o piloto estava atrás de uma compensação financeira, entendendo que o ex-piloto da Ferrari não tem chances de reverter o lado esportivo. Bernie ainda falou que Hamilton poderia fazer o mesmo após a controversa decisão de 2021, em que Michael Masi era o diretor de prova num GP de Abu Dhabi marcado por caos em safety-car final e vitória e título de Max Verstappen.

“O clã Massa só se preocupa com dinheiro. Mas as chances de isso acontecer são zero. E Hamilton e Mercedes poderiam ter entrado com uma ação judicial contra a FIA após a final não muito limpa de 2021 em Abu Dhabi”, disse Ecclestone ao jornal suíço Blick.

Declaração de Ecclestone gerou resposta por parte de Felipe Massa (Foto: Reprodução)

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No começo desta semana, os advogados de Massa deram mais um passo na ação sobre o título de 2008. Os representantes de Felipe enviaram notas de preservação para Ferrari, Alpine [antiga Renault], o banco ING, Flavio Briatore, Pat Symonds e Steve Nielsen.

As notas de preservação servem para que os envolvidos na situação tomem medidas para evitar a destruição ou qualquer modificação em documentos relacionados ao tema do potencial litígio, do qual Massa move ação.

O brasileiro ainda pressiona FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e FOM (Formula One Management) por respostas sobre o caso. Também por conta da ação, a F1 chegou a pedir a Massa para não visitar o paddock em Monza, há mais de uma semana, durante o GP da Itália.

Entenda o caso:

No início de março, o ex-chefão da F1, Bernie Ecclestone, deu entrevista ao site alemão F1 Insider e revelou que já sabia do escândalo Crashgate, em Singapura, ainda em 2008, mas que decidiu não expor a informação, e que considera o brasileiro como o legítimo campeão mundial.

Na ocasião, a F1 viveu um escândalo de manipulação de resultado no GP de Singapura. O brasileiro Nelsinho Piquet bateu propositalmente com a Renault a fim de beneficiar o companheiro de equipe Fernando Alonsoque venceu a corrida e não tinha relação com a disputa de título. Massa foi um dos grandes prejudicados, já que partiu da pole-position e liderava até o acidente de Nelsinho.

Desde a declaração de Bernie, Felipe demonstrou o desejo de revisar o resultado do campeonato, inclusive avaliando uma possível ação na justiça. Ao GRANDE PRÊMIO, em março, o brasileiro falou sobre a decepção em ouvir o que foi dito pelo ex-mandatário da categoria.

“Uma situação inaceitável, que me deixou triste ao tomar conhecimento que o chefão da Fórmula 1 e o chefão da FIA souberam em 2008 e se calaram. Isso é muito grave e inadmissível para o esporte”, disse Massa.

O escândalo do Crashgate foi revelado em 2009, pouco tempo depois de Piquet ser demitido na Renault. Tanto Flavio Briatore, chefe de equipe, quanto Pat Symonds, diretor de engenharia, foram banidos da Fórmula 1, mas eventualmente reverteram a decisão na corte francesa e concordaram em se afastar do Mundial. Nelsinho nunca mais correu na categoria.

Na época, Felipe chegou a vocalizar pedidos para que o resultado do GP de Singapura fosse anulado, mas o estatuto da FIA tornou a opção impossível, já que segundo o Código Internacional Esportivo, a decisão do campeonato não poderia ser alterada após a cerimônia de premiação do órgão.

A investigação da FIA também não apontou evidências de que Alonso e a maior parte da equipe Renault sabiam do plano de batida proposital e auxiliassem na execução. O órgão entendeu que seria injusto mudar o resultado.

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