Alonso voa com Aston Martin e é melhor piloto da F1 2023. Mas só vence por milagre

O começo de temporada 2023 da F1 de Fernando Alonso beira a perfeição. No GP de Miami do último domingo (7), o espanhol somou o quarto pódio em cinco etapas, um aproveitamento de 80% no ano. Mais do que isso, frequenta um top-3 em que quase sempre conta com dois carros imbatíveis, ou seja: é o melhor do resto.

Analisando mais detalhadamente, levando em consideração todos os contextos, todas as atuações, enfim, os mais diversos elementos de cada corrida e de cada carro, parece justo dizer, inclusive, que Alonso é o melhor piloto da F1 2023 até agora. Sim, melhor até do que Max Verstappen.

Veja, são campeonatos diferentes. Max briga pelo título e, neste momento, só tem como concorrente plausível o companheiro de equipe, Sergio Pérez. E mesmo o mexicano, com carro igual, não tem metade do talento do holandês. É uma comparação desigual. Ainda assim, vamos lá: está 3×2 para Verstappen.

Já Alonso briga com o resto do pelotão. O espanhol enfrenta, além do mediano companheiro Lance Stroll, Ferrari e Mercedes, Lewis Hamilton, George Russell, Charles Leclerc, Carlos Sainz, enfim, gente até de mais calibre que Pérez. E mesmo assim já conquistou quatro pódios, só chegou atrás de Hamilton na Austrália e de Leclerc no Azerbaijão. É muito impactante.

De fato, a Aston Martin parece ter um carro mais ajeitado que o de Mercedes e Ferrari. Aliás, sendo mais claros: tem um carro que não possui tantas falhas assim. Se as duas gigantes estão perdidas, a modesta verdinha ao menos sabe o caminho a seguir, para onde evoluir. É mais estável.

Mesmo assim, não há uma distância gritante entre ela, Mercedes e Ferrari. Na Austrália, por exemplo, os verdes estavam em desvantagem clara. Ou seja, tem um mérito do carro, da organização, mas muito entra na conta de Alonso e de suas atuações. É ele quem gera tantos pontos e pódios nessa versão de bem com a vida aos 41, quase 42 anos. E apaixonado pela equipe em que está.

“Acho que sempre estive motivado, sempre trabalhei duro, mas as equipes não acreditavam tanto assim na minha performance, provavelmente, na minha habilidade de acertar o carro e levá-lo para frente. Também nunca tive um carro tão rápido quanto esse, acho que é esse o motivo do crescimento, eu não mudei nada, a Aston Martin mudou tudo”, comentou o espanhol em Miami.

Depois de empilhar pódios no começo da temporada, Fernando agora sonha com a vitória e quer que ela chegue logo, já nas próximas etapas. Só que aí o buraco é muito mais profundo, afinal, como é que ele vai fazer para bater não só uma, mas as duas Red Bull, tão dominantes?

“Acho que, no começo do ano, o pódio foi incrível. Agora, depois de quatro pódios, queremos mais. No mínimo, um segundo lugar. Mas a Red Bull é inquebrável, sempre muito rápida. E como disse, talvez Mônaco, talvez Barcelona tenhamos a possibilidade”, disse.

O asturiano se apega às atualizações prometidas pela Aston Martin e para pistas mais seletivas como Mônaco e Barcelona para ter alguma chance contra os taurinas, mas, sejamos sinceros aqui: é muito complicado. Sim, a Red Bull tem a punição pelo estouro do teto de gastos e não deve evoluir tanto, mas, mesmo assim, dá para confiar que alguém vai alcançá-la? Mesmo que fique paradinha onde está, o que não vai acontecer? Não dá.

E aí vira tudo um jogo de especulação. ‘Se a Aston Martin chegar’, ‘se Mercedes e Ferrari não crescerem’, ‘se a Red Bull estacionar’. É muito ‘se’. Pode ser que o futuro nos desminta, que a Aston Martin chegue lá, mas hoje nada indica que Alonso vai conseguir vencer uma prova em 2023 por vias naturais.

Assim, ao menos por enquanto, resta ao espanhol seguir o brilhante trabalho que vem fazendo, manter o nível estelar de suas atuações, mas torcer muito para que Verstappen e Pérez quebrem ou se enrosquem entre eles. Do contrário, só mesmo um milagre para o melhor piloto da F1 2023 até aqui.

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