GUIA 2021: De donos novos, Williams busca recomeço e aposta tudo em Russell

A Williams tenta deixar a ingrata lanterna da Fórmula 1 e se baseia em dois pilares importantes para tal missão: investimento maior com os novos donos, da Dorilton Capital, e, claro, o talento de George Russell, que precisa carregar o time

A Williams é uma das equipes mais tradicionais da história da Fórmula 1, mas faz tempo que passa longe de qualquer tipo de protagonismo positivo na categoria. Lanterna nas últimas três temporadas, a equipe britânica busca uma espécie de renascimento, chegando em 2021 com mais investimento e cheia de caras novas na direção.

E o que gerou o novo ambiente na Williams foi uma ruptura tão esperada quanto triste. Anos depois de Frank Williams deixar o comando do time, a família inteira foi deposta com a falta de resultados e, principalmente, as dívidas astronômicas que tomavam conta da equipe. Claire Williams, assim, foi retirada da chefia e os investidores do grupo Dorilton Capital passaram a gerir a situação.

Depois de um 2020 de transição em que pouco interferiram no processo e assistiram a Williams zerar na pontuação do campeonato, os poderosos do Dorilton resolveram sacudir as estruturas do time e a solução encontrada foi reeditar uma parceria que funcionou brilhantemente no começo da década passada, só que no Mundial de Rali.

A Williams pareceu melhor na pré-temporada de 2021 (Foto: Williams)

O novo comando da equipe tem Jost Capito como CEO e François-Xavier Demaison no cargo de diretor-técnico, dupla que foi parte fundamental do domínio da Volkswagen anos atrás no WRC. Capito, por exemplo, chegou a ter já sua chance na F1, mas causou pouquíssimo impacto no ano em que esteve com a McLaren. De todo modo, chega ao time de Grove com o discurso de tirar a Williams do fundo do grid.

“Eu não sou o cara que quer chegar em um lugar e só seguir fazendo o que já está rolando”, apontou Capito, entrevistado pelo site oficial da Fórmula 1. “Eu preciso fazer mudanças, eu quero ser proativo. A Williams não pertence ao lugar em que está, ela precisa crescer no grid. Se eu puder ajudar e fazer parte disso, é uma coisa na qual tenho muito interesse”, seguiu.

Maior aporte financeiro, mudança radical no comando, tudo isso faz parte das apostas da Williams para um 2021 mais próspero, mas o carro também está diferente. A tendência é que o novo modelo, apesar da escolha por uma pintura bem peculiar, seja mais competitivo, com soluções aerodinâmicas interessantes. O temor fica por conta da alta sensibilidade ao vento e demais mudanças de condições, o que pode fazer com que o desempenho seja uma espécie de ioiô, varindo bruscamente entre uma semana e outra, como definiu George Russell.

Aliás, falar de Williams sem citar Russell é impossível. O talentoso inglês é pilar fundamental na busca da equipe por redenção. Ainda que esteja focado em conseguir uma vaguinha na Mercedes em 2022, George segue comprometido com a equipe de Grove e está mordido atrás dos primeiros pontos com a equipe, algo que escorreu pelos dedos em 2019 e 2020.

George Russell precisa carregar a Williams (Foto: Williams)

“Tudo vai ser decidido até a parada de verão (em agosto) para todos – para a Williams, para a Mercedes e para os pilotos, para que seja justo para todos. E, a não ser que algo ocorra nos próximos seis meses, a Mercedes sabe da minha posição. Estou ficando melhor a cada ano e acredito que estou no nível para brigar por vitórias e pelo título mundial. Mas vamos ver. Na Fórmula 1 você não pode dar nada como garantido”, comentou.

Russell é praticamente a única opção de sucesso para uma Williams que tem Nicholas Latifi no outro carro, cujo grande atrativo é o dinheiro de sua família, já que o desempenho de pista chama pouquíssima atenção. Ou é Russell brilhando ou é nada para os ingleses em 2021.

Ainda que o cenário seja desolador com três vezes seguidas na lanterna e pior do que nunca, a Williams já viveu outra fase horrível recentemente, entre 2008 e 2013. A chave para a mudança ali foi o motor Mercedes, que chegou com tudo e jogou os britânicos para o pelotão da frente, com dois grandes anos e outros dois decentes no início da Era Híbrida.

É, sem dúvida, mais fácil crer que a Williams consiga se reerguer em 2022, com novo regulamento, outro tipo de carro e de desenvolvimento, mas só de não repetir a lanterna em 2021 já seria um passo adiante. E é crucial que aconteça, deixando a Haas para trás.

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