“Levei dias para entender”: Wendlinger cita “fuga para casa” após morte de Senna em Ímola

A sexta-feira corria normal em Ímola, mesmo com o acidente de Rubens Barrichello, relembrou Karl Wendlinger. Só que a morte de Roland Ratzenberger começou a mudar o curso da história

Mesmo com todos os avanços tecnológicos ao longo de décadas, o automobilismo ainda é considerado um esporte risco. Batidas, sejam leves ou fortes, portanto, não costumam causar espanto àqueles que lidam lado a lado com o perigo, e é por essa razão que o fim de semana em Ímola parecia normal para Karl Wendlinger apesar do fortíssimo acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira.

Veio, então, o sábado. E ali, durante a classificação, o primeiro baque. Com a morte de Roland Ratzenberger, o clima que até então não causava estranhezas começou a mudar. Depois, no domingo, a batida fatal de Ayrton Senna completou o trágico ciclo.

À revista Warm Up, na ocasião dos 20 anos da morte de Senna, Wendlinger recordou o GP de San Marino de 1994 — um “fim de semana horrível para o esporte”, nas palavras do piloto austríaco que defendia a Sauber.

“A primeira recordação que tenho de Ímola foi do forte acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira. Foi uma batida feia, mesmo. Mas depois vimos no sábado que ele estava bem e consciente. Não havia nenhum sentimento estranho até aquele momento, nada. Afinal, era a F1, e essas coisas podem acontecer”, destacou o ex-piloto.

Karl Wendlinger (Foto: Reprodução)

“Só que aí teve o acidente com Roland Ratzenberger naquele mesmo dia à tarde. Depois disso, as coisas começaram a ficar mais esquisitas, porque é sempre complicado você controlar as emoções em situações assim. Então, decidi imediatamente ficar calmo e que o melhor a fazer era continuar”, salientou.

Para seguir nas atividades, foi preciso guardar “todas essas emoções bem no fundo”. “E no domingo, Ayrton Senna sofreu aquele acidente”, frisou.

“Ninguém acreditava naquilo. Para ser sincero, eu mesmo levei vários dias para entender o que havia acontecido. Fui para casa. Resolvi me refugiar”, concluiu o austríaco.

Na corrida seguinte, ainda sob uma atmosfera soturna, a Fórmula 1 chegou em Monte Carlo para a disputa do tradicional GP de Mônaco. E por muito pouco, Wendlinger não foi a vítima da vez: durante os treinos, perdeu o controle na saída do túnel e chocou-se violentamente contra o guard-rail em alta velocidade. Com o impacto, o austríaco sofreu traumatismo craniano grave e foi retirado do carro inconsciente. Wendlinger chegou a ficar semanas em coma até se recuperar.

Nos 30 anos da morte de Ayrton Senna, o GRANDE PRÊMIO resgata depoimentos dados à revista Warm Up de diversas personalidades da F1 que fizeram parte da vida do brasileiro.

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