Verstappen afasta rivais e fortalece liga própria. Mas F1 ‘A’ é imprevisível na Holanda

Não havia muita dúvida sobre o favoritismo de Max Verstappen em casa, mas o que o holandês fez no fim do Q3 foi absurdo. A pole foi uma humilhação, então muito possivelmente a vitória do GP da Holanda já está em suas mãos. Agora, o cenário para quem vem depois de Max é totalmente imprevisível. É bem verdade que Lando Norris aparece como forte candidato ao posto de melhor do resto, mas também é correto dizer que a briga está ainda mais parelha do que fora antes das férias

Ainda que tenha se queixado da falta de aderência do carro nos instantes iniciais da classificação ou mesmo encarado as condições adversas do manhoso circuito de Zandvoort com mais cautela do que o habitual, Max Verstappen jamais deixou de ter o controle de tudo na Holanda. Havia, sim, uma expectativa de que a disputa seria um pouco mais apertada desta vez, talvez pela situação da pista, mas muito pela enorme qualidade da McLaren, só que nada disso foi capaz de parar o holandês. A frieza e a precisão com que conduziu aquela volta derradeira no Q3 apenas lembrou aos menos avisados de que, em 2023, ninguém está apto para brigar na classe Verstappen. Era o favorito à pole e assim foi.

O caso é que a definição do grid neste sábado (26) demandou um pouco mais. Era preciso entender o momento certo de ir à pista, para ter tempo de entrar na janela correta dos pneus, também foi necessário fugir do tráfego e acertar os três setores do traçado à beira mar. Verstappen construiu o desempenho aos poucos, uma parte de cada vez, até a fase decisiva, marcada ainda por duas bandeiras vermelhas. E isso significou também um segundo ponto de atenção: os pilotos tiveram apenas uma chance no fim. Como de costume, Max não a desperdiçou. Estabeleceu parciais inalcançáveis e impôs cruéis 0s537 em cima de quem mais tentou se aproximar. O cenário ainda fica pior na comparação com o próprio companheiro de equipe. Sergio Pérez terminou a sessão em sétimo, 1s3 atrás.

Portanto, o bicampeão larga como favorito diante de uma torcida de que deve lotar as arquibancadas de Zandvoort neste domingo. Esse favoritismo é ajudado também pelo excelente ritmo de corrida. A Red Bull #1 sustenta um desempenho em torno de 0s4 mais rápido do carro que parte em segundo. “Foi uma classificação muito complicada, começando com condições muito escorregadias. E precisamos nos manter longe de problemas. Depois colocamos slicks e havia um trilho seco e era preciso correr alguns riscos na pista. A pressão está sempre presente para ter um bom desempenho, mas quando você consegue, é ótimo”, reconheceu o líder do campeonato.

É bem verdade que Max trabalha diferente essa pressão. E isso é um problema que Lando Norris vai tentar driblar. O inglês confirmou a grande performance da McLaren ao se posicionar como melhor do resto. De fato, a equipe britânica segue em um caminho bem-sucedido com as atualizações que promove desde a Áustria. Em Zandvoort, também acertou ao explorar outros pontos, como uma asa com menos arrasto. O carro já responde bem em setores de baixa velocidade, ao mesmo tempo em que mantém o equilíbrio em condições adversas.

Norris buscou usar tudo ao longo da classificação. Estava na ponta da tabela, quando a sessão foi retomada da parte final. O problema é que giro derradeiro não foi como planejado. Lando até foi capaz de tirar tempo na primeira parte do traçado, mas a partir da traiçoeira curva 7 as coisas desandaram, enquanto Verstappen voava. O piloto inglês cometeu pequenos erros ao fim da volta, e isso lhe tirou a chance de uma marca melhor. Ainda assim, a primeira fila tem um sabor doce, porque abre a chance de uma reprodução do que aconteceu no GP da Inglaterra — e aqui com a possibilidade de mudar a história.

“Foi uma boa classificação e estou feliz mesmo com a segunda posição. Foi um bom resultado neste tipo de condições. Às vezes, você espera que Max [Verstappen] cometa um vacilo, mas ele não erra. É frustrante de certa forma. Mas a equipe fez um bom trabalho, foi uma classificação caótica”, comentou Norris, que reconheceu: “A primeira metade da minha última volta foi incrível, mas a segunda metade foi provavelmente uma das piores que fiz. Então, fiz a melhor parte muito cedo. Mas, realmente gosto dessas condições.”

George Russell, Max Verstappen e Lando Norris foram os três primeiros na classificação (Foto: AFP)

E se a McLaren seguiu a performance da sexta-feira, a Mercedes também. Ainda que Lewis Hamilton tenha tido uma sessão mais complicada, o que o fez acabar eliminado no Q2, George Russell conseguiu tirar mais do bom carro que a equipe alemã preparou para a etapa holandesa. O ritmo de corrida é a força dos octacampeões, mas o inglês mais novo do time terá de enfrentar também uma McLaren assertiva à frente e lidar ainda com o ímpeto de Alexander Albon e sua Williams foguetinho. O tailandês fez classificação incrível e agora tem a chance de confirmar as transformações do carro azul. E logo atrás do dois, está Fernando Alonso, que deseja também explorar mais o potencial do carro verde que, em tese, se adapta melhor ao traçado da Holanda.

Será interessante também acompanhar o desenrolar da performance dessas diferentes equipes. Em classificação e sem contar Verstappen, a diferença entre a McLaren (segunda no grid com Norris) e a Ferrari (em sexto com Carlos Sainz) é de 0s6, menos do que o intervalo do desempenho de corrida. Por isso, a largada e as condições climáticas devem desempenhar um papel ainda mais decisivo neste bloco do grid.

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Em termos de estratégia, a Pirelli fala em “várias opções sob a mesa”, principalmente por conta da combinação entre as diferentes configurações de downforce, temperatura do ar e chance de chuva, além da natureza do circuito de Zandvoort. “Aqueles que optarem pela posição na pista provavelmente vão escolher a tática de apenas um pit-stop, usando uma combinação de C2 (médio) e C1 (duro). Quem se mostrar mais competitivo em ultrapassagens, vai para as duas paradas, privilegiando o uso dos pneus médios e macios. Soma-se a isso o fator desconhecido em relação ao clima.”

No que diz respeito ao clima, existe a previsão de chuva para o domingo na região do autódromo holandês e temperaturas baixas. Para o momento da largada, a possibilidade é de 60%, mas de uma precipitação fraca. As cartas estão na mesa.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Holanda, em Zandvoort, 13ª etapa da temporada 2023. No sábado e no domingo, classificação e corrida também contam com transmissão em SEGUNDA TELA, NA GPTV, EM PARCERIA COM A VOZ DO ESPORTE. No domingo, a largada está marcada para as 10h (de Brasília, GMT-3).

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