Verstappen já se põe em liga própria em Miami. E Ferrari se preocupa mais com Aston Martin

Max Verstappen recolocou ordem na hierarquia de forças da F1. Em Miami, o holandês soube usar bem o RB19 para intimidar a concorrência. Desta vez, a Ferrari não deve incomodar. Só Sergio Pérez pode mudar a história, se for, como ele mesmo disse aos jornalistas, perfeito. Enquanto isso, a Mercedes segue no seu calvário e deve, de novo, ficar atrás dos italianos e da Aston Martin

Esqueça tudo que aconteceu há uma semana, no Azerbaijão. Ao chegar a Miami, a Fórmula 1 revive um cenário do início de temporada. Quer dizer, a Red Bull, sobretudo Max Verstappen, está no comando das ações, com uma vantagem significativa para a concorrência. O holandês foi o mais veloz na sexta-feira (5) de treinos livres no circuito montado no entorno do estádio do Miami Dolphins. E mais que isso, o bicampeão colocou quase 0s4 em cima de quem apareceu mais perto e ainda bateu o recorde do traçado da Flórida. É difícil não vê-lo como favorito à pole e à vitória.

A verdade é que o RB19 nas mãos de Max vira um carro quase imbatível. Agora, Verstappen parece não querer deixar brechas para o acaso. Tanto é que a diferença não só para a Ferrari, como principalmente para o colega Sergio Pérez é abissal. Com um ritmo de classificação muito superior, o piloto do carro #1 virou 1min27s930 em cima dos pneus macios. Essa marca é quase 2s melhor do que o registro feito na liderança do TL2 do ano passado. Indo além, foi 0s866 mais veloz do que a pole de Charles Leclerc em 2022. Para efeito de comparação, o vencedor em Baku, hoje, fez apenas o quarto tempo, quase 0s5 atrás do companheiro de Red Bull.

Ou seja, o mexicano terá de espremer tudo de seu RB19 e um pouco mais para entrar na liga própria em que se encontra Verstappen. Terá de “ser perfeito”, como bem disse aos jornalistas na quinta-feira. Não é exagero dizer que Max se adaptou mais rapidamente ao traçado recapeado de Miami e enfrentou menos problemas — exceto quando perdeu tempo de pista ao precisar de um reparo na proteção de cabeça do carro. “Acho que foi um bom dia. Inicialmente, fui pegando jeito da pista e também do novo asfalto, que foi realmente melhorando durante o dia. Eu me senti bem no carro o tempo todo, tivemos bom equilíbrio”, explicou o líder do campeonato.

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“O mais importante de hoje é que começamos bem equilibrados, e estou feliz com isso. O ideal é rápido em toda curva, mas nem sempre é possível, vamos ver também o clima, como fica”, completou. Há. de fato, uma preocupação com a previsão de calor e também de chuva forte para o domingo, o que pode mudar acertos e tudo que envolve uma corrida com pista molhada.

Ainda assim, desta vez é difícil imaginar a Ferrari em uma briga direta com a Red Bull, nem mesmo na classificação. As marcas desta sexta deixam pouca margem de manobra. E talvez por isso a equipe italiana tenha optado por trabalhar mais o ritmo de corrida do que propriamente a disputa pela pole. Isso porque os italianos levaram para Miami uma série de elementos novos, que tem por objetivo entender o que ainda dá para fazer com essa SF-23 e se, em algum momento, será possível ameaçar os taurinos.

Frédéric Vasseur apressou o departamento técnico por essas mudanças. Entre as mais importantes, estão o assoalho novo e um difusor diferente. A ideia é ampliar a eficiência aerodinâmica em duas frentes: velocidade de reta e o downforce. Porém, os primeiros sinais não foram tão positivos. Os pilotos mostraram dificuldades no asfalto novo do circuito americano e também no acerto da parte traseira do carro. Isso se refletiu no desempenho tanto de volta lançada quanto em performance de corrida. Neste último quesito, o carro vermelho é cerca de 1s mais lento que a Red Bull de Verstappen.

“O carro parece bom em volta rápida. Só que, em termos de ritmo de corrida, ainda estamos devendo em comparação aos nossos rivais, precisamos tirar essa distância. Vamos ver o que dá para fazer amanhã”, afirmou Leclerc, que se viu em apuros no fim do TL2, quando perdeu a frente do carro e acabou no muro, com danos na asa dianteira e também no bico.

Carlos Sainz foi o segundo mais rápido do dia, com um registro de 0s385 pior do que Verstappen. O companheiro de Ferrari apareceu em terceiro.

Charles Leclerc passou reto e deu de frente no muro no TL2 em Miami (Vídeo: Reprodução/F1 TV)

Por isso, a Ferrari parece mais em uma briga com a Aston Martin do que propriamente com os austríacos. Embora o carro verde não tenha como força o desempenho na decisão das posições de largada, a equipe inglesa, sob a liderança de Fernando Alonso, tente a crescer no domingo. “A classificação amanhã é importante, mas nossa força normalmente está no domingo, então veremos o que fazer”, confirmou o espanhol, quinto colocado na tabela de tempos desta sexta.

E a Mercedes? Bem, a equipe alemã seguiu seu calvário e o fato de pouco entender como funciona sua criação. A liderança no primeiro treino foi apenas circunstancial. Os engenheiros em Brackley terão trabalho com um carro que subitamente parece agora gostar mais do calor do que de temperaturas amenas. Quando a tarde esfriou, o W14 também perdeu rendimento, além dos problemas costumeiros. “O W14 tem seus pontos positivos. Mas não é fácil mostrá-los. É difícil de configurar e difícil de guiar. Se sair da linha, os pilotos perdem a confiança. É um ato de equilíbrio no fio da navalha”, afirmou o chefão Toto Wolff.

Lewis Hamilton terminou o dia na sétima colocação, enquanto George Russell foi o 15º. Daí dá para se tirar uma ideia do que a Mercedes deve enfrentar neste fim de semana.

O terceiro treino livre está marcado para o sábado, a partir das 13h30 (de Brasília, GMT-3). A classificação, que define o grid de largada em Miami, acontece às 17h. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da Fórmula 1 em Miami AO VIVO e EM TEMPO REAL.

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