Verstappen se põe inalcançável e joga briga para Alonso e Ferrari na Espanha

Barcelona é uma das pistas mais completas do calendário da F1 — ainda que, lamentavelmente, não promova corridas espetaculares. O caso é que o traçado catalão entrega todo o tipo de curva e uma longa reta. Não à toa, todo mundo leva para lá as atualizações e usa o fim de semana do GP da Espanha como uma grande sessão de testes. Mas também por ser assim, é onde a Fórmula 1 se revela como ela realmente é, então não chega a ser uma surpresa notar Max Verstappen no comando do dia. O que vai além é, de fato, o domínio imposto pelo holandês, que parte para mais um fim de semana de protagonismo.

O bicampeão liderou as duas sessões da sexta-feira (2) sem muito problema. Rápido a cada saída dos boxes e como de costume, Verstappen testou acertos, conduziu a análise do comportamento dos pneus e se permitiu até mesmo a entender os efeitos da mudança do traçado catalão, pensando também na corrida. Então, entre as curvas 13 e 14, ensaiou seguir alguns carros, para compreender as chances de ultrapassagem, agora que a chicane naquele trecho da pista se foi.

Então, não surpreendeu a calma de Verstappen após as atividades, dizendo que a Red Bull precisava apenas de alguns ajustes. “No geral, acho que tivemos um dia muito bom. O carro estava em uma janela muito boa. Claro que sempre há algumas coisas para aprimorar aqui e ali, mas tanto nos trechos curtos quanto nos longos, o desempenho parecia muito bom”, disse.

Só que o trabalho rotineiro de Max assustou. Além do ritmo de classificação muito forte, o piloto do carro #1 apresentou uma consistência invejável no desempenho de corrida. A simulação feita durante o segundo treino livre serviu para mostrar que só uma tremenda falta de sorte vai tirar o rapaz do caminho da vitória. Equipado com os pneus médios, o líder do campeonato entregou uma sequência na casa de 1min19s7.

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Uma comparação mais apurada pode ser feita com o ensaio dos pneus macios. Nesse quesito, Verstappen andou em 1min19s4, enquanto Carlos Sainz — o melhor do resto — conseguiu média de 1min19s9. Charles Leclerc apareceu na sequência, com 1min20s2, contra 1min20s4 de Fernando Alonso. Portanto, o holandês da Red Bull não está só na ponta, mas também empurrando a briga para a Ferrari e o espanhol da Aston Martin. Esse cenário deve se reproduzir na classificação deste sábado.

Alonso, de novo, é o tempero que apimenta a temporada e vai estar na luta pela primeira fila, talvez não da forma violenta da semana passada, mas certamente eficaz diante de sua torcida. O carro verde segue muito equilibrado, e isso já é suficiente para o asturiano compensar o que falta nos trechos mais velozes, uma vez que a Aston Martin gosta mais dos setores sinuosos e de curvas de baixa e média velocidade. Ainda assim, Fernando terá de enfrentar os carros vermelhos. É bem verdade que a Ferrari esteve longe de apresentar um ritmo rápida em volta lançada, mas isso teve mais a ver com os testes que promoveu do que qualquer outra coisa.

Sainz e Leclerc se concentraram no ritmo de corrida, a grande deficiência da SF-23. Como a classificação é um ponto forte — em tese —, a tarefa foi entender o impacto da revisão do projeto e das peças novas levadas para a Espanha. Mais do que largar à frente, os italianos buscam um desempenho confiável. Apesar disso, a equipe de Maranello deve crescer ao longo das três fases da definição do grid.

E quem entra nessa disputa? Sergio Pérez precisa ser esse terceiro elemento. Porém, o RB19 parece mais arisco em suas mãos — o piloto tem um déficit de mais de 1s na comparação com Max no ritmo de corrida, e isso é mais do que preocupante. Por isso, o mexicano não foi capaz de se colocar como adversário real de Verstappen e deve mesmo entrar na batalha contra os ferraristas e Alonso. Na verdade, Pérez tem de estar nessa disputa e cavar a primeira fila. Qualquer coisa diferente disso será mais uma derrota.

Há também de se mencionar a Alpine nesse cenário. A equipe francesa vem gradativamente dando passos à frente em termos de desenvolvimento e performance. O pódio de Esteban Ocon em Mônaco não foi obra do acaso. O ritmo estava lá e foi genuíno. Pierre Gasly é prova. E de novo, Ocon apareceu bem nas atividades de hoje, com um forte top-5. É certo dizer que ainda falta algum ajuste em termos de desempenho de corrida, mas em volta única é um pouco diferente, mais parelho até.

Por fim, a Mercedes. Depois de estrear o revisado W14 em Mônaco, a equipe alemã chegou ainda mais ansiosa para Barcelona, porque é a chance de compreender de forma mais ampla e assertiva as mudanças feitas no carro. E a primeira impressão é que modelo vai precisar de mais tempo.

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Nesta sexta, a falta de equilíbrio ficou evidente. Tanto Lewis Hamilton quanto George Russell lutaram mais para achar tempo e algum conforto. O heptacampeão se mostrou descrente e disse que seria difícil, da maneira como estava, chegar ao top-10 amanhã, mas a equipe entende que ainda há muito o que fazer até a decisão das posições de largada. É fato que a Mercedes cresce nos momentos decisivos, e isso deve se repetir no sábado.

O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Espanha. Neste sábado, o TL3 está marcado para as 7h30, enquanto a definição do grid acontece a partir das 11h (de Brasília, GMT-3).

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