Mundo do esporte a motor lamenta morte de Adrián Campos: “Deixa um incrível legado”

Personagem muito importante do automobilismo espanhol, europeu e mundial, tendo revelado talentos que escreveram sua história no esporte, Adrián Campos foi muito lembrado pela comunidade do automobilismo nesta quinta-feira (28), dia em que morreu, aos 60 anos

Adrián Campos, ex-piloto de Fórmula 1, chefe de equipe envolvido em várias categorias de base, revelador de grandes talentos e primeiro empresário de Fernando Alonso, morreu na primeira hora desta quinta-feira (28) — ainda noite de quarta-feira no Brasil —, aos 60 anos. Nascido em Alzira, cidade localizada na Comunidade Valenciana, Campos levou a Espanha ao grid do Mundial de F1 entre 1987 e 1988, com a Minardi, mas se notabilizou mesmo como dono de equipe. Depois de duas tentativas de colocar seu sobrenome no Mundial de Construtores, Campos atuou com firmeza nas categorias de base, ajudando a revelar grandes talentos, como Alonso, bicampeão mundial de F1, e Álex Palou, hoje piloto da Ganassi na Indy.

Muitas são as mensagens de solidariedade e de pesar diante do passamento do ex-piloto e dirigente espanhol. A primeira delas foi publicada por um dos seus grandes amigos no automobilismo, Alejandro Agag, que foi quem, na verdade, deu a notícia da morte de Campos.

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ALEJANDRO AGAG; ADRIÁN CAMPOS;
Alejandro Agag foi o primeiro a escrever sobre a morte do amigo Adrián Campos (Foto: Instagram/Reprodução)

Tão logo a notícia foi oficialmente confirmada pelos veículos de comunicação locais, várias pessoas do meio do esporte a motor se manifestaram. Antes, a própria equipe de Adrián, a Campos Racing, expressou o sentimento diante da perda do seu fundador.

“Hoje é o dia mais triste da história da Campos Racing. Nosso Presidente e fundador, Adrián Campos Suñer, nos deixou. Seu coração deixou de bater, mas sua lembrança será o motor que manterá a todos nós lutando para seguir seu legado. Descanse em paz”, escreveu a equipe em postagem nas redes sociais.

Alonso, que teve em Campos um personagem fundamental na construção da sua carreira vitoriosa nas pistas, sendo campeão pela equipe de Adrián na Euro Open by Nissan, no seu primeiro ano depois de sair do kart, em 1999, escreveu nesta manhã. “Um dos dias mais tristes para a família do automobilismo. Piloto e grande incentivador deste esporte. Obrigado por sonhar com a Fórmula 1. Obrigado por acreditar nos jovens. Obrigado e descanse em paz”.

Carlos Sainz, bicampeão mundial de rali e tricampeão do Dakar, replicou a postagem da Campos Racing e comentou. “Sentimos muito a morte de Adrián Campos, piloto, empresário, empreendedor entusiasta do automobilismo espanhol. Nossa lembrança e toda a força para toda a família. A vida nos lembra que nosso caminho por aqui é desconhecido e pode ser caprichoso. Descanse em paz, Adrián”.

Carlos Sainz filho, que horas antes estava exultante por ter realizado seu primeiro teste com a Ferrari, em Fiorano, também lamentou a perda de uma enorme lenda para o automobilismo espanhol. “Dia muito triste por conta do falecimento de Adrián Campos, sem dúvida uma referência do nosso esporte na Espanha e em nível internacional. Meu mais sincero pêsame a toda a sua família e amigos”, escreveu o piloto nesta manhã.

Álex Palou reconheceu em Campos um personagem fundamental para a sua carreira. “Se não fosse por ti, eu não estaria onde estou. Descanse em paz, Adrián”, escreveu o espanhol.

Lucas Di Grassi, que foi piloto da Campos em 2008, conquistando três vitórias naquele ano na GP2 (hoje, Fórmula 2), também se despediu do amigo. “O esporte a motor teve uma grande perda hoje. Descanse em paz, meu amigo Adrián Campos, obrigado por tudo”.

Marc Gené, um dos muitos pilotos revelados por Campos, postou em sua conta no Instagram. “Hoje estou inundado por uma enorme tristeza. Uma das pessoas que mais ajudou o automobilismo na Espanha nos deixou. Sem Adrián, jamais teria chegado à Fórmula 1. Grande piloto, chefe de equipe e, sobretudo, uma pessoa muito boa. Meu mais sincero pêsame aos seus filhos, família e amigos”.

Toni Cuquerella, engenheiro que trabalhou com Campos na tentativa do ex-piloto de ingressar como dono de equipe na Fórmula 1 em 2010, falou sobre o passamento. “Hoje perdi um amigo. Meu primeiro trabalho, nossa primeira aventura na Fórmula 1, as centenas de cafés que tomei contigo. Muitas lembranças. Uma lenda se foi. Descanse em paz, Adrián”.

A Fórmula 1, por meio do seu Twitter, também lamentou o passamento do espanhol. “Estamos muito tristes por tomar conhecimento da morte de Adrián Campos. Como piloto e, então, como fundador e presidente da Campos Racing, Adrián deixa um incrível legado no esporte a motor. Enviamos nossas condolências à sua família, amigos e todos da Campos Racing”.

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) seguiu a Fórmula 1 e escreveu. “A FIA presta tributo a Adrián Campos, ex-piloto de F1 e fundador da Campos Racing, que morreu ontem aos 60 anos”.

Bruno Michel, dirigente francês que é o CEO da Fórmula 2 e da Fórmula 3, escreveu uma carta, publicada no site das respectivas categorias, na qual agradece Adrián por todo o legado deixado e expressou sua tristeza.

“Hoje, perdemos um querido amigo. A Fórmula 2 e a Fórmula 3, sem Adrián Campos, nunca mais serão as mesmas. Há poucos dias, estávamos conversando ao telefone, discutindo a temporada que se avizinha. Estou arrasado com seu falecimento repentino. Conheci Adrián quando trabalhamos juntos na gestão da carreira de Fernando Alonso. Nos tornamos amigos rapidamente. Ele esteve presente desde o começo da GP2, em busca de ter uma das equipes de ponta, quiçá a melhor do grid. Ele até testou o carro, junto com Damon Hill e Jacques Lafitte, em um evento de relações públicas, e ele era o homem mais feliz naquele dia”, recordou.

ADRIÁN CAMPOS; GP2;
Bruno Michel lembrou o dia em que Adrián Campos testou o carro da GP2 (Foto: Divulgação/Fórmula 2)

“Tenho certeza de que todo mundo vai falar, com razão, sobre seu espírito de luta, sua paixão pelas corridas, pelos pilotos e por tudo o que fez no esporte a motor. Isso é o que ele trouxe para o nosso paddock e para os nossos grids. Era fácil conversar com ele, sempre feliz em iniciar uma conversa para compartilhar com ele seus pontos de vista e opiniões”, escreveu Michel.

“Ele vinha ao meu escritório para me informar sobre as novidades, na maioria das vezes, começando com um ‘na minha humilde opinião…’. Ele estava sempre tentando tornar nossos campeonatos melhores, mais fortes, e eu sempre gostava de ouvir as suas sugestões”, destacou.

“Um número impressionante de pilotos pode agradecer a Adrián por ajudá-los nas suas carreiras, e muitos deles ele guiou até a Fórmula 1. O automobilismo perdeu um elemento-chave e um dos seus entusiastas mais dedicados. A demonstração desde a notícia da sua morte é prova do quão bem quisto ele era. Sentiremos muito a falta de vê-lo no pit-wall observando as telas. Sentiremos falta do seu sorriso de criança e do seu senso de humor. Realmente, parece que perdemos um membro da nossa família hoje. Nossas mais profundas condolências para sua família, amigos e sua equipe. Sei que esta última terá no coração deixar Adrián orgulhoso e manter seu enorme legado vivo”, assinou Bruno Michel.

Segundo informa o site espanhol Soy Motor, a causa da morte de Adrián foi um aneurisma dissecante da aorta, ou seja, ruptura do revestimento interno do maior vaso sanguíneo do corpo, que pode impedir a circulação do sangue até o coração.

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