Opinião GP: Sorte sorri, mas nem assim Ferrari consegue deter imparável Verstappen

Max Verstappen só não venceria o GP do Canadá de F1 se algo excepcional acontecesse. E aconteceu: Yuki Tsunoda bateu sozinho, ao sair dos boxes, na reta final da corrida. Com Charles Leclerc fora da jogada, coube a Carlos Sainz a missão de ultrapassar o holandês - em condições favoráveis, com pneus mais novos. Nada feito: nem mesmo o excepcional tirou o triunfo do atual campeão mundial

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Max Max Max, Super Max Max… perdão, leitor(a), mas é inevitável que a música do grupo Pitstop Boys fique na cabeça após a performance do atual campeão mundial no GP do Canadá de Fórmula 1. Dois principais rivais do holandês na briga pelo Mundial de Pilotos, Sergio Pérez e Charles Leclerc começaram a corrida em Montreal do fundo do grid – 13º e 19º, respectivamente. Com Fernando Alonso à frente de Carlos Sainz na largada, somente algo fora do comum seria capaz de tirar o triunfo de Verstappen no circuito Gilles Villeneuve.

E diz muito sobre o nível de performance do holandês que, mesmo com o incomum dando as caras, ele ainda tenha conseguido sair com a vitória. A sorte sorriu à Ferrari quando Yuki Tsunoda bateu sozinho na reta final da corrida e causou carro de segurança, que possibilitou à escuderia italiana colocar pneus duros fresquinhos no carro de Sainz. Verstappen, já com a troca final efetuada, se viu em desvantagem.

Assim que o safety-car saiu de cena e o grid ficou juntinho juntinho, o espanhol da Ferrari foi inteligente. Não era preciso ultrapassar Verstappen logo de cara: bastava ficar a menos de um segundo de distância e esperar a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) liberar o uso da asa móvel. Quando isso aconteceu, Sainz foi à caça.

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Max Verstappen, o ‘Super Max’ (Foto: Red Bull Content Pool)

Mas nem com uma ajudinha externa, o espanhol conseguiu aproveitar. A ultrapassagem parecia que eventualmente aconteceria, mas Verstappen fez questão de fechar cada porta. E pior: sem comunicação alguma com a Red Bull. No fim, a impressão que dava é que Sainz poderia passar mais 70 voltas na cola do holandês, não faria diferença.

Mérito de Verstappen e da Red Bull? Ou mais uma falha pra conta da Ferrari? Vamos apertar o pause. Do começo da temporada para cá, fato é que RB18 e F1-75 não estão como iniciaram o ano. Mas as impressões pós-Baku mudaram depois da corrida em Montreal. Explico.

Depois do Azerbaijão, a Red Bull parecia ter solucionado de vez os problemas de confiabilidade do RB18. Mas, no circuito Gilles Villeneuve, o tal fantasma voltou a atormentar Christian Horner e os demais taurinos. Na nona volta, Sergio Pérez deu bye bye à disputa por um problema no câmbio de seu carro. ‘Checo’ havia se preparado para escalar a montanha e servir como peça interessante para, quem sabe, segurar Leclerc – mas não rolou.

Sergio Pérez falou em final de semana para esquecer no Canadá (Foto: Red Bull Content Pool)

Também após a corrida em Baku, com seu abandono duplo, o cenário era de terra arrasada para a Ferrari. Em Montreal, a escuderia italiana deu uma resposta interessante, entretanto: Leclerc ficou muito tempo empacado atrás da Alpine, é verdade, mas cumpriu sua missão de escalar o pelotão e completou com sucesso a meta traçada pela Ferrari: quinto lugar.

Sainz, por sua vez, precisava uma vez mais se colocar em posição de brigar pela vitória. Não vencer, propriamente falando, mas ao menos brigar. Inegavelmente, isso aconteceu no Canadá. Aqui, no caso do espanhol, é mais uma questão psicológica: necessário mostrar-se cada vez mais adaptado à F1-75, para acumular confiança e voltar para o campeonato.

Falando nele… o Mundial de Pilotos, após Montreal, tem Verstappen na liderança com 175 pontos, 46 à frente de Pérez e 49 de vantagem para Leclerc. Matematicamente, claro, ainda tem muita disputa pela frente. Mas se as coisas continuarão do jeito que estão, é difícil não imaginar que o holandês não some mais um título mundial para a conta.

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Afinal, das últimas seis corridas da temporada de 2022 da Fórmula 1, Verstappen venceu cinco. É um domínio tão grande que parece vencer qualquer adversidade. Basta olhar o que aconteceu no Canadá. Nem mesmo quando o ‘acaso’ dá uma forcinha, a Ferrari consegue brigar. Ou melhor: briga, mas não vence.

Fórmula 1 volta daqui duas semanas, entre os dias 1 e 3 de julho, em Silverstone, com o GP da Grã-Bretanha. Tacada final ou começo tímido de recuperação no campeonato? É esperar para ver.

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