Presidente da FIA muda tom e diz que inclusão e diversidade são “prioridades em mandato”

Depois de questionar as constantes manifestações políticas dos pilotos no grid da Fórmula 1, o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, adotou um discurso mais ameno e disse que tem como principais prioridades em seu mandato temas como sustentabilidade, diversidade e inclusão

Bastou uma repercussão nada positiva da entrevista concedida ao site britânico GrandPrix247 para o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, mudar o discurso sobre o que pensa sobre o posicionamento político de alguns pilotos na Fórmula 1. O mandatário — que fez críticas direcionadas ao ativismo de Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Lando Norris — tentou amenizar as recentes declarações e disse nesta quinta-feira (9), em sua conta oficial no Twitter, que “diversidade e inclusão são algumas das principais prioridades do seu mandato”.

A polêmica estourou quando, ao ser indagado sobre o que o esporte não deveria se tornar, Sulayem questionou a real necessidade de pautas políticas dentro da Fórmula 1, dizendo que “A FIA precisa ter cuidado para não ser arrastada para a política e esquecer nossas raízes no automobilismo”. Em seguida, usou os exemplos da “bicicleta de arco-íris” de Vettel, da paixão de Hamilton pelos direitos humanos e das falas de Norris em defesa da saúde mental para questionar “se devemos impor o tempo todo nossas crenças além do esporte”. “Niki Lauda e Alain Prost só se preocupavam em guiar”, argumentou.

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SEBASTIAN VETTEL; ASTON MARTIN; GP DA HUNGRIA;
Sebastian Vettel defende abertamente os direitos da comunidade LGBTQIA+ (Foto: Aston Martin)

Sulayem esperou 48 horas após a divulgação da matéria para tratar de amenizar o tom. “Como piloto, sempre acreditei no esporte como catalisador do progresso da sociedade. É por isso que a promoção da sustentabilidade, da diversidade e da inclusão são algumas das principais prioridades do meu mandato. Da mesma forma, valorizo o compromisso de todos os pilotos e campeões para um futuro melhor”, escreveu.

No mês em que o mundo celebra o Orgulho LGBTQIA+, as declarações do líder da entidade máxima do automobilismo mundial trouxeram novamente ao debate a homofobia e como a Fórmula 1 reagiria se tivesse no grid um piloto abertamente gay. Vettel tem sido a principal voz na categoria em defesa da comunidade, tanto que foi escolhido para ser capa da revista britânica Attitude, voltada para o público LGBTQIA+.

Sobre o tema, o tetracampeão disse que “talvez não fosse o caso no passado, mas agora acho que um piloto gay na F1 seria bem-vindo – e com razão”. “Eu sinto que um piloto gay ajudaria a acelerar a eliminação do preconceito e ajudar a impulsionar nosso esporte em uma direção melhor. Então eu acho — e espero — que nosso esporte esteja pronto para isso”, acrescentou.

Hamilton também é um defensor árduo de pautas sociais e direito das minorias. Além do combate constante ao racismo, o heptacampeão também demonstra apoio à comunidade gay. A Mercedes adotou para o mês de junho um logotipo especial com as cores do arco-íris para homenagear o mês do Orgulho LGBTQIA+. Hamilton celebrou a decisão e ainda pediu que o mesmo seja usado até o final do ano.

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