Primeira dobradinha brasileira na história da F1, vitória de Pace no GP do Brasil de 1975 completa 40 anos
José Carlos Pace venceu uma única corrida no Mundial de F1. Esse triunfo aconteceu há exatos 40 anos, em 26 de janeiro de 1975, na primeira dobradinha brasileira da história da categoria
Era um domingo de sol e forte calor em São Paulo. Antes da largada, jatos de água eram disparados em direção às arquibancadas para refrescar o público, que tinha no segundo colocado do grid sua grande esperança de vitória. O bicampeão Emerson Fittipaldi, vencedor da etapa de abertura da temporada 1975, na Argentina, dividia a primeira fila com o francês Jean-Pierre Jarier. Mas aquele domingo, dia 26 de janeiro, estava destinado a ser de outro brasileiro.
Em sexto no grid estava alinhado José Carlos Pace, com sua Brabham-Ford. Em franca ascensão na categoria, 'Moco' era tido como um dos bons pilotos da F1, mas ainda buscava sua primeira vitória. Também ascendia a equipe comandada por Bernie Ecclestone, que ainda não havia sido campeã durante sua administração.
Relacionadas
Mas a história dos brasileiros começou a mudar já na largada. Fittipaldi largou mal e perdeu várias posições. Terceiro, o outro piloto da Brabham, Carlos Reutemann, aproveitou e pulou não só à frente dele, mas também de Jarier para tomar conta da liderança. Pace foi muito bem e saltou para terceiro, à frente de Clay Regazzoni, Niki Lauda, Jody Scheckter e Emmo.
Jarier tratou de retomar a frente na volta 5, e permaneceu ali até a 33ª passagem, quando um problema mecânico jogou pelo buraco aquele que poderia ter sido o seu grande dia — ele nunca venceu uma prova na F1. A esta altura, Pace era o segundo colocado, herdando assim a liderança que precisou manter por mais sete voltas até receber a bandeirada em primeiro lugar. Até então, ele jamais havia liderado uma corrida na carreira.
Em prova de recuperação, Fittipaldi veio ganhando posições até chegar ao segundo posto, mas não chegou a lançar um ataque sobre Pace, terminando quase 6s atrás. Com a outra McLaren, Jochen Mass completou o pódio.
Estava armado o cenário para a festa. Pela primeira vez na história da F1, o Brasil conseguia uma dobradinha. E, pela primeira e única vez, Pace vencia. O piloto chegou a andar na frente em outras quatro corridas naquele ano e em mais duas em 1977, além de ter subido ao pódio mais três vezes na vida, mas nunca em primeiro. O principal motivo foi a falta de um carro vencedor por parte da Brabham, visto que, neste período, o time ganhou só mais uma prova, o GP da Alemanha de 1975 com Reutemann.
O ano de 1977 começou promissor para Pace, que foi segundo no GP da Argentina, mas não terminou. No dia 18 de março, o piloto morreu em um acidente aéreo na região da Serra da Cantareira, em São Paulo. Ao todo, disputou 72 GPs.
Após sua morte, foi homenageado pela Prefeitura de São Paulo, que rebatizou o Autódromo de Interlagos com seu nome em 1985.
determinarTipoPlayer(“15352873”, “2”, “0”);
Dobradinhas brasileiras na F1
Depois deste 1-2 de Pace e Fittipaldi no GP do Brasil de 1975, outras dez dobradinhas brasileiras aconteceram na F1 até 1990.
No GP da Inglaterra daquele ano, o duo chegou em ordem inversa. Depois, na década de 1980, foram Nelson Piquet e Ayrton Senna os responsáveis por colocar bandeiras brasileiras nos dois degraus mais altos do pódio, cinco vezes com Piquet em primeiro e três com Senna como vencedor. As provas mais memoráveis foram em 1986, no Brasil e na Hungria — nesta última, Nelson fez uma memorável ultrapassagem por fora no fim da reta dos boxes de Hungaroring.
A última dobradinha brasileira na F1 aconteceu em 1990, com Piquet e Roberto Moreno — o "super-substituto" — defendendo a equipe Benetton. Naquela corrida, Senna sagrou-se bicampeão após um choque com Alain Prost na primeira curva.
A Renault tem grandes planos para 2015. A fabricante francesa espera reduzir pela metade a diferença que ainda possui para a campeã Mercedes e traça como meta a conquista de "pelo menos cinco vitórias na temporada" que começa em março, no Albert Park, na Austrália. No ano passado, a fornecedora enfrentou diversos problemas com a nova unidade de força. Mesmo assim, fechou o campeonato com três triunfos, todos pelas mãos de Daniel Ricciardo, com a Red Bull.