Protagonista do caso de espionagem da F1 em 2007, Nigel Stepney morre em acidente de carro aos 56 anos

Ex-chefe de mecânicos da Ferrari e que teve um papel central no escândalo de espionagem que envolveu a equipe italiana e a McLaren em 2007, Nigel Stepney, de 56 anos, morreu nesta sexta-feira (2) depois de um acidente de trânsito na Inglaterra

Nigel Stepney, o ex-chefe de mecânicos da Ferrari e que teve um papel central no escândalo de espionagem que envolveu a equipe italiana e a McLaren em 2007, morreu na manhã desta sexta-feira (2) em um acidente de trânsito no condado de Kent, na Inglaterra. O inglês tinha 56 anos e deixou a companheira Ash e a filha Sabine.

Depois dos acontecimentos na F1, Stepney passou um tempo longe do Mundial e se voltou para as corridas de turismo e de longa duração. Desde 2010, o britânico trabalha com a equipe JRM e teve papel fundamental no desenvolvimento do Nissan GT-R. O time é parceiro oficial da montadora japonesa.

Nigel Stepney estava cuidando do projeto da Nissan no GT3 e tinha 56 anos (Foto: Divulgação/JRM)

De acordo com o investigador de acidentes de trânsito do condado de Kent, Glen Braidwood, “um Volkswagen prata, pilotado por um homem de 56 anos da região de Essex, parou no acostamento da M20 em Ashford”.

“Por razões que ainda não conhecidas, o homem parece ter entrado na pista e foi atingido por um caminhão articulado. Ele foi declarado morto na cena”, disse.

Em nota, James Rumsey, dono da JRM, prestou tributo ao seu chefe de equipe, que era um “membro vital” da escuderia desde que se juntou a ela, há quatro anos.

“Um homem que trabalhou como engenheiro para Ayrton Senna na Lotus e ajudou a guiar Michael Schumacher a cinco títulos mundiais com a Ferrari era o candidato perfeito para estabelecer a JRM como uma grande equipe no mundo do automobilismo, e o papel que ele teve para conseguir tal feito nunca será subestimado ou esquecido”, comentou.

“Nigel foi um competidor intenso e sempre buscou excelência no nosso trabalho, e certamente não poderíamos ter atingido sucesso sem sua liderança e experiência. Mas, fora da pista, ele era focado e um apaixonado membro do grupo JRM, e um querido pai para sua família”, continuou.

icone_warmup Grandes Entrevistas: Nigel Stepney
Renan do Couto: Stepney sonhava vencer em Le Mans

Antes de chegar à Ferrari na década de 1990, Stepney ingressou na F1 com a Lotus em 1976. Seu primeiro GP foi o da Inglaterra. No time, trabalhou com pilotos com Mario Andretti, Nigel Mansell e Ayrton Senna. Mudou-se para a Benetton em 1988 e ficou por lá por dois anos, passando outros três na F3000 até ser contratado pela Ferrari na temporada 1993.

Como chefe de mecânicos da escuderia italiana, Stepney participou da conquista de sete títulos de Construtores e seis de pilotos – incluindo todos os cinco de Michael Schumacher pelo time.

No chamado caso ‘Spygate’, Stepney entregou a Mike Coughlan, da McLaren, um extenso dossiê com informações confidenciais sobre o projeto da Ferrari. A polêmica foi descoberta e causou sua saída da equipe italiana após 15 anos, e também na maior multa já aplicada pela FIA a um time de F1 – US$ 100 milhões. A McLaren também foi desclassificada do Mundial de Construtores de 2007.

“Algumas pessoas ainda dizem que sou um cara mau, mas elas são livres para dizer o que quiserem. Enquanto eu fizer o meu trabalho e conseguir bons resultados, não me importo com o que as pessoas pensem”, disse em entrevista exclusiva à REVISTA WARM UP em setembro de 2012.

Stepney queria realizar um sonho de infância na JRM: vencer as 24 Horas de Le Mans.

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