Red Bull revela mudança de planos e problema com embreagem de Verstappen na Hungria

Uma decisão de última hora da Red Bull pode, muito bem, ter feito a equipe taurina conquistar a improvável vitória no GP da Hungria de Fórmula 1, disputado neste domingo (31). Em Hungaroring, Max Verstappen largou da 10ª colocação e conseguiu cruzar a linha de chegada em primeiro – algo que, na visão do chefe Christian Horner, só foi possível graças à mudança de estratégia já no grid de largada e, também, ao trabalho de equipe.

“Posso focar somente na nossa performance e, hoje, fizemos um grande trabalho. Mudamos a nossa estratégia no grid. Nossos dois pilotos sentiram dificuldades em aquecer os pneus macios no caminho para a largada e estávamos para começar a corrida com os compostos duros. Os macios duraram muito mais do que o previsto, e naquele ponto, nos comprometemos em fazer duas paradas: macio, médio, médio. O momento chave para nós na corrida foi quando vimos que Charles (Leclerc) iria mudar para os compostos duros”, explicou Horner.

“Quando vimos as faixas brancas, realmente pensamos que tínhamos uma chance – e Checo foi fantástico. Ele estava em outra estratégia e imediatamente permitiu que Max pudesse colar na traseira de Leclerc. Daí, ele (Verstappen) deu um 360º na pista e isso acabou aquecendo ainda mais os pneus”, completou.

Além de ter que escalar o pelotão – missão muito facilitada pela Ferrari, há de se admitir -, o atual campeão mundial também teve que escalar outra montanha para vencer na Hungria. Horner utilizou um problema do RB18 de Verstappen durante a prova, que ainda não havia sido revelado, para justificar sua hesitação em já cantar vitória na temporada. Afinal, questões de confiabilidade nunca podem ser descartadas.

“Tivemos uma sexta-feira difícil. O sábado também, apesar do sentimento de que tínhamos conseguido encaixar o carro em uma janela muito melhor. Então, uma corrida muito competitiva – mas tivemos um problema de embreagem, que Max teve que administrar. Uma vez que resolvemos isso, foi a melhor corrida dele”, começou.

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“É uma liderança saudável, mas ainda há muito pela frente – e as coisas podem começar a dar errado. Tivemos o problema de confiabilidade com a embreagem hoje, que poderia ter culminado tranquilamente em um abandono. Ficamos a 12km de uma falha na classificação, também. Ainda existem áreas em que podemos melhorar. Ferrari ainda tem um carro rápido e a Mercedes está se recuperando”, pontuou Horner.

O chefe taurino, claro, não poderia deixar de dar uma ligeira cutucada na equipe alemã. Com a diretiva técnica da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para limitar o porpoising adiada para a Bélgica, Horner questionou a necessidade da intervenção – já que, claramente, o W13 não quica mais tanto assim e ganhou performance. A preocupação da Red Bull, na verdade, é com a definição das regras para a próxima temporada.

“Talvez não haja necessidade da diretiva técnica em Spa. Ela não terá efeito em nós – mas precisamos de um esclarecimento rápido de quais serão a regras para 2023. Espero que seja ainda nessa semana”, afirmou.

Por fim, Horner exaltou o trabalho interno da Red Bull – destacando a figura de Hannah Schmitz, estrategista-chefe da equipe – pelo resultado obtido em Hungaroring. A declaração se estendeu e o chefe taurino explicou a declaração do consultor Helmut Marko, que após um desempenho decepcionante de Sergio Pérez na classificação na Hungria, afirmou que o mexicano “já havia saído de férias”.

“Tivemos uma grande estratégia de equipe aqui. Contávamos com a Hannah comandando no pit-wall. Todos nós apoiamos o empoderamento feminino. Ela é fantástica sob pressão – mas não é o trabalho de somente uma pessoa. Os pit-stops, mais uma vez, foram incríveis. O trabalho de todo o time é prazeroso de ver”, disse.

“Fiz uma piada com Helmut (Marko) de que ‘Checo’ já havia saído de férias, e ele contou a todos vocês. Olhe para a segunda metade da corrida de ‘Checo’. Sem aquele safety-car virtual, ele poderia estar brigando pelo pódio. Estava um segundo por volta mais rápido que George (Russell) e Carlos (Sainz). Agora, vai ter um ‘reset’ durante as férias de meio de ano, e ele vai entender o que não deu certo para ele nas últimas corridas. Vai voltar mais forte”, finalizou Horner.

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