Retrospectiva 2024: F1 já pensa em 2025 com Hamilton na Ferrari e invasão dos novatos

Depois da estabilidade anormal de 2023 para 2024, a F1 vive uma verdadeira revolução no grid para 2025. O negócio escalou de forma poucas vezes antes vista quando Lewis Hamilton fechou com a Ferrari, mas não parou por aí. Sergio Pérez, enfim, deixa a Red Bull, Carlos Sainz vai para a Williams e os novatos invadem a categoria

A Retrospectiva 2024 da F1 chega ao fim já olhando para 2025. Afinal, os movimentos que viraram o grid do ano que vem do avesso fazem parte da temporada que se encerrou recentemente, como não? E há muito o que se falar aqui, já que equipes e pilotos resolveram revolucionar as coisas depois da estranha estabilidade pós-2023.

Então, já de começo aqui vai o recado: o fã da Fórmula 1 vai sofrer nas primeiras atividades de pista do ano que vem até conseguir gravar onde está todo mundo. Dito isso, vamos ao panorama do grid de 2025, muito modificado após 2024 apresentar, pela primeira vez na história, rigorosamente os mesmos pilotos nas mesmas equipes de uma temporada para a outra.

McLaren

É tanta mudança para 2025 que aqui estamos falando de uma das únicas duas equipes que vão seguir com a mesma escalação de 2024. Campeã do Mundial de Construtores, a McLaren aposta na continuidade dos ainda jovens Lando Norris e Oscar Piastri. Vai ser o terceiro ano de parceria da dupla.

Em 2024, Lando ficou com o vice-campeonato, somando 374 pontos e as primeiras quatro vitórias da carreira. Oscar, enquanto isso, fechou em quarto, anotando 292 tentos e triunfando duas vezes.

Lewis Hamilton deixa a Mercedes para ir para a Ferrari na F1 2025 (Foto: Instagram)

Ferrari

Aqui começam as mudanças e de uma forma espetacular. O casamento que parecia impossível vai, enfim, acontecer: a equipe mais lendária da F1 vai receber aquele que é, para muitos, o maior piloto da história. A Ferrari, que no começo do século foi a casa de Michael Schumacher, agora também vai ser a casa de Lewis Hamilton.

O anúncio veio ainda no comecinho do ano, antes mesmo da temporada ser iniciada. O inglês estava na Mercedes desde 2013 e por lá conquistou seis dos sete títulos mundiais que tem no currículo. Sétimo em 2024 com duas vitórias, Lewis assume cockpit deixado por Carlos Sainz, que estava na Ferrari desde 2021 e, neste último ano, também venceu duas provas para fechar a temporada em quinto.

O parceiro de Hamilton vai ser Charles Leclerc, que já passa de meia década pela Ferrari. O monegasco chegou em 2019 e viveu, em 2024, talvez aquela que tenha sido a melhor temporada da carreira em termos técnicos. Charles venceu três vezes e ficou em terceiro no campeonato, anotando 356 pontos.

Sergio Pérez deixa o grid da F1 (Foto: AFP)

Red Bull

A Red Bull é mais uma equipe que mexe na escalação para a temporada 2025 da F1. Atual tetracampeão, Max Verstappen permanece, mas o ano caótico dos energéticos acabou com a demissão de Sergio Pérez, que meses antes teve o contrato renovado.

O mexicano sai do time após quatro temporadas e cinco vitórias conquistadas. Em 2024, Pérez teve uma de suas piores performances na carreira, ficando em oitavo e fechando o ano como único piloto das quatro principais equipes sem conseguir triunfar.

Na vaga de Checo, Liam Lawson. Depois de impressionar nas primeiras chances que teve na F1 em 2023, o neozelandês não virou titular em 2024 e só reapareceu nos EUA, quando Daniel Ricciardo foi demitido. Lawson fez seis corridas e pontuou em duas, suficiente para superar Yuki Tsunoda na briga pelo posto do mexicano.

Andrea Kimi Antonelli agora é piloto de F1 (Foto: AFP)

Mercedes

Outra que trocou peças, mas essa foi obrigada a isso. A Mercedes certamente manteria Hamilton e George Russell se pudesse, só que viu o heptacampeão marchar pela Ferrari. Sem o maior piloto de sua história, a equipe prateada optou pela ousadia: subiu Andrea Kimi Antonelli ainda no meio da campanha de novato do italiano na F2.

Antonelli chega à F1 como uma das maiores revelações dos últimos tempos. Com 18 anos completados em agosto, o italiano era um fenômeno do kart, mas que também se provou nos monopostos: títulos da F4 Italiana e da F4 Alemã em 2022, da FRECA em 2023 e o salto direto para a F2, sem passar pela F3. Na F2, sofreu mais, mas venceu duas corridas e ficou em sexto lugar.

Russell, enquanto isso, assume o papel de líder da equipe e chega no que parece ser o auge de sua carreira. Mais maduro, mas ainda assim muito agressivo, o inglês venceu duas corridas em 2024 e somou 245 pontos, completando o ano em sexto, na frente de Hamilton.

Fernando Alonso segue como trunfo da Aston Martin em 2025 (Foto: Aston Martin)

Aston Martin

A outra equipe que manteve seus dois pilotos que começaram 2024 para 2025 é a Aston Martin. Os verdinhos, assim, seguem apostando na experiência de Fernando Alonso e em Lance Stroll, filho de quem comanda o time, Lawrence.

Apesar do quinto lugar no Mundial de Construtores, 2024 não foi um ano nada fácil para os verdinhos, que seguiram investindo altíssimo, mas regrediram na pontuação. Alonso foi nono e nem ao pódio chegou, enquanto Stroll foi 13º e não marca pontos desde o GP da Hungria.

A grande novidade fica por conta da chegada de Adrian Newey, que só não é a contratação do ano pelo impacto que tem Hamilton-Ferrari. De todo modo, é aquele famoso ‘all-in’: a Aston Martin precisa de resultados imediatos ou a paciência – e o investimento – dos Stroll pode acabar.

Jack-Doohan entra na vaga de Esteban Ocon na Alpine (Foto: Alpine)

Alpine

A Alpine é um caso curioso porque, assim como McLaren e Aston Martin, vai começar 2025 com os mesmos pilotos que acabou 2024, só que Jack Doohan tem exatamente 1 corrida na carreira na F1. Os franceses haviam começado o ano com Pierre Gasly e Esteban Ocon, que acabou sacado na penúltima etapa da temporada.

Ocon e a Alpine, por mais irônico que isso possa parecer, pararam de falar a mesma língua de um tempo para cá e, assim, o piloto francês resolveu apostar no projeto da Haas para 2025. O substituto escolhido foi a solução caseira, com o então reserva Doohan, terceiro colocado na F2 2023.

O que não deve mudar, porém, é o fato de que Gasly segue como líder do projeto. Mesmo tendo chegado depois de Ocon, Pierre tirou mais do carro na maior parte do tempo e fechou 2024 muito em alta, como um dos melhores do grid. Gasly foi décimo na temporada, com pódio duplo conquistado com Esteban em São Paulo e 33 dos 42 pontos conquistados nas últimas quatro etapas.

Oliver Bearman é aposta da Haas para o futuro (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

Haas

A Haas é a primeira aqui que muda 100% da dupla para 2025. Ocon chega como o piloto mais experiente, mas o time volta a ter um garotão na escalação depois do fracasso com Nikita Mazepin e Mick Schumacher no começo da década.

Oliver Bearman, porém, chega com expectativa maior em cima de seu potencial e sem estar totalmente cru: o inglês disputou três provas por Haas e Ferrari em 2024 e pontuou em duas, impressionando pela maturidade. Em contrapartida, teve um ano bem fraco na F2, triunfando três vezes em sprints, mas fechando em 12º na Prema. A temporada de novato, em 2023, tinha sido bem mais impactante.

Ocon, enquanto isso, ocupa a lacuna deixada por Nico Hülkenberg e também por Kevin Magnussen. O dinamarquês, que é o maior piloto da história do time americano na F1, teve um ano de altos e baixos e ficou em 15º, enquanto o alemão foi um dos melhores do ano, levando a Haas ao 11º posto com uma regularidade impressionante e grandes performances de classificação. Nico vai para a Sauber, esperando a chegada da Audi em 2026.

Isack Hadjar escolheu o #6 para estreia na F1 com a Racing Bulls (Foto: Red Bull Content Pool)

Racing Bulls

Mais uma que se mexe pensando em 2025 é a Racing Bulls, que até de nome trocou – de novo. Em 2024, ainda como RB, o time teve Tsunoda e Ricciardo e, depois, Tsunoda e Lawson. O japonês continua lá, mas nem o australiano e nem o neozelandês aparecem mais na escalação: chega Isack Hadjar, um dos principais nomes do automobilismo de base dos últimos anos.

Conhecido pelo temperamento forte, mas também pelo enorme talento, o franco-argelino de 20 anos chega à F1 com expectativa alta em cima dele e um vice da F2 que doeu, depois de brigar muito com Gabriel Bortoleto. Hadjar teve incríveis quatro vitórias em corridas principais e somou 192 pontos.

Ao lado de Isack, Tsunoda continua com o papel de líder do time. Cobrado publicamente pela Red Bull por não conseguir ser constante, o japonês vem de sua melhor temporada na F1, fechando o ano em 12º, com 30 pontos anotados. Na pontuação, ficou atrás apenas de Alonso, Gasly e Hülk na ‘F1 B’.

Carlos Sainz vai de Williams em 2025 (Foto: AFP)

Williams

A Williams se prepara para receber ninguém menos que Sainz em 2025. O espanhol chega para ser um dos grandes destaques do pelotão intermediário e, mais do que isso, formar uma das duplas mais fortes do grid com Alexander Albon, que permanece no time inglês.

2024 foi conturbado para os de Grove, que sofreram muito com a quantidade de acidentes envolvendo seus carros. Albon mesmo ajudou bastante na conta e vai precisar reduzir o número de danos em 2025. O tailandês, porém, ainda fechou a temporada em um possível 16º lugar.

O outro carro azul foi um problema maior. Logan Sargeant começou muito mal de novo e foi sacado depois de mais pancada no GP dos Países Baixos. Franco Colapinto chegou, impactou a F1 de cara, pontuou no Azerbaijão e nos EUA, mas acabou em baixa pela série de acidentes no final. Logan e Franco estão sem time em 2025.

Gabriel Bortoleto é uma das novidades da F1 no grid de 2025 (Foto: Reprodução)

Sauber

Disparada a pior equipe de 2024, a Sauber mexe 100% na escalação de olho não apenas em 2025, mas especialmente em 2026 e na chegada da Audi. Após quase zerarem juntos na temporada, Valtteri Bottas e Guanyu Zhou abrem espaço para o veterano Hülkenberg e o novato Bortoleto.

Bottas fez três temporadas pela equipe e, de longe, a de 2024 foi a pior. O finlandês não marcou nenhum ponto e perdeu a vaga de titular. Zhou também sai do grid, mas ao menos tendo salvado 4 pontinhos no Catar. O chinês também havia chegado no time em 2022.

O time suíço recebe, então, uma dupla que equilibra bem experiência e juventude. Antes de virar Audi, a Sauber corre em 2025 com um Hülk impulsionado pela ótima campanha em 2024 com a Haas e o atual campeão da F2, Bortoleto. O brasileiro vai encerrar o jejum da presença de brasileiros como titulares na F1 e é outro que chega com muita expectativa, afinal, foi campeão da F2 e da F3 em seus anos de novato.

Franco Colapinto não conseguiu espaço no grid de 2025, mas deixou boa marca (Foto: Williams)

Mudança de perfil

O grid de 2025 tem muito mais cara de jovem que o de 2024. Ainda que tenha ficado sem vaga no ano que vem, Colapinto é personagem central disso, já que sentou no carro e começou a virar rápido. O mesmo aconteceu com nomes como Lawson e Bearman, que garantiram seus empregos. No fim, vai ser um grid com mais Lawson, Bearman, Hadjar e Bortoleto e menos Pérez, Ricciardo e Bottas, caras de ótimas histórias na F1, mas que deixaram de ter performances fortes nos últimos anos.

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