Williams vê “paradigma novo e diferente” no assoalho da Red Bull: “Não dá só para copiar”

Chefe de desempenho da Williams, Dave Robson, reconheceu a falta de complexidade do FW45 e se disse "fascinado" com as imagens do assoalho do RB19. Porém, o engenheiro atentou que não dá apenas para copiar a rival, já que é preciso considerar outros fatores aerodinâmicos, que não estão visíveis nas fotos

O assoalho do RB19 voltou a ser assunto nesta quinta-feira (15) pelos lados da Williams. Nos GPs de Mônaco e da Espanha de Fórmula 1, realizados entre o fim de maio e a primeira semana de junho, os carros de Sergio Pérez, da Red Bull, e de Logan Sargeant, da escuderia britânica, precisaram ser içados por um guindaste após sofrerem acidentes. As imagens dos assoalhos circularam as redes sociais.

Mas o que chamou a atenção foi um comparativo, amplamente divulgado depois da terceira sessão de treino livre da etapa realizada em Barcelona, entre os assoalhos do RB19 e do FW45. O carro dos taurinos possui um sistema aerodinâmico visivelmente mais complexo, enquanto o bólido da escuderia britânica tem linhas modestas e pouco trabalhadas.

No último dia 7, o chefe da Williams, James Vowles, reconheceu o assoalho “claramente carente de detalhes”. Nesta quinta, em entrevista à revista inglesa Autosport, foi a vez de Dave Robson, chefe de desempenho do time de Grove, admitir a falta de complexidade: “Você não pode negar que eles estão muitos passos à frente de onde estamos e, de fato, onde a maioria das equipes está. Há definitivamente alguma correlação aí [entre complexidade e desempenho]. Não direta, mas há alguma.”

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Nas redes sociais, assoalho da Williams (à esquerda) chegou a ser comparado com o da Red Bull (à direita) e chamou a atenção pela simplicidade (Foto: Reprodução / Redes sociais)

Entretanto, o engenheiro britânico negou que as imagens sejam valiosas para um possível novo desenho aerodinâmico do FW45, embora ele também tenha reconhecido que é “fascinante” observar o nível que a Red Bull alcançou em seu design. Para Robson, ao construir um assoalho é preciso considerar outros fatores, que não estão visíveis nas fotos e que são ainda mais complexos.

“São fascinantes [as imagens do assolhado do RB19], com certeza. Quão valiosas são, é um pouco mais difícil de dizer. Sei que foi uma ótima visão que todos tiveram em Mônaco, mas acho que já vimos muitas fotos disso antes — até mesmo no ano passado — para pelo menos para entender que é muito complicado e você não consegue ver os detalhes”, disse Robson.

“Há muito pouco em um carro de Fórmula 1 que você pode simplesmente copiar em termos aerodinâmicos. Você precisa entender o papel que o equipamento está exercendo e [depois] fazê-lo funcionar no seu carro, ou entender todas as outras peças que o acompanham. Aquele assoalho é apenas um ótimo exemplo disso. É um nível totalmente novo. Então, você precisa desmembrá-lo de alguma forma. É realmente difícil entender como todas aquelas curvas funcionam em um espaço tridimensional”, continou.

“Acho que o que é mais revelador é que existem algumas partes em que você pode ver o que elas [as curvas] estão fazendo geometricamente, então você pode simular algo e testá-lo para tentar entender o que eles estão tentando alcançar, só depois usá-lo em seu carro. Isso é claro, e todos estarão fazendo isso”, completou.

O guindaste em Mônaco fez a alegria das rivais da Red Bull (Foto: Reprodução/F1)

De acordo com Robson, as imagens trazem um novo paradigma para as outras equipes e deixou claro quanto elas precisam trabalhar para atingir o nível da Red Bull.

“A questão maior é: em primeiro lugar, como eles chegaram a isso? Qual é o processo deles que os leva a esse nível de complexidade? Porque isso é como um paradigma totalmente novo e diferente. Essa provavelmente é a pergunta mais interessante de responder, em vez de perguntar o que está sendo feito agora. Como eles chegaram lá e o que isso significa para o próximo [design], como vai ser?”, questionou engenheiro da Williams.

“Eu não sou um aerodinamicista, mas parece bastante intimidador para mim. Ao mesmo tempo, como um problema de engenharia, é bastante empolgante tentar entender o que está acontecendo e como eles chegaram lá. Não é fácil”, finalizou.

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Alexander Albon é o único que pontuou com a Williams na temporada 2023 da Fórmula 1 (Foto: Williams)

A complexidade atingida pela Red Bull no RB19 pode explicar o domínio na temporada 2023 da F1. Os taurinos ocupam a liderança do Mundial de Construtores com 287 pontos, sendo 135 de vantagem para a Mercedes, segunda colocada. Max Verstappen e Sergio Pérez possuem vantagens consistentes para os adversários no Mundial de Pilotos.

Por sua vez, a Williams conquistou apenas um ponto no campeonato com Alexander Albon, no GP do Bahrein, a primeira etapa da temporada deste ano. O time de Grove está em último no Mundial de Construtores.

A Fórmula 1 retorna fim de semana, com o GP do Canadá programado para acontecer entre os dias 16 e 18 de junho — com cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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