Drugovich acerta ao retornar para MP em 2022 e colhe frutos por regularidade na temporada

Felipe Drugovich colheu os frutos da regularidade e teve gordura suficiente para frear ímpeto de Théo Pourchaire antes da parada para as férias na temporada 2022 da F2

Felipe Drugovich enfim pôde soltar o grito de campeão da Fórmula 2 mesmo depois de abandonar a sprint race deste sábado (10), já que Théo Pourchaire não pontuou, um resultado que veio para coroar uma temporada marcada, sobretudo, pela regularidade. O brasileiro chega ao topo da categoria tendo pontuado em todas as rodadas realizadas até aqui, e falta apenas Abu Dhabi para fechar 2022 com 100% de aproveitamento.

O título deste ano, na verdade, começou a ser construído ainda em 2020, quando Drugovich subiu da F3 para a F2 e defendeu a MP pela primeira vez. Já naquele ano, venceu a corrida principal na rodada de abertura, na Áustria, mas teve altos e baixos nas etapas seguintes. Ainda assim, venceu outras duas vezes e ajudou a levar o time holandês ao sexto lugar na classificação final, a melhor obtida até então.

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Felipe Drugovich (Foto: Sebastiaan Rozendaal/Dutch Photo Agency)

Depois de um ano complicado com a Virtuosi — uma equipe teoricamente melhor —, Drugovich falou ao GRANDE PRÊMIO que começou a considerar caminhos além da F2, até que a MP propôs ao piloto a retomada da parceria. E a decisão não poderia ter sido mais acertada para ele. Mais experiente, o brasileiro foi peça-chave no crescimento da MP nesta temporada, ajudando no feedback do comportamento dos pneus, algo tão essencial nas estratégias de corrida, acerto, entre outros aspectos.

Drugovich começou o ano com o décimo melhor tempo na classificação para a prova principal no Bahrein, mas, com a regra o grid invertido para a sprint, o brasileiro alinhou na pole-position na primeira corrida do ano. A largada complicada, no entanto, fez Drugovich perder posições e terminar apenas em quinto. No domingo, ficou em sexto, enquanto o rival Pourchaire venceu a prova.

Na rodada seguinte, na Arábia, Drugovich começou a mostrar que não seria apenas um coadjuvante, muito pelo contrário. Após liderar os treinos livre e ainda ficar com a pole-position, o brasileiro seguiu firme para a sua primeira vitória e assumir a liderança do campeonato.

O troco de Pourchaire veio em Ímola, na rodada seguinte, depois de sair zerado de Jedá. O francês levou a ART ao degrau mais alto do pódio na corrida principal e ainda somou mais dois pontos na sprint race, enquanto Drugovich saiu da rodada com cinco pontos. Mais uma vez, os dois trocavam de posição na ponta da tabela.

Até que veio o fim de semana em Barcelona, e Drugovich não deu chance aos adversários: vitória na sprint e na corrida principal, além da volta mais rápida no sábado, somando 36 dos 39 pontos possíveis. Pela primeira vez na categoria de acesso à F1 desde que passou a se chamar Fórmula 2, um piloto varria um fim de semana. A última vez que isso aconteceu, ainda na GP2, foi com Antonio Giovinazzi, em Baku.

Mônaco veio, mas o furo do pneu mais a estratégia equivocada depois comprometeram totalmente a performance do piloto, que saiu zerado de uma corrida pela primeira vez em 2022. O fim de semana, porém, traria ao brasileiro a segunda vitória, mesmo com a forte pressão de Pourchaire nas ruas de Monte Carlo.

A rivalidade estava estabelecida, e Pourchaire mostrou ser um adversário que daria trabalho. Apesar da juventude, levava a vantagem por correr uma equipe teoricamente melhor, a ART, mas Drugovich soube usar a experiência para tirar o melhor da MP e transformá-la também em uma equipe de ponta. E ao final da rodada de Baku, no Azerbaijão, a diferença a favor de Drugovich passou a ser de 49 pontos, algo que ele jamais imaginou no início da temporada.

Felipe Drugovich comemora terceiro lugar em Baku (Foto: Diederik van der Laan / Dutch Photo Agency

Mas a F2 é um campeonato acirrado e costuma ser cruel com quem comete erros. Drugovich e Pourchaire tentavam ficar o máximo possível longe deles e tiveram rodadas muito parelhas na Inglaterra e na Áustria, com ligeira vantagem para o francês, que conseguiu sair do Red Bull Ring dez pontos mais próximo.

Veio então a etapa da França, e a torcida empurrou o piloto da casa, que foi ao pódio na corrida principal. Mas a regularidade de Drugovich apareceu, e ele terminou em quarto, mantendo o rival na mira. Budapeste, no entanto, foi um fim de semana complicado, e o piloto da MP somou apenas sete pontos. Para completar, viu Pourchaire descontar 18 com a vitória na corrida principal, a terceira do ano, e jogar a responsabilidade para cima do brasileiro.

Drugovich foi para as férias grato pela parada, mas sabia que precisava voltar a vencer para frear qualquer investida do rival. O retorno, na Bélgica, não poderia ser melhor: pole-position, trazendo ainda consigo Enzo Fittipaldi, que fez uma ótima classificação e alinhou com a Charouz em segundo. Foram, ao todo, 25 pontos, enquanto Pourchaire enfrentou problemas e saiu de Spa-Francorchamps com apenas três pontos.

O resultado permitiu a ele jogar na Holanda o seu primeiro match point, ainda que improvável. Dependia de uma combinação difícil para sair de Zandvoort campeão, vencer as duas corridas e ter mais um ponto da volta mais rápida e ainda ver o piloto da ART zerar. Mas ambas as situações já haviam acontecido, só que em corridas diferentes. E foi na Holanda que Drugovich reencontrou o caminho da vitória. Fez a pole e uma ótima largada, só perdendo a liderança nas paradas para troca de pneus. Desempenho irretocável, mais uma vez levando a MP ao topo.

Com o título, Drugovich se coloca de vez como candidato à Fórmula 1, ainda que o apoio financeiro fale mais alto. Mas anotar no currículo o feito é prova de que ele pode alcançar voos ainda mais distantes se tiver oportunidade.

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