Mortara bate Da Costa e vence eP de Seul 2 na Fórmula E. Vandoorne é campeão com pódio

Enfim, acabou a espera: Stoffel Vandoorne levantou a taça e pode dizer que é o campeão mundial da Fórmula E após o encerramento do primeiro eP de Seul da história da categoria. Neste domingo (14), Edoardo Mortara venceu a segunda corrida do fim de semana, um dia depois de Mitch Evans faturar a primeira disputa, mas o belga estava mesmo destinado a brilhar. O neozelandês da Jaguar, único que poderia ameaçar a conquista do belga, passou a ter uma montanha a escalar após a péssima classificação e o 13º lugar no grid de largada. Ele até tentou, mas não teve jeito: o título mundial segue na garagem da Mercedes.

A corrida 2 na Coreia do Sul reservou uma forte disputa pela vitória e poucas emoções no restante do pelotão, mas trouxe poucos sobressaltos a um piloto que já chegou sabendo que estava muito próximo da tão sonhada taça. Largando em quarto, Vandoorne se manteve longe de incidentes e fez o trabalho necessário para garantir mais um pódio — o oitavo em 16 corridas —, na segunda colocação, e enfim soltar o grito de campeão. Jake Dennis completou o pódio.

A corrida deste domingo em Seul marcou algumas despedidas na Fórmula E. A principal delas foi em relação aos carros de segunda geração, que fizeram sua última aparição na categoria. A partir de 2023, os monopostos Gen3 já serão implementados no início da temporada e prometem trazer os conjuntos mais rápidos da história da modalidade. Além do título de pilotos, a Mercedes — que se despede da FE — garantiu também o Mundial de Construtores na Coreia do Sul.

Agora, a Fórmula E retorna apenas no ano que vem. Diferentemente deste ano, que teve a estreia do campeonato em Diriyah, o calendário da FIA prevê a primeira corrida da temporada 2022/2023 para o México, no dia 14 de janeiro. A etapa promete: vai promover as estreias dos carros Gen3 e das equipes McLaren e Maserati, além do retorno da Abt.

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Confira como foi o eP de Seul 2:

A largada foi tranquila para o ponteiro António Félix da Costa, mas Edoardo Mortara perdeu o segundo lugar para Jake Dennis e precisou mergulhar na primeira curva para retomar a posição. Stoffel Vandoorne levou um toque do britânico na saída, mas se manteve firme e segurou o quarto lugar. Na segunda curva, Lucas Di Grassi foi espremido por Maximilian Günther e Dan Ticktum e vários pilotos acabaram se tocando com o engarrafamento que se formou.

Tentando recuperar posições após uma classificação muito ruim, Mitch Evans ganhou uma posição na primeira volta e aparecia em 12º com 42 minutos para o encerramento da prova. Lá na frente, Mortara atacou Da Costa com tudo e tomou a ponta do português, que precisou se recuperar e ainda viu Dennis roubar o segundo lugar. Evans seguiu se recuperando e tomou as posições de Günther, Nyck de Vries e Pascal Wehrlein para entrar no top-10.

Na abertura da terceira volta, o top-10 tinha Mortara, Dennis, Da Costa, Vandoorne, Robin Frijns, Di Grassi, Oliver Askew, Jean-Èric Vergne, Evans e Günther.

No enrosco que tomou conta da primeira volta, três pilotos abandonaram e encerraram suas participações na temporada: Dan Ticktum, Oliver Rowland e André Lotterer. Logo em seguida, Maximilian Günther foi em direção aos boxes da Nissan para consertar o carro e voltou no fundo do grid, instantes antes de Pascal Wehrlein e Nyck de Vries se tocarem e também precisarem abandonar a prova.

Enquanto Mortara segurava uma vantagem confortável de pouco mais de 2s para o segundo colocado Dennis, Evans forçava de todas as formas possíveis para tomar o oitavo lugar de Vergne — que não cedia. O brasileiro Sérgio Sette Câmara, que buscava pontuar pela segunda vez na temporada, brigava para entrar no top-10 e andava em 11º, pressionando Nick Cassidy pela décima posição.

Na 13ª volta, Lucas Di Grassi também teve problemas e teve que ir aos boxes da Venturi, perdendo terreno no pelotão e voltando no fundo do grid. Assim, mesmo com a vitória parcial de Mortara, a briga da equipe monegasca — que vai passar a ser Maserati no ano que vem — pelo título de Construtores caía por terra e acabava na garagem da Mercedes.

A queda de Di Grassi, por outro lado, fez bem a alguns outros pilotos: Sette Câmara conseguiu entrar no top-10 e ia somando o terceiro ponto da Dragon com a décima colocação, e Evans passou a ser oitavo — ainda atrás de Vergne. Com aproximadamente 23 minutos de corrida pela frente, Günther foi mais um a abandonar após atingir o muro de proteção do circuito coreano. Como o carro do alemão ficou parado na pista, o safety-car foi acionado e o pelotão se reagrupou.

Neste momento, o top-10 tinha a seguinte ordem: Mortara, Dennis, Da Costa, Vandoorne, Frijns, Askew, Vergne, Evans, Cassidy e Sette Câmara. A entrada do safety-car foi mais um balde de água fria nos — poucos — sonhos de Evans, que tinha a potência extra do modo de ataque ativada e precisou segurar o ritmo com a ativação da bandeira amarela em toda a pista.

A relargada foi liberada com 13min30s de corrida restantes no cronômetro, e se desenrolou sem incidentes. Mortara foi em direção ao modo de ataque logo na primeira volta e quase perdeu a liderança para Dennis, que no entanto precisou recolher o carro para evitar um toque. Assim, Da Costa aproveitou a situação e utilizou a potência extra para passar pelo britânico.

No entanto, a situação do português se complicou nesse instante: Dennis não aceitou a perda da posição e dividiu a curva com o piloto da DS Techeetah, que foi tocado e enviado diretamente ao muro — caindo para o último lugar. Assim, Vandoorne lucrou com a situação e ganhou mais uma posição, entrando na zona do pódio com o terceiro lugar.

Poucas disputas ainda se formavam no pelotão, com a mais dramática delas envolvendo Sette Câmara: o brasileiro liderava um trem que incluía os carros de Norman Nato, Alexander Sims, Lucas Di Grassi, António Felix da Costa e Oliver Turvey, mas se segurava na décima posição — sem a asa dianteira, vale ressaltar.

Evans não conseguia passar por Vergne de jeito nenhum e seguia em sétimo, o que por si só já cravava o título de Vandoorne. Na 28ª volta, a corrida do belga conseguiu melhorar: a direção de prova da Fórmula E anunciou que Dennis seria punido em 5s pelo toque em Da Costa, o que fazia o piloto da Mercedes subir para a segunda colocação.

Os últimos minutos da corrida não reservaram fortes emoções, com o principal destaque se tornando o pole-position Da Costa: o português apertou o ritmo após ser tocado por Dennis e começou a escalar o pelotão, passando por Fenestraz, Nato, Turvey, Sims e Di Grassi até alcançar a 11ª posição. Sette Câmara foi punido em 5s por ter trocado muitas vezes de direção em disputa com Nato logo em seguida, o que fez com que António entrasse na zona de pontuação.

Edoardo Mortara desfilou até o fim na primeira colocação para garantir sua quarta vitória na temporada — empatando com Mitch Evans como maior vencedor de 2022 —, enquanto Vandoorne andava calmamente no terceiro lugar, ciente de que Dennis perderia a posição devido à penalização de 5s.

Mais uma vez, a calma e a regularidade do belga fizeram a diferença. Sem correr riscos, se livrou de dois pilotos que estavam à sua frente e se envolveram em confusão — Dennis e Da Costa — para enfim soltar o grito de campeão mundial.

Fórmula E 2021/2022, eP de Seul 2:

1	E MORTARA	Venturi Mercedes	34 voltas
2	S VANDOORNE	Mercedes	+3.756
3	J DENNIS	Andretti	+6.649
4	R FRIJNS	Envision	+7.021
5	O ASKEW	Andretti	+7.850
6	J.E VERGNE	DS Techeetah	+9.471
7	M EVANS	Jaguar	+10.243
8	N CASSIDY	Envision	+14.208
9	S BUEMI	Nissan	+16.629
10	A.F DA COSTA	DS Techeetah	+22.226
11	L DI GRASSI	Venturi Mercedes	+24.546
12	A SIMS	Mahindra	+26.513
13	S. SETTE CÂMARA	Dragon Penske	+27.813
14	N NATO	Jaguar	+31.526
15	O TURVEY	NIO	+31.565
16	S FENESTRAZ	Dragon Penske	+36.270
17	M GÜNTHER	Nissan	NC
18	N DE VRIES	Mercedes	NC
19	P WEHRLEIN	Porsche	NC
20	D TICKTUM	NIO	NC
21	O ROWLAND	Mahindra	NC
22	A LOTTERER	Porsche	NC

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