Fórmula E estreia classificação mata-mata com pé direito no eP de Diriyah

Com formato de fase de grupos e mata-mata, Fórmula E iniciou temporada 2022 com classificação inovadora no eP de Diriyah — e de forma absolutamente positiva

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A Fórmula E deu o pontapé inicial para a temporada 2021/2022 com a vitória de Nyck De Vries na corrida 1 do eP de Diriyah, disputado na Arábia Saudita, em um 1-2 incontestável da Mercedes. No entanto, a principal novidade do final de semana foi a estreia do novo formato de classificação da categoria de monopostos elétricos. Em um sistema que reúne fase de grupos e mata-mata, a nova dinâmica trouxe emoção até a última volta, com a disputa final entre os dois pilotos mais rápidos.

Uma das principais reclamações dos pilotos da Fórmula E sobre a categoria era justamente seu formato de classificação para as corridas. Até o ano passado, além de terem menos tempo para anotarem suas voltas rápidas, a ordem dos pilotos era diferente. Os melhores colocados na classificação iam primeiro à pista — logo, encontravam um asfalto empoeirado e com bem menos aderência do que os que vinham depois.

Neste ano, a intenção era gerar um formato que interesse ao público na mesma medida em que faça justiça dentro das pistas — além, é claro, da garantia de haver disputa até o último momento.

Largada para o eP de Diriyah, estreia da Fórmula E em 2022 (Foto: Fórmula E)

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A classificação começa com os competidores divididos em dois grupos (A e B). No primeiro, entrarão os classificados em posições ímpares no Mundial de Pilotos (primeiro, terceiro, quinto); já no segundo, entram os colocados em posições pares (segundo, quarto, sexto). Neste primeiro evento da temporada, entretanto, os pilotos foram sorteados.

Cada piloto tem 12 minutos para anotar o número de voltas que quiser, e os quatro melhores de cada grupo passam para o mata-mata. Nas quartas de final, os competidores se cruzam com vantagem para os primeiros colocados de cada grupo, que enfrentam os quartos da outra chave. Os segundos colocados enfrentam os terceiros.

Assim, a ação se desenrola em quartas, semifinal e final, com o melhor piloto do dia escalado para largar na pole-position. Desta forma, a classificação vale até o último momento e será impossível ver algum piloto garantindo a pole com antecedência, já que o tempo que vale é o da final.

Nyck de Vries foi o grande destaque do final de semana com a vitória na corrida 1 de Diriyah (Foto: FIA Fórmula E)

Assim, alguns pontos mudam drasticamente na briga pela primeira colocação do grid. Os pilotos terão mais possibilidade, a partir deste ano, de ajustarem suas pilotagens de modo a conseguir melhorar o tempo de volta ainda dentro da mesma sessão na fase de grupos — algo que não seria possível com a tomada única de volta, por exemplo.

Por outro lado, os pilotos mais rápidos da primeira fase podem cometer erros no mata-mata que, em apenas uma volta, prejudicam as chances de se obter uma posição melhor no grid de largada — a concentração tem que permanecer igual em cada uma das tentativas. Foi justamente o que aconteceu nesta sexta, por exemplo, com o holandês Robin Frijns, da Envision.

Apesar de ter garantido a primeira colocação do Grupo A, o piloto holandês perdeu nas quartas de final para o alemão André Lotterer, da Porsche — quarto colocado do Grupo B — após cometer um erro na disputa direta contra o rival. Decididamente não foi um bom final de semana para o holandês, que tocou a Mahindra de Alexander Sims na corrida e causou um acidente, o que lhe valeu um drive-through de penalização — terminou em 16º.

Stoffel Vandoorne liderou parte da corrida após largar em primeiro, mas cometeu erro na hora de acionar o modo ataque (Foto FIA Fórmula E)

Assim, a imprevisibilidade da classificação ganha um ingrediente a mais e mantém os pilotos e equipes preocupados em baixar os tempos até o último momento, já que as voltas registradas de cada fase anterior não significam nada nas disputas diretas em um contra um entre os competidores.

É natural que um novo sistema gere algumas confusões em suas primeiras experiências, e não seria surpreendente se alguns ajustes fossem feitos no formato de classificação ao longo da temporada — por exemplo, o gráfico da transmissão que mostra qual piloto está em vantagem no mata-mata não é em tempo real, o que cria uma certa incerteza sobre quem está na frente.

No entanto, é impossível negar que a experiência em Diriyah foi positiva, na estreia da temporada 2022 da Fórmula E — que ainda busca maneiras de, enfim, cair nas graças do público de uma vez por todas.

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