A Fórmula E voltou a Mônaco no último fim de semana para disputar a corrida de mais glamour do calendário, nas tradicionais ruas de Monte Carlo, e apresentou uma prova com menos alternâncias do que nas últimas passagens pelo Principado. E a culpa disso foi principalmente da Jaguar, que adotou uma estratégia perfeita e monopolizou a briga pela vitória depois de colocar seus dois carros nas duas primeiras posições.

A equipe britânica, porém, não foi a única a sair em alta da prova monegasca, já que Stoffel Vandoorne — enfim — foi ao pódio com a DS Penske depois de uma boa exibição, ofuscada apenas pelo desempenho incrível dos felinos. António Félix da Costa, mais uma vez, também fez boa apresentação na corrida depois de precisar ir aos boxes e incrivelmente voltar ao top-10.

Por outro lado, a temporada da Envision segue inexplicável. A atual campeã do Mundial de Construtores saiu sem pontos mais uma vez, e em um fim de semana em que a Jaguar — sua fornecedora — mostrou que havia conjunto para conseguir muito mais. Jake Dennis também sai com prejuízo, largando mal novamete, desta vez em uma corrida na qual não teve como se recuperar.

A cada fim de semana de corrida, o GRANDE PRÊMIO traz alguns nomes que deixam a etapa em alta e outros que saem de forma negativa. Confira todos os escolhidos após o eP de Mônaco!

 POLEGAR PARA CIMA 

Jaguar

Estratégia perfeita, execução melhor ainda. A Jaguar dominou a corrida em Mônaco e, desde as primeiras voltas, se colocou em posição que seria difícil ser ameaçada. Mitch Evans e Nick Cassidy fizeram um plano de muito companheirismo e inteligência: enquanto um ocupava a liderança e fazia as ativações do modo ataque, o outro segurava o pelotão e impedia uma aproximação junto ao companheiro.

Sem confusão na pista, os dois foram sublimes em Monte Carlo e conseguiram um 1-2 extremamente merecido. Evans, que falava em dar um ‘restart’ na temporada, sai de alma lavada e com moral renovado para a segunda metade do campeonato.

Stoffel Vandoorne

Finalmente aconteceu! No palco em que venceu pela última vez na Fórmula E, justamente na temporada em que foi campeão — há dois anos —, Vandoorne fez ótima corrida e não deu sinais de que perderia o pódio em nenhum momento, nem mesmo quando Jean-Éric Vergne passou a pressionar a DS Penske para inverter os carros. Superado apenas pelo poderio da Jaguar, o belga executou a estratégia da equipe de forma certeira e ficou no pódio do início ao fim. Primeira grande exibição pelo time — com muito atraso, sim, mas o importante é manter o ritmo na próximas etapas.

António Félix da Costa

Sétimo colocado sai em alta da corrida? Para quem sofreu o que Da Costa precisou encarar em Mônaco, sim. O português enfim fez uma boa classificação, foi aos duelos pela primeira vez na temporada e começou a ganhar posições, mas foi envolvido em um acidente entre Sérgio Sette Câmara e Sébastien Buemi — o que o fez despencar para a última posição.

A prova parecia acabada, mas o safety-car entrou, permitiu que o piloto da Porsche se reaproximasse do pelotão e iniciou uma reviravolta sensacional. De último para o top-10, António mais uma vez teve grande desempenho em ritmo de corrida e mostrou novamente que está em franca recuperação. Não fosse o desastre na Loews, poderia ter saído até com um pódio — ou ao menos um top-5 — de Monte Carlo.

 POLEGAR PARA BAIXO 

Envision

A temporada 2023/24 da Envision é um absoluto vexame. Correndo com o trem de força da Jaguar, que lidera o Mundial de Equipes, a equipe verde simplesmente não mostra desempenho, coleciona problemas e não consegue performar mesmo quando tem carro para tal. Robin Frijns até foi bem nos treinos livres, mas sumiu na classificação, enquanto Buemi segue sem conseguir sair do pelotão intermediário.

Como resultado, o suíço se embola com outros carros no meio do grid e, desta vez, foi acertado por Sette Câmara. Não teve culpa, é verdade, mas é impressionante a sequência trágica da esquadra no campeonato. De campeã no ano passado, a Envision ocupa a oitava colocação de 11 equipes e está mais perto da ABT Cupra, nona, do que da McLaren, sétima. Inexplicável e vergonhoso.

Jake Dennis

Enquanto a Andretti não consegue resolver os problemas de classificação, Dennis sofre. Largando em 18º, o atual campeão novamente precisou escalar o pelotão, mas o estreito traçado de Mônaco ofereceu muito mais desafios do que o circuito largo de Misano. Como resultado, Jake foi incrivelmente agressivo desde o início e partiu para cima de todo mundo, culminando em uma asa quebrada que encerrou qualquer chance de pontuar.

Perdeu o segundo lugar no campeonato para Cassidy e, por mais que faça boa temporada em termos de pilotagem e regularidade, dificilmente vai brigar pelo título enquanto a equipe não se acertar na atividade que define o grid.

Jehan Daruvala

Depois de contar com algumas punições e pontuar pela primeira vez em Misano, Daruvala dava a impressão de que uma remontada estava prestes a vir. Largou em décimo em Mônaco, uma boa posição para os parâmetros da temporada, mas não conseguiu bom ritmo mais uma vez e perdeu muitas posições ao longo da prova.

O que o coloca nesta lista, entretanto, é o fato de o indiano simplesmente não ter ativado o modo ataque obrigatório, o que causou uma punição bizarra — por não cumprir uma regra básica — e o jogou para o 20º lugar. A Maserati tem carro para fazer muito mais, e Maximilian Günther — que já venceu em 2024 — é a prova disso. Com um piloto apenas, entretanto, fica muito difícil.

A próxima etapa da Fórmula E está programada para acontecer entre os dias 12 e 14 de abril, com a rodada dupla de estreia do eP de Misano. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube.

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Assista à corrida completa do eP de Mônaco:

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