Foco e dedicação: os mantras de Matheus Ferreira na F4 para brilhar junto à Alpine

Paixão é paixão em qualquer esporte. E quando alguém é picado por esse “bichinho” no esporte a motor, meu amigo, não há quem segure. E não foi diferente para o brasiliense Matheus Ferreira, de 16 anos, personagem do GRANDE PREMIUM desta sexta-feira (13) na série “Rumo à Glória”. O piloto encerra, neste fim de semana em Vallelunga, sua primeira temporada na F4 Italiana e o saldo é mais do que positivo. Vestindo a camisa da Van Amersfoort Racing, o jovem busca fechar 2023 em alta.

Para isso, em toda a conversa que este escriba teve com Ferreira, a palavra “foco” e seus derivados dominaram. A maturidade do brasileiro impressiona, mesmo distante de sua casa. Na mudança para a Velha Bota, Matheus buscou a tranquilidade de Desenzano del Garda, província de Brescia – aos futebolistas, time que teve craques como Andrea Pirlo, Roberto Baggio, Branco e até Pep Guardiola -, cidade esta com pouco mais de 23 mil habitantes. Ao GP*, ele conta o que mais tem saudade do Brasil depois de quatro temporadas longe.

“Para mim, a mudança foi muito importante, sobretudo para atingir este meu objetivo de desenvolvimento. Com certeza, foi a melhor escolha. As dificuldades são muitas, mas a pior é ficar longe da família. De vez em quando, saio para me divertir com os meus amigos, tenho uma rotina bem normal”, falou.

Antes da mudança, Matheus brilhou no kartismo brasileiro. Ganhou o campeonato paulista, a Copa Rotax Micro e faturou o título nacional da modalidade, na categoria OK-Junior, em 2021. O casamento com o kart começou relativamente tarde, em 2017, mas foi amor à primeira vista. “Morava em uma cidade que não tinha kartódromo, mas passei férias na casa dos meus avós e tive contato, daí não consegui mais parar. Chegava nas competições, conseguia ganhar e me destacar e, a partir daí, só me dediquei cada vez mais”.

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O próximo passo, então, foi a Europa. E tome grandes performances no kart, novamente. As grandes atuações renderam um vice campeonato europeu em 2021 na classe OK-Junior – correndo pela Ean Eyckmans, Matheus só foi páreo para o britânico Freddie Slater naquela temporada -, e também no WSK Super Master, onde foi batido por Rashid Al Dhaheri, dos Emirados Árabes. O foco de qualquer piloto é a vitória, evidentemente, mas ele se orgulha muito do que fez naquele ano.

“Fui o mais novo brasileiro a conquistar o vice-campeonato na categoria, e chegar tão perto do título dos principais torneios da Europa. Sem dúvidas, têm equipes que se destacam mais que as outras e a minha não estava em seu melhor ano, mas fico bem feliz”.

O desempenho chamou a atenção da Alpine, que pinçou Ferreira para sua academia de pilotos ao final de 2022. O brasiliense integrou uma lista pesada e de bons nomes para o futuro do esporte a motor: Victor Martins e Jack Doohan, ambos na Fórmula 2; Nikola Tsolov e Gabriele Minì, competindo na F3; Abbi Pulling, atualmente na quinta colocação da F1 Academy; Kean Nakamura, no kart; e Aiden Neate, que disputa a F4 Britânica.

Matheus contou ao GP* como surgiu o convite dos franceses e como foi a relação em 2023. “Nossa conversa começa após me destacar com este vice-campeonato europeu e o WSK. A ligação com eles é ótima, sei que faço parte de um pacote de pilotos, mas aqui tudo funciona e flui muito bem. Sigo fazendo minha parte da melhor maneira possível e quero seguir mantendo o foco”sou um piloto e sei que faço parte de um pacote, onde tudo funciona e flui muito bem. Sigo mantendo o foco, e fazendo minha parte da melhor maneira possível”.

E foi assim que o piloto desembarcou na F4 Italiana, migrando para os monopostos pela holandesa VAR. Os resultados foram bastante bons, sobretudo o quinto lugar conquistado em Spa-Francorchamps, o melhor resultado na temporada. O brasileiro também somou seus 15 pontos em Monza, Paul Ricard e Mugello, antes da etapa final em Vallelunga. O saldo é bastante positivo, na visão de Ferreira. “Foi um ano de muito aprendizado, consciente de que minha equipe tinha muito trabalho a fazer, mas que era onde devia trabalhar. Quero finalizar este meu primeiro ano nos monopostos em alta”.

Para isso, a semana de prepração para uma rodada tripla é intensa. “Gosto de manter a preparação física em casa, com a mente 100% preparada, focado, tranquilo, deixando o lado emocional bem de lado”, disse Matheus. Ainda sem futuro definido em 2024, nosso personagem de hoje mostra bastante dedicação e paixão por aquilo que faz, mesmo com tão pouca idade. E, como é sabido, vamos para a sétima temporada sem um brasileiro como parte do grid da Fórmula 1, mas o caminho de Ferreira está traçado. Com foco e dedicação, seus mantras para ser realizado no esporte.

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