Corrida morna faz Texas precisar de milagre no domingo. Ou será hora da Indy se mudar

O GP do Texas emplacou a segunda corrida consecutiva muito, muito abaixo do que se espera de um oval. Com a rodada dupla se completando no domingo, a obrigação de um show melhor é gritante. Caso não venha, a Indy vai precisar repensar seu calendário, já tão carente de ovais

É mudar ou mudar, não há outro cenário possível diante do que se viu no GP do Texas 1, disputado neste sábado (1). Em uma corrida morna, para não dizer fria, Scott Dixon triunfou, mas isso ficou em segundo plano diante de uma frustração que estampou o rosto de boa parte dos fãs da Indy e, principalmente, dos ovais. Pelo segundo ano consecutivo, a prova no Texas foi extremamente chata.

A questão é que o desafiador traçado texano ganhou uma rodada dupla em 2021 e, por isso, vai receber mais uma corrida neste domingo (2). E é justamente aí que entra a parte da mudança: ou as coisas se mexem e, milagrosamente, o Texas tem uma excelente prova, ou, infelizmente, a Indy vai precisar considerar seriamente buscar um novo oval para a vaga da pista de Fort Worth.

Historicamente palco de corridas espetaculares, o Texas sempre se notabilizou pelas grandes disputas e também por seus acidentes, afinal, trata-se de um dos traçados mais traiçoeiros que a Indy tem. Para nem precisar ir muito longe, foi lá que Graham Rahal venceu de forma espetacular em 2016, por uma margem histórica de míseros 0s008 para James Hinchcliffe, com Tony Kanaan também lutando até os metros finais.

Will Power foi para o fim do pelotão pelas amarelas e de lá não saiu mais (Foto: IndyCar)

Só que isso ficou no passado. Sim, sabemos que as chamadas ‘pack races’, ou seja, aquelas corridas em um só pelotão, com vários carros andando sempre juntos e lado a lado, não vão mais acontecer. Por uma mudança sensível nos bólidos, também pelo aeroscreen, enfim, a Indy mudou e deixou de lado um tipo de prova que era absurdamente emocionante, porém também perigosa.

Mas, mesmo que não sejam ‘pack races’, existem corridas e corridas. O Texas mesmo teve provas decentes nos últimos anos, a Indy 500 também. Só que, o que se viu em 2020 e na corrida 1 deste 2021 em Fort Worth, não pode acontecer. O que aconteceu foi praticamente uma ‘não-corrida’, em um esquema que mais se aproximou de procissão do que de disputa de verdade.

A justificativa para isso é bastante simples: inventaram uma solução no asfalto que basicamente matou dois terços do traçado da pista. Sim, você leu certo. É que os texanos adotaram uma fórmula que deixava o asfalto mais atrativo para a Nascar, permitindo que a categoria tivesse mais disputas lado a lado na pista toda. E isso deu terrivelmente errado com os monopostos da Indy.

Em 2020, a categoria abriu a temporada na pista e aquilo mais parecia um traçado de dragster, de tanto escorregadio que era. Não tinha mistério: pistou na faixa preta da pista? Muro. Só se andava em uma fila, curtinha, de asfalto normal. O resultado foi uma vitória de Dixon em corrida chatíssima.

Scott Dixon venceu o GP do Texas pelo segundo ano seguido (Foto: Indycar)

O triunfo de Scott se repetiu na corrida 1 de 2021 e o nível da prova foi bem próximo. Ok, tivemos um pouquinho mais de disputas, mas nada que tenha valido a pena para uma noite de sábado. A melhora se deveu à tentativa desesperada dos donos da pista de rasparem o asfalto mais escuro. Só que a solução da Nascar não saiu completamente e, bom, meio que continuou sendo um traçado de uma linha apenas.

A curiosidade maior que fica para o domingo é uma só: sem a preocupação de ter uma prova no dia seguinte, será que os pilotos vão ousar mais e tentar beliscar o traçado de fora mais vezes? E, se o fizerem, vão parar no muro como James Hinchcliffe ou terão algum sucesso, consequentemente ultrapassando mais?

Essas dúvidas vão ser cruciais para ditar os rumos da Indy e do GP do Texas. Primeiro porque a categoria vai ter de se preocupar com a Indy 500, afinal, o nível da prova não é culpa exclusiva da pista. Segundo porque, emendando três corridas ruins seguidas, talvez o oval de Fort Worth já não seja das melhores opções para o calendário.

E dizer isso é cada vez mais duro, em tempos em que a Indy só vai limando ovais do calendário. É justamente por essa escassez que a categoria tem ao menos de caprichar nas pistas escolhidas. Já que tantos ovais passam por problemas financeiros ou não têm a segurança necessária para a categoria, que ao menos se encontre uma solução que una isso com uma boa corrida.

O calendário de hoje da Indy conta com míseros três ovais, sendo um deles curto, em Gateway. Com um número tão baixo, a única coisa que os fãs da categoria esperam é que as corridas sejam ao menos movimentas, imprevisíveis e disputadas até o fim. Domingo é o ‘Dia D’ para que o Texas mostre que pode render isso.

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