Honda cogita saída da Indy em 2026 e vê futuro em outras categorias: “Nascar ou F1”

Chuck Schifsky, gerente da Honda norte-americana, ressaltou que, se não houver a renovação com a Indy, o motivo será financeiro e clama para a entrada de uma terceira montadora na categoria

A Honda avalia a saída da Indy após o fim do contrato, que acaba em 2026. O braço americano da gigante automobilística japonesa afirmou, em longa entrevista à Racer nesta sexta-feira (8) que, com os cultos aumentando paulatinamente, a montadora ligou o sinal de alerta para a renovação.

Os crescentes gastos anuais para fornecer mais da metade dos 27 carros em tempo integral da Indy com motores V6 e apoiar de 16 a 18 inscrições todo mês de maio para as 500 Milhas de Indianápolis levaram a Honda a contemplar um futuro sem sua marca envolvida na categoria, à qual ingressou em 1994.

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“Sim, isso nos preocupa. Se optarmos pela não renovação, será esse o motivo. Não temos um terceiro fabricante e a razão para isso tem a ver com o gasto. Se o retorno do investimento correspondesse, teríamos com certeza outras montadoras envolvidas”, afirmou Chuck Schifsky, gerente da Honda norte-americana.

“Estamos procurando uma mudança total nos regulamentos de motores para que possamos eliminar algumas dezenas de milhões de dólares em custos técnicos anuais. Se não o fizermos, podemos ir à Nascar ou investir mais esforços na Fórmula 1, ou algo que não seja automobilismo”, analisou Schifsky.

Álex Palou é um dos pilotos que tem motor Honda na Indy (Foto: IndyCar)

Por meio da Acura, a Honda norte-americana investiu no WTCC do IMSA e conquistou três vitórias, causando uma boa impressão com um protótipo rápido e de alta tecnologia. A categoria serve de exemplo para Chuck, afinal são muitas montadoras envolvidas com um retorno de investimento que recompensa a indústria automobilística.

“Há vários fabricantes por lá e rumores de que entrarão ainda mais porque os custos correspondem a um bom valor. Se você imaginar que fornecemos motor entre 15 e 17 carros, caso ele seja reduzido para 9 ou 10, já melhora bastante nosso cenário”, analisou.

O CEO da Indy, Mark Miles, reconhece as preocupações da Honda sobre a necessidade de um terceiro fabricante. E sugeriu que a categoria precisa iniciar sua era híbrida antes que a contratação de outra montadores seja possível e que termine o contrato com os japoneses.

“A Honda é um parceiro historicamente comprometivo que valorizamos. A única coisa óbvia, e que não é novidade, é o quão impactante seria se tivéssemos o terceiro fornecedor de motor em termos de redução de custos para Honda e Chevy“, disse Miles.

Scott Dixon foi vice-campeão com motor Honda em 2023 (Foto: IndyCar)

“Se você tiver que fornecer menos motores e equipes, isso custará menos. Não é uma nova prioridade. É algo importante em que estamos trabalhando, mas sinto que há oportunidades com o lançamento do híbrido. No entanto, estamos relutantes em fazer qualquer coisa que emburreça as corridas, assim, o melhor caminho é buscar esse terceiro motor”, completou.

A Honda, ainda assim, mantém a serenidade e não tem pressa em sair, mas acredita que seu futuro nas corridas norte-americanas de monopostos está em dúvida. “Amamos a Indy e temos cerca de um ano para decidir o que fazer. Só pedimos que ninguém considere que vamos ficar automaticamente apenas por estar aqui há 30 anos, deve-se presumir que em algum momento podemos sair”, completou Schifsky.

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