Presidente afastado da Penske se desculpa após fraude em St. Pete: “Falhei como líder”

A Penske confirmou, na manhã desta terça-feira (7), que o presidente Tim Cindric está suspenso das atividades do time. A sanção veio após o escândalo do uso indevido do push-to-pass no GP de São Petersburgo, etapa que abriu o calendário da temporada 2024 da Indy. Momentos após o comunicado da equipe, Cindric se desculpou publicamente pelo ocorrido e admitiu que falhou como líder.

O time de Roger Penske viu os carros de Josef Newgarden e Scott McLaughlin serem desclassificados da corrida, além de Will Power perder dez pontos no campeonato por violar, assim como os companheiros de equipe, os parâmetros do push-to-pass.

Após a punição, a Penske abriu uma investigação interna e constatou “falhas consideráveis no processo e na comunicação”. Como resultado, a equipe promoveu uma série de sanções, suspensendo Luke Mason (engenheiro de corrida nº 2), Robbie Atkinson (engenheiro de dados sênior), Ron Ruzewski (diretor-geral) e Tim Cindric das duas próximas corridas da Indy — incluindo as 500 Milhas de Indianápolis. Cindric se desculpou pelo ocorrido.

“Para Ron [Ruzewski] e eu, como líderes da equipe, não é sobre o que fizemos, é sobre o que deixamos de fazer. É nossa responsabilidade fornecer à equipe e aos pilotos os processos corretos para garantir que algo assim não aconteça. Por isso, peço desculpas a Roger [Penske], à equipe e a todos que nos apoiam”, apontou Tim.

“Nosso trabalho é proteger e melhorar a reputação da nossa marca e daqueles que nos apoiam. Nesse sentido, como líder geral, falhei e devo explicações. Isso é uma equipe, e em minha posição, é o mais certo a se fazer”, finalizou Cindric.

Entenda o caso

A Penske teve dois carros desclassificados do GP de São Petesburgo, realizado no início do mês de março: Newgarden e McLaughlin, respectivamente vencedor e terceiro colocado da prova. Além disso, Will Power perdeu 10 pontos no campeonato por violar, assim como os companheiros de equipe, os parâmetros do push-to-pass. Pato O’Ward herdou a vitória e o australiano, mesmo punido, subiu ao segundo lugar.

A penalização veio praticamente 45 dias após a corrida, pois a fraude só foi descoberta no warm-up do GP de Long Beach. A categoria revisou os dados da etapa de St. Pete e identificou a manipulação no sistema de ‘push-to-pass’ nos carros #2, #3 e #12 da Penske, que permitia aos pilotos utilizarem o botão de ultrapassagem em largadas e relargadas.

Após a varredura, identificou-se que a Penske burlou dois artigos: 14.19.16, que fala especificamente sobre a utilização do sistema antes da linha de largada e chegada, o que é proibido por regulamento, e o 14.19.15, que trata do envio de dados do acionamento do ‘push-to-pass’ à central de monitoramento, que abre margem para uma série de especulações acerca do uso do sistema por parte da equipe.

Pelo regulamento da Indy, o sistema só pode ser acionado após cruzar a linha de largada, e foi constatado que Newgarden e McLaughlin conquistaram vantagem competitiva de forma indevida, sendo, assim, desclassificados. 

Newgarden chegou a dar uma entrevista coletiva durante o fim de semana do GP do Alabama e, bastante emocionado, justificou que acionou o botão por força do hábito e não com intenção de trapacear. “Podem me chamar de incompetente, idiota ou trapaceiro, mas não falem que sou mentiroso. Não sabia que fiz algo de errado até o último final de semana. Pode parecer piada, porém, as coisas aconteceram desse modo. Pergunte a qualquer um se ali não é o local de se apertar o botão. Percebi que o sistema estava funcionando, mas não foi algo premeditado, não foi má-fé. Terminei aquela corrida sem achar que tinha feito algo errado”, argumentou.

A Indy retorna em menos de duas semanas, no dia 11 de maio, com o GP de Indianápolis, etapa que acontece no circuito misto do Indianápolis Motor Speedway, em Indiana.

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