Kanaan deixa futuro em aberto na Indy 500: “Não quero estar só para participar”

Tony Kanaan largou a Ganassi e vai disputar as 500 Milhas de Indianápolis de 2023 com a McLaren. A equipe britânica vem de bons resultados no Brickyard e lhe dá uma boa chance de vencer a tradicional prova pela segunda vez. Contudo, o time já está acertado com Kyle Larson, campeão da Nascar em 2021, para a corrida de 2024. Questionado se essa poderia ser sua última participação na Indy 500, o brasileiro afirmou que ainda não tomou essa decisão.

“A resposta, honestamente, é: acho que definitivamente tomarei uma decisão, o que não depende apenas de mim. Cabe a mim dizer: ‘É isso’, mas, se não, acho que tomarei a decisão quando cruzarmos a linha de chegada naquele domingo”, disse Tony em entrevista ao Motorsport.com.

“Quando eu ganhar – se eu ganhar! – Vou colocar todo mundo em uma situação complicada e falar: ‘Vou voltar!’ Foi exatamente isso que aconteceu no ano passado. No momento, o foco é nessa Indy 500. Não foi um erro, mas anunciamos algo há dois anos e então surgiu uma grande oportunidade com o carro do Jimmie. Não vou sair falando ‘é isso que vou fazer’. Só vou deixar acontecer”, explicou o vencedor da Indy 500 de 2013.

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Depois de terminar a última edição na terceira posição, Kanaan sabe que sua experiência na prova tem muito valor para as equipes. O brasileiro também destaca que, para continuar correndo as 500 Milhas de Indianápolis, quer estar em uma equipe que possa vencer e não apenas para participar, como é o caso da McLaren, que colocou Pato O’Ward e Felix Rosenqvist entre os cinco primeiros em 2022.

“Deixe-me colocar desta forma… e sem desrespeitar nenhuma equipe, porque acho que temos um bom grupo de equipes que podem vencer as 500 milhas. Mas, neste ponto, se não for a oportunidade certa para mim, então não participaria. Não quero estar na Indy 500 só para participar. Na verdade, no ano passado, isso fez parte da minha decisão quando eu decidi voltar neste ano. Sim, quero ganhar. Prefiro ver um jovem chegando, ocupando seu lugar em sua primeira Indy 500, do que eu participando apenas para adicionar um carro”, ressaltou o campeão da Indy de 2004.

Tony deixou de competir em todas as corridas da categoria americana em 2019 e correu apenas os ovais nas duas temporadas seguintes. No ano passado, pela primeira vez correu apenas a Indy 500. Aos 48 anos, ele comenta o lado mental que envolve sua decisão de continuar competindo e destaca a importância dos bons resultados para calar os críticos e se tranquilizar.

“Você é tão bom quanto seu último resultado. Quando você começa a chegar na minha idade, que é 48, aliás, as pessoas te fazem essa pergunta. As pessoas duvidam de você. As pessoas dizem: ‘Talvez seja a hora…?’ Todas essas perguntas. A única maneira de tranquilizar até a si mesmo, porque não vou dizer que você não se questiona, ‘chegou a hora?’, e aí você tem um resultado como o do ano passado, e é como, ‘Uau, quer saber? Eu sei que ainda posso fazer isso.’ Isso pesa muito nas minhas escolhas daqui para frente”, contou o brasileiro.

“Sei que tudo pode acontecer nas 500 Milhas de Indianápolis, mas desde que eu tenha na cabeça que sou competitivo, não importa se termino em terceiro ou se sou só mais um, mas se acho que ainda tenho a possibilidade de vencer, vou continuar tentando. Mas também preciso que outras pessoas vejam isso – patrocinadores – e, convenhamos, não vou conseguir um assento se não for para uma corrida. Eu não vou voltar para fazer uma temporada completa de novo de qualquer maneira”, concluiu Kanaan.

A edição das 500 Milhas de Indianápolis de 2023 está marcada para o dia 28 de maio. A temporada da Indy se inicia no dia 5 de março, com o GP de St. Pete, nas ruas da Flórida.

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