Assen volta a castigar, e ano de estreia de Lorenzo com Honda tem requinte de crueldade

Seis anos e um dia após a lesão que culminou com um dos momentos mais memoráveis de sua carreira, Jorge Lorenzo voltou a ser assombrado pelos fantasmas de Assen. Nesta sexta-feira (28), o #99 sofreu uma queda que lhe deixa fora de combate por quatro semanas

O primeiro dia de treinos para o GP da Holanda ficou marcado por mais uma revés de Jorge Lorenzo. Depois do polêmico acidente na segunda volta do GP do Catalunha, o #99 voltou a ser o centro das atenções, mas, de novo, por razões bastante indesejadas.
 
Restando pouco mais de cinco minutos para o fim da atividade matutina, Lorenzo caiu na curva 7 de Assen. O #99, que neste fim de semana estreava uma série de atualizações desenvolvidas pela Honda, deu uma sequência de piruetas na brita holandesa e ficou visivelmente dolorido.
 
O espanhol de Palma de Maiorca se sentou próximo à proteção de pneus e recebeu os cuidados da equipe médica local. Levado de ambulância ao centro médico, Jorge foi transferido ao hospital para passar por exames mais detalhados, que acabaram por constatar fraturas nas vértebras T6 e T8. Assim, o tricampeão da MotoGP está fora do GP da Holanda.
 
Ao fim do primeiro dia de atividades, os pilotos se queixaram de muitas ondulações no asfalto, especialmente na entrada das curvas 6 e 7. Além de Lorenzo, a sétima curva de Assen também foi palco de um acidente com Johann Zarco.
 
Companheiro de Honda, Marc Márquez avaliou que o tombo de Lorenzo é também um indicativo em relação a RC213V.
 
“A queda de Lorenzo demonstra que a Honda não é a MotoGP mais fácil do grid”, avaliou o #93.
Jorge Lorenzo sofreu um novo revés em 2019 (Foto: Repsol)
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Apesar da constatação de Márquez, ninguém precisava esperar pelo revés desta sexta para este tipo de conclusão. A temporada de estreia de Lorenzo com a marca da asa dourada fala por si só.
 
Nas sete primeiras provas do ano, Jorge somou apenas 19 pontos, sua menor pontuação neste mesmo intervalo desde que subiu para a MotoGP. Até então, a menor pontuação após sete GPs tinha sido registrada em 2017, ano de estreia com a Ducati, quando acumulou 59 pontos.
 
Além do número baixo no placar, chama atenção o número de quedas. O tombo desta sexta foi o sexto de Lorenzo em 2019, igualando o total do ano passado. Além disso, já é uma marca superior ao total do espanhol nas temporadas de 2013, 2014 e 2016, por exemplo.
 
Curiosamente, o revés desta sexta-feira acontece seis anos e um dia após a lesão que culminou com um dos momentos mais memoráveis da carreira de Jorge. Em 27 de junho de 2013, o então piloto da Yamaha fraturou a clavícula esquerda em uma queda no segundo treino livre do mesmo GP da Holanda
 
Lorenzo, então, voltou à Espanha para ser operado e, cerca de 30 horas após a intervenção médica, recebeu a bandeirada na quinta colocação, 15s510 atrás de Valentino Rossi, que, na época, encerrou um jejum de 2 anos e 8 meses sem vencer.
 
O desfecho desta sexta-feira é apenas mais um capítulo de uma temporada com requintes de crueldade. Defendendo a terceira montadora na carreira na MotoGP, Jorge já tinha sofrido para se adaptar à Desmosedici da Ducati, mas nem o mais pessimista podia esperar um roteiro como este de 2019.
 
Chefe da Honda, Alberto Puig já confirmou que Jorge vai ficar de fora também do GP da Alemanha. A expectativa agora é poder contar com o espanhol para Brno, o início de agosto.
 
A nova lesão, porém, representa um novo atraso na adaptação de Lorenzo à Honda. Vale lembrar que o piloto não começou a temporada em plena forma e ainda não conseguiu se adaptar a RC213V. Veremos o quanto a nova lesão vai retardar esse processo.
 

O GP da Holanda de MotoGP está marcado para o domingo, às 9h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO.

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