Com moto que “não é competitiva”, Aleix Espargaró celebra “um dos melhores dias da minha carreira”

Aleix Espargaró celebrou o sexto lugar conquistado em Aragão em um ano de muitas dificuldades para a Aprilia. Catalão contou que teve de pilotar o tempo todo no limite para conseguir um bom resultado com uma moto que não é competitiva

Aleix Espargaró não tem feito segredo das dificuldades da Aprilia. Tradicionalmente sorridente, o espanhol admitiu que tem tido dificuldades para encontrar motivação, mas ganhou uma ‘folga’ em Aragão, quando conquistou o sexto lugar e repetiu seus melhores resultados a bordo da RS-GP.
 
No sábado, após se classificar apenas em 15ª, Aleix manifestou o desejo de ver 2018 chegar logo ao fim, uma declaração que também refletia o novo revés do irmão, Pol, que fraturou a clavícula mais uma vez um acidente nos treinos
 
Aleix Espargaró conquistou o sexto lugar em Aragão (Foto: Aprilia)
“Estou muito feliz. Sinceramente, foi um dos melhores dias da minha carreira e é só o sexto lugar, mas eu estou com muita dificuldade neste ano. Tem sido difícil manter a alegria, ficar motivado”, disse Aleix. “Esta é uma das minhas pistas favoritas e a chave para a corrida foram as primeiras voltas. Fiz uma largada super boa e, nas primeiras cinco voltas, eu fui muito forte. Aí segui [Dani] Pedrosa na maior parte da corrida. Espero que possa fazer o mesmo nas próximas”, seguiu.
 
Na visão de Aleix, um dos motivos de sua boa performance foi o trabalho de Pietro Caprara, que assumiu o comando de sua equipe no lugar de Marcus Eschenbacher, que vai para a KTM no ano que vem. Ainda assim, o #41 destacou que teve de pilotar acima do limite para conseguir um bom resultado.
 
“Pietro está ajudando muito, porque ele é jovem, novo no time, está me apoiando bastante e acreditando em mim”, comentou. “Além disso, nós mudamos muito o equilíbrio da moto durante o teste em Misano, tentando encontrar uma melhor temperatura para o pneu, que é um dos problemas deste ano. Colocamos mais peso na frente e a moto está virando um pouco melhor. A moto não teve uma revolução, porque é o que é, mas eu me sinto um pouco melhor, recuperei uma pequena agressividade”, explicou.
 
“Fui muito agressivo na primeira parte da corrida e isso é graças às mudanças que fizemos, mas ainda é muito no limite”, comentou. “Sei que todos estão no limite, mas eu estava acima do limite, estava realmente arriscando muito nas primeiras 12 voltas”, frisou.
 
Foi a terceira vez que Aleix conseguiu um sexto posto com a Aprilia, mas, enquanto o catalão recebeu a bandeirada no MotorLand a 9s396 do vencedor Marc Márquez, a diferença é maior do que nas vezes anteriores. No GP do Catar do ano passado, o atraso foi de 7s661, enquanto na prova de Alcañiz de 2017, Espargaró cruzou a linha de chegada 6s962 depois do vencedor.
 
“Este ano para mim é melhor, porque, no ano passado, eu era competitivo, estive muitas vezes no top-10, muitas vezes no Q2. Mas, este ano, nada está funcionando. A moto não é competitiva. Estou com muita dificuldade. É difícil pontuar”, indicou. “Então não é o sexto lugar que me deixa muito feliz, é que nós estávamos com o grupo do pódio na primeira parte da corrida e, na segunda metade, eu estava perdendo apenas dois ou três décimos por volta em relação a Pedrosa”, justificou.
 
“Isso me deixa muito feliz. Eu estava super focado. Pilotando no limite e não cometi nenhum erro, em nenhuma curva. Então estou satisfeito comigo”, ressaltou.
 
Ao longo do fim de semana, Aleix revelou que pediu para correr com a RS-GP de 2017 em Aragão, mas teve o pedido recusado. Mesmo confiante de que a moto anterior era mais competitiva, o catalão completou a disputa 13s mais rápido do que no ano passado.
 
“Acho que as pessoas ao meu redor, os engenheiros da Aprilia, são inteligentes o bastante para saber qual o nível da RS-Gp. Muitos pilotos pilotaram essa moto no passado e os resultados estão lá para serem vistos”, lembrou. “Sou o único que conseguiu ser competitivo e estou com muita dificuldade, muita, muita. Então eles sabem que temos de mudar muito a moto de 2019 e melhorar muito para estar lá”, avaliou.
 
“Mas eu não ligo, sempre dou 100%. Fiz um resultado super bom em Misano e sempre foi só um 14º lugar, mas eu realmente forcei da primeira à última volta, com um ritmo super bom, mas foi o máximo. Aqui eu fiz o mesmo, mas sou muito mais forte nesta pista e consegui o sexto lugar”, comentou. “Mas, mesmo assim, eles sabem que a moto está longe. Na temporada passada, eu terminei em sexto e pude segui-los na reta. Hoje, eu passei Pedrosa duas ou três vezes e ele vinha na reta, ele era 10 km/h mais rápido do que eu. Foi muito difícil. Eu perdia muito tempo nas retas e destruí meu pneu dianteiro na freada para ficar com ele”, continuou.
 
“Eu estava preocupado que os pneus não fossem aguentar até o fim ou que eu caísse, porque, por exemplo, na última curva depois da reta oposta, eu estava freando mais tarde do que na classificação. Eu estava arriscando muito a cada volta”, reforçou. “Então nós precisamos melhorar o motor, porque eu não posso pilotar assim todos os fins de semana, pois vou cair dez vezes de 19 corridas”, completou.

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