Bastianini executa plano à perfeição e reafirma competência com atuação em Austin

Se restava alguma dúvida de que a vitória no GP do Catar não tinha sido fruto do acaso, Enea Bastianini mostrou no GP das Américas da MotoGP que está preparado para voos mais altos. Dono de um ritmo forte, o italiano da Gresini soube preservar o equipamento, esperar o momento certo de atacar e pilotar com retidão para alcançar a segunda vitória na temporada

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Enea Bastianini é um homem com uma missão. Disposto a provar para a Ducati que merece mais do que uma moto defasada ― afinal, a Desmosedici guiada por ele é a GP21 do ano passado ― e uma equipe satélite, o italiano encerrou o domingo (10) em Austin com a segunda vitória em quatro corridas na temporada 2022 e a liderança da MotoGP.

Aos 24 anos, o piloto de Rimini seguiu um roteiro bem parecido com aquele do GP do Catar. É aquilo a que muitos aqui no Brasil definiriam como ‘cozinhar o galo’. Dono de um ritmo forte, o melhor do quarto treino livre ― quando os pilotos efetivamente mostram as armas de que dispõem para a corrida ―, Enea acompanhou o passo de Jack Miller na primeira parte da disputa no GP das Américas, preservando a moto da Gresini e os pneus Michelin para deixar o ataque justamente para o final da corrida.

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Com vitória em Austin, Enea Bastianini deixou mais um currículo na mesa do chefão da Ducati (Foto: Gold & Goose/Red Bull Content Pool)

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Bom piloto que é, Enea precisou também lidar com o improviso, já que um Álex Rins surgiu embalado para antecipar os planos de ataque. Com o piloto da Suzuki cheio de graça, ‘The Beast’ foi ao ataque, tomou a liderança de Miller e tratou de abrir margem para não mais ser ameaçado.

“A estratégia de hoje consistia especialmente em poupar os pneus e gerir o físico, especialmente no setor 4”, resumiu Enea. “Na segunda parte da corrida, vi que as coisas iam melhor, como no Catar, mas, no início, não estava tão claro. Rins queria me passar constantemente e entendi que tinha de forçar bastante e não reservar tanto, por isso ataquei a partir de metade da corrida”, explicou.

“Foi assim que eu venci a corrida. Foi fantástico, pois este circuito e o público daqui me encantam”, frisou.

Assim como no Catar, Bastianini acompanhou o líder e deixou o ataque para o final, quando o adversário da vez já estava sem pneus. Naquela primeira vitória, Pol Espargaró foi a vítima em Lusail. Desta vez, foi Jack Miller quem perdeu a liderança para o titular da Gresini. Embora sejam duas Desmosedici, são motos diferentes, já que o australiano conta com a moto do ano de Borgo Panigale.

“Catar foi magnífico para a Ducati, são muitas retas e aproveitamos a potência, mas aqui eu também era rápido em comparação com as outras Ducati. Espero poder repetir resultados como este no futuro. No momento, vou comemorar o de hoje”, declarou.

Agora, o Mundial segue para a Europa, mas Bastianini não acha que o desembarque no velho continente vá mudar tanto assim a dinâmica do campeonato.

“Nas corridas da Europa, todo mundo vai estar muito próximo de novo”, apostou.

Enea Bastianini dividiu pódio de Austin com Álex Rins e Jack Miller (Foto: Gold & Goose/Red Bull Content Pool)

Alvo de muitos elogios por causa das boas atuações que vem apresentando em 2022, Bastianini apontou os pontos fortes que considera ter, mas ressaltou onde ainda sente que pode melhorar.

“Entro muito rápido nas curvas, principalmente em freadas longas. No momento, sou mais lento no meio da curva em comparação a Jack ou [Jorge] Martín, preciso melhorar nesse aspecto. São estilos de pilotagem diferentes, mas devo melhorar nesse sentido”, assumiu.

Ainda, Enea fez um balanço das duas vitórias e avaliou que, embora a do Catar tenha um valor emocional maior, a de hoje é mais importante.

“Todas as corridas são importantes para mim, é questão de ir acumulando pontos. A vitória do Catar foi muito especial, pude dedicá-la a Fausto [Gresini], era a primeira da Gresini [após a morte do ex-dirigente], mas, para mim pessoalmente, a de hoje é melhor, porque quer dizer que sou constante. Na Argentina foi um fim de semana estranho, mas me sinto regular. Para mim, a vitória de hoje é mais especial”, indicou.

O fato é que Bastianini está de volta à liderança do Mundial após Austin, agora com cinco pontos de vantagem para Álex Rins, o vice-líder do Mundial de Pilotos. Além de colocar a Gresini sob os holofotes, Enea joga pressão para cima da Ducati. Com um elenco de oito pilotos, a fábrica tem inúmeras opções para fechar a composição do time de fábrica ao lado de Francesco Bagnaia, mas o #23 acaba de colocar uma nova cópia do currículo na mesa de Gigi Dall’Igna, o chefe da Ducati Corse.

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