Bagnaia em grandessíssima fase não basta para magistral Quartararo na Áustria

O melhor de Francesco Bagnaia não foi o bastante para minar a vantagem de Fabio Quartararo na classificação da MotoGP. Neste domingo (21), o piloto da Ducati mostrou mais uma vez que vive uma excelente fase, repetindo o que só Casey Stoner tinha feito pela casa de Bolonha, ainda em 2008: venceu a terceira corrida seguida. Mas o bom resultado não fez mais do que tirar cinco pontos da vantagem do francês da Yamaha no Mundial de Pilotos. É pouco, muito pouco. Ainda mais no Red Bull Ring.

Desde que a classe rainha retornou ao traçado de Spielberg em 2016, a Ducati reinou quase que soberana. Agora, são sete vitórias em nove corridas, com outros dois triunfos na conta da KTM. A Desmosedici sempre nadou em águas tranquilas por lá. Pelos treinos de sábado, a casa de Bolonha tinha opções de vencer com mais de um piloto: Pecco, Enea Bastianni, Jack Miller, Jorge Martín, Johann Zarco… Nomes não faltavam.

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP
🧮 Quartararo faz mágica e sai mais líder da MotoGP 2022 da Áustria

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Fabio, por outro lado, embarcou sabendo que não teria vida fácil. Mesmo com a nova chicane, que deixou o traçado mais lento graças a uma mudança na curva 2. No primeiro dia de treinos, Zarco chegou a dizer que o novo desenho da pista ajudava a Ducati, já que era um novo ponto de aceleração, uma das forças da Desmosedici.

Na classificação, a fábrica italiana subiu um paredão, tomando não só toda a primeira fila, mas também a quarta posição. Fabio teve de se contentar em ser quinto, com Zarco logo atrás. Como tem feito ao longo de todo 2022, ‘El Diablo’ sabia que precisava de uma largada perfeita para dar combate às poderosas Desmosedici. Mas isso não aconteceu.

Ao invés de avançar na saída, Quartararo retrocedeu e caiu para sexto. Diferente de Pecco. Segundo na grelha, o integrante da Academia de Pilotos VR46 tomou a liderança logo na saída e de lá praticamente não mais saiu.

Fabio esperou até a volta 5 para dar o primeiro sinal de progresso e, pouco a pouco, foi avançando. Com o ritmo possante que já tinha mostrado nos treinos, o campeão do ano passado melhorou pouco a pouco, até que, com quatro voltas para o fim, usou a chicane para tomar a segunda colocação de Miller.

“Foi uma ótima exibição de um ótimo piloto”, declarou Lin Jarvis, diretor da Yamaha, em entrevista a Simon Crafar no serviço de streaming da categoria. “Se nós pudéssemos dar a ele um pouco mais de apoio, não há dúvidas de que ele era o melhor cara na pista”, frisou.

Massimo Meregalli, diretor da equipe, também exaltou o nível diferenciado de Quartararo no momento.

“A corrida de Fabio foi incrível! É muito merecido, pois ele está pilotando em um nível diferente de todos os outros neste campeonato no momento. Ele está tirando o máximo do nosso pacote e fazendo ultrapassagens que os outros nem sequer consideraram, mas que casam com as nossas forças, como a que fez na chicane, quando tomou o segundo lugar”, exaltou Maio. “Ele foi rápido, consistente e inteligente. É uma pena que nos tenha faltado alguma coisa aqui, pois, na nossa imparcial opinião, Fabio foi o piloto mais forte hoje”, declarou.

“De qualquer forma, sair desta pista com uma vantagem maior no campeonato é como uma vitória para nós”, desabafou.

O #20 comentou que não sabe se as pessoas têm a percepção do quanto é difícil para ele conquistar este tipo de resultado, já que o déficit de performance da Yamaha dificulta muito o confronto, especialmente com as Ducati.

“No final, me custa muito. Não sei se percebem como eu, mas é muito sofrimento. Me custa muito encontrar lugar para fazer as ultrapassagens. No final, é incrível o que eu fiz na chicane, no tinha outra solução. Não tinha pensado que dava para fazer lá, mas, no fim, foi muito importante poder ultrapassar Miller”, comentou. “O que me custa mais são as ultrapassagens, não posso prepará-los, não posso fazer a diferença, quase caio cinco ou seis vezes, mas estou contente, pois estava muito concentrado e sem perder os reflexos, o que é importante”, considerou.

O resultado serviu, também, para validar a teoria de Fabio de que Bagnaia é o principal rival pelo título, já que Aleix Espargaró foi apenas sexto na corrida.

“Sim, é o que eu acho. Pecco é o rival mais forte. Com cinco vitórias, é o meu rival número um. Mas hoje eu gostei muito, pois em um circuito como este, favorável às Ducati, ver onde estávamos e até onde chegamos”, sublinhou. “Saio com muita confiança e agora acho que, com a carenagem que temos, podemos nos sair bem em Misano” avaliou.

Com uma performance dominante na corrida, Bagnaia reconheceu que não foi fácil, já que a escolha de pneus não foi a ideal para a prova. O #63 correu com macio na dianteira e médio atrás.

“São três seguidas, mas não foi nada fácil hoje. Decidimos o pneu dianteiro por segurança, mas não foi uma boa escolha, pois ficava bloqueado na parte final da corrida. Antes ia bem, mas não podia frear forte, então foi uma corrida muito complicada”, explicou.

Depois de um início irregular de temporada, com quatro abandonos, Pecco comemorou ter um novo fôlego no campeonato, agora com menos cinco pontos de atraso para Quartararo.

“Recortamos mais cinco pontos, que era o objetivo, seguir escalando. Esse era o plano. Tenho certeza de que não vai ser possível em todas as corridas, então estou feliz por ter conseguido mais uma vez”, comemorou. “Agora vamos para Misano, onde podemos ir bem”, previu.

Francesco sabe, contudo, que os erros da primeira parte do campeonato seguem cobrando um preço bastante alto.

“Me equivoquei em muitas decisões este ano, mas quando você comete um erro, é preciso aprender com ele. No entanto, me falta muitíssimo para aprender, mas demos passos à frente”, calculou. “Hoje tivemos situações muito difíceis, no limite da queda, e salvamos, isso é o que aprendemos, para não passar do limite”, pontuou.

Mesmo com o pequeno talho na liderança de Fabio, Bagnaia mantém a esperança na briga. Enquanto tiver chances matemáticas, o italiano promete seguir lutando.

“Se em algum momento pensei que não podia ganhar o Mundial, foi depois de uma queda, mas foi só por um momento. Sou muito otimista e sempre acreditei que podemos lutar pelo título. Enquanto tivermos opções, nunca deixaremos de lutar para conseguir”, encerrou.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 4 de setembro para o GP de San Marino e da Riviera de Rimini, em Misano. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

LEIA TAMBÉM
# Moreira revela “muitas ofertas”, mas fala em ficar na Moto3 em 2023 para tentar título
# Com Ducati e Aprilia, Itália domina top-5 da MotoGP pela primeira vez em 54 anos
# Viñales cresce e vira trunfo da Aprilia na luta por título da MotoGP na temporada 2022
# Marc Márquez se faz presente e aumenta pressão na Honda. E pode até impactar pilotos
# Marc Márquez aguarda exame médico na próxima semana para definir volta à MotoGP
# MotoGP anuncia adoção de corridas sprint em todas etapas da temporada 2023
# Melhora do show × estúpido: pilotos divergem sobre corridas sprint na MotoGP 2023

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.