Bagnaia e Bezzecchi brilham na MotoGP. Mas sprint faz nova vítima na Itália

A estreia das corridas sprint na Itália seguiu à risca o caderno de receitas da ‘nonna’: a característica competitividade da MotoGP estava presente também em Mugello, mas aquele já rotineiro toque de carnificina deu as caras mais uma vez.

Do lado positivo, fica o combate entre Francesco Bagnaia e Marco Bezzecchi. Líder e vice-líder do Mundial, os dois disputaram a vitória em uma corrida que viu algumas gotas de chuva aparecerem para deixar os pilotos mais cautelosos. A água, porém, não foi o bastante para forçar um flag-to-flag.

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Dono da pole, Bagnaia até chegou a perder a liderança para Jorge Martín na primeira parte da disputa de 11 voltas, mas recebeu de Bezzecchi a maior pressão. Ainda assim, o #1 soube se manter firme e abrir um pouco de vantagem para garantir o triunfo.

“A verdade é que eu estava com um pouco de medo no final, porque estava chovendo bastante nos setores 2 e 3”, disse Bagnaia ao streaming espanhol DAZN. “Mas eu sabia que estávamos bem em termos de ritmo. Fui competitivo, Marco também. Tratei de garantir que ele não tivesse uma chance de ultrapassar”, seguuiu.

Questionado se poderia escapar na ponta se não fosse pela chuva, Bagnaia respondeu: “Não sei, pois, no início, tive medo de ser um flag-to-flag e não era o ideal. Mas estou muito contente, pois vi que as condições foram melhorando e começamos a fazer o ritmo que fizemos no TL3 da manhã e me encontrei muito bem”.

“Sabia que Marco estaria muito perto, porque ele foi rápido todo o fim de semana. E só tentei não deixá-lo a possibilidade de estar muito próximo, porque sei perfeitamente o potencial que ele tem na briga, então não queria entrar nisso”, completou.

Titular da VR46, que lidera a disputa no Mundial de Equipes, Bezzecchi reconheceu que Pecco era mais forte em alguns pontos da pista, especialmente nos principais pontos de frenagem.

“Estou muito feliz com a corrida de hoje”, começou Bez. “Dei tudo de mim para ficar próximo de Pecco depois de uma classificação que não foi perfeita. Estou satisfeito com o ritmo, que é realmente notável, e acho que será uma ótima corrida amanhã”, previu.

Ciente das forças de Bagnaia, Marco falou em estudar dos dados para tentar melhorar o desempenho em cima da Desmosedici no GP da Itália.

“Tentei, especialmente na última volta, mas ele era muito forte em alguns setores da pista e nos pontos chave de ultrapassagem”, destacou. “Era impossível alcançá-lo na última volta: mais um motivo para olhar os dados, estudar bem e tentar fazer o máximo amanhã”, continuou.

Ainda pouco habituado a pódios, Marco destacou a força da torcida e avaliou que o público das arquibancadas merece um grande show.

“Obrigado ao público. Quando eles cantaram o hino, foi pura emoção e eles merecem um grande show no GP”, encerrou.

O saldo do sábado, porém, não foi de tudo positivo. Álex Rins sofreu fraturas na perna direita e deve ficar um longo tempo no estaleiro. O acidente do piloto da LCR não foi exibido na TV, mas aconteceu na quarta volta, na primeira perna da Arrabiata.

Rins, porém, não foi a primeira baixa do fim de semana. Joan Mir teve uma fratura no quinto dedo da mão direita em um acidente na sexta-feira e também não vai correr em Mugello.

Assim, o grid italiano terá 22 pilotos. O elenco parece do tamanho tradicional, pois temos dois wild-cards na Itália: Michele Pirro, pela Ducati, e Lorenzo Savadori, pela Aprilia.

Os acidentes, especialmente o de Rins, que deve ficar mais tempo fora, é mais um lembrete do risco maior a que os pilotos estão expostos em 2023. Pol Espargaró se machucou no primeiro dia da temporada e segue fora. Enea Bastianini voltou apenas agora. Marc Márquez e Miguel Oliveira também já perderam corridas por causa de lesões neste ano.

Não é um bom presságio com tantas corridas ainda pela frente.

A largada do GP da Itália de MotoGP está marcada para as 9h (de Brasília) de domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.

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