Impecável, Mir bate Rins e vence GP da Europa. Yamaha tem domingo catastrófico
Joan Mir conseguiu fazer sua estrela brilhar, deu o bote certeiro em cima de Álex Rins e alcançou a primeira vitória na MotoGP. Pol Espargaró completou o pódio em Valência
O dia de Joan Mir enfim chegou no GP da Europa de MotoGP. Na corrida deste domingo (8), o espanhol esperou o momento certo para dar o bote em cima de Álex Rins, assumir a ponta e conquistar a primeira vitória na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
O competidor da moto #36 seguiu o companheiro de Suzuki por boa parte da disputa antes de consumar a ultrapassagem e aparecer pela sétima vez no pódio da temporada, além de ser o nono vencedor diferente do ano.
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Rins recebeu a bandeira quadriculada em segundo, completando o quarto top-3 duplo da Suzuki na temporada, a primeira dobradinha. Pol Espargaró terminou a corrida no Ricardo Tormo na terceira colocação.
O dia em Valência já tinha sido complicado para os postulantes aos títulos das classes menores, mas com a MotoGP não foi diferente. Fabio Quartararo caiu ainda no início e apesar de ter retornado ao traçado, foi só 14º, salvando dois pontos para a campanha.
A corrida na pista de Cheste, na Espanha, foi um festival de quedas. Somando ao francês da SRT Yamaha, Aleix Espargaró, Lorenzo Savadori, Francesco Bagnaia, Cal Crutchlow e Álex Márquez também foram ao chão. Valentino Rossi e Tito Rabat foram outros que não cruzaram a linha de chegada por problemas com as motos.
Após o GP da Europa, a situação de Mir ficou ainda mais confortável na liderança da classificação. O espanhol agora abriu 37 pontos para o segundo colocado Quartararo, que está empatado em pontos com Rins, que pulou para terceiro.
Saiba como foi o GP da Europa de MotoGP:
Com o sol brilhando no céu de Cheste, a chance de chuva para a corrida era nula, tal qual apontaram os meteorologistas. Às vésperas da largada, a temperatura estava na casa dos 22°C, com o asfalto chegando a 27°C. A velocidade do vento era de 6 km/h.
Para este fim de semana, a Michelin manteve a alocação tradicional de pneus macios, médios e duros, mas, desta vez, todas as opções, tanto dianteiras quanto traseiras, eram assimétricas, com a borracha mais dura do lado esquerdo.
Como os treinos foram todos com a pista úmida ou molhada, a escolha deste domingo era praticamente no chute, daí as muitas mudanças no grid. Na primeira fila, Pol e Nakagami optaram por duro na frente e médio atrás, enquanto Rins optou por um par de médios.
Quando as luzes se apagaram na reta do Ricardo Tormo, Pol Espargaró tracionou bem e manteve a posição, com Rins e Nakagami sustentando a formação do top-3. Mir assumiu o quarto posto, com Miguel Oliveira saltando para quinto, à frente de Andrea Dovizioso e Franco Morbidelli.
Ainda na primeira volta, Mir assumiu o terceiro posto. Também neste início de corrida, Aleix Espargaró e Fabio Quartararo caíram na curva 8.
Pol Espargaró conservou a posição nas primeiras voltas, mas, na terceira, Rins tomou a liderança com uma manobra por dentro, deixando o piloto da KTM para se defender de Mir. Oliveira vinha pertinho, seguido por Nakagami, Zarco e Morbidelli.
No giro seguinte, Lorenzo Savadori, que assumiu o lugar que estava com Bradley Smith na Aprilia, caiu na curva 14, mas escapou de lesões maiores.
Alheio ao que acontecia nos boxes da casa de Noale, Mir tomou a segunda posição de Pol, se instalando a 0s345 de Rins para formar um 1-2 da Suzuki. A ultrapassagem do espanhol foi justamente no mesmo ponto onde o companheiro de equipe tinha avançado antes.
Na volta 6, Valentino Rossi apareceu parado na pista, aparentemente com um problema na moto. O fim de temporada da Yamaha ia de mal a pior.
Pouco depois, Francesco Bagnaia se despediu mais cedo da corrida, com uma queda sem maiores consequências físicas. O destino de Cal Crutchlow foi o mesmo, com um tombo na curva 8.
Passadas as oito primeiras voltas, Rins seguia na frente, mas só 0s2 à frente de Mir. Pol era o terceiro, ainda em contato com os ponteiros. Oliveira, Nakagami e Zarco formavam o primeiro pelotão. Único com um par de pneus duros, Morbidelli vinha em oitavo, pressionado por Álex Márquez.
Aos poucos, as Suzuki começaram a escapar do pelotão, com Rins empenhado em se afastar de Mir. Terceiro, Pol já estava 0s5 afastado.
Na volta 13, Morbidelli tinha despencado para décimo, atrás de Álex Márquez e também de Andrea Dovizioso. 3s1 atrás, Binder era o 11º.
Na volta 16, Mir levou um sustinho e facilitou a aproximação de Pol, mas logo se recompôs e voltou a se afastar. A diferença, porém, era só de 0s481. Atrás, Nakagami passou Oliveira pelo quarto lugar, já 1s8 atrás do piloto da KTM.
Na curva 14, Mir até ensaiou um ataque na direção de Rins, mas não foi nada assim tão preocupante para o líder da corrida. Na volta seguinte, porém, Joan deixou o ensaio de lado e atacou para valer, aproveitando a porta escancarada para tomar a liderança do companheiro de Suzuki na curva 11. Restavam 11 voltas para o fim.
Uma vez na liderança, Mir logo abriu 0s4 de margem para Rins, que, por sua vez, tinha 0s5 de margem para Pol. Nakagami, porém, não tinha encostado e ainda tinha 1s7 de atraso para a briga pelo pódio.
Mais atrás, Miller passou Zarco pelo sexto posto, enquanto Dovizioso pressionava Álex Márquez pelo oitavo. Johann, contudo, reagiu e deu o troco em Jack.
Com oito voltas para o fim, Mir estabeleceu em 1min31s955 a melhor volta da corrida, chegando a 0s592 de margem para Rins.
Em busca da primeira vitória na carreira, Mir seguiu imprimindo um ritmo sólido e logo abriu 0s8 de margem para Rins. Pol Espargaró ia acompanhando Álex, mas sem ameaçar.
A vantagem de Mir no topo da tabela não parava de aumentar, chegando a 1s3 com quatro voltas para o fim.
Mais atrás, Álex Márquez tentava recuperar a oitava posição, perdida para Dovizioso na reta, mas escorreu na curva 1 e caiu, passando muito perto de levar o italiano junto.
Seguro, Andrea tomou a sétima posição de Zarco, que tampouco conseguiu segurar Binder. O francês parecia ter algum problema. O sul-africano, por outro lado, vinha bem e, mesmo após ter de cumprir a punição da volta longa por ter derrubado Jack Miller no GP de Teruel, tomou a sétima colocação de Dovizioso.
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MotoGP 2020, GP da Europa, Valência, Ricardo Tormo, corrida
1 | J MIR | Suzuki | |
2 | A RINS | Suzuki | +0.651 |
3 | P ESPARGARÓ | KTM | +1.203 |
4 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +2.194 |
5 | M OLIVEIRA | Tech3 KTM | +8.046 |
6 | J MILLER | Pramac Ducati | +8.755 |
7 | B BINDER | KTM | +10.137 |
8 | A DOVIZIOSO | Ducati | +10.801 |
9 | J ZARCO | Avintia Ducati | +11.550 |
10 | D PETRUCCI | Ducati | +16.803 |
11 | F MORBIDELLI | SRT Yamaha | +17.617 |
12 | S BRADL | Honda | +24.350 |
13 | M VIÑALES | Yamaha | +25.403 |
14 | F QUARTARARO | SRT Yamaha | +39.639 |
15 | L SAVADORI | Aprilia Gresini | NC |
16 | A MÁRQUEZ | Honda | NC |
17 | T RABAT | Avintia Ducati | NC |
18 | F BAGNAIA | Pramac Ducati | NC |
19 | C CRUTCHLOW | LCR Honda | NC |
19 | B SMITH | Aprilia Gresini | NC |
20 | V ROSSI | Yamaha | NC |
21 | A ESPARGARÓ | Aprilia Gresini | NC |