Jogo virou? Viñales reage, mas GP perfeito em Assen depende de luta com Quartararo

Depois de terminar a corrida da Alemanha na nada gloriosa última colocação, o espanhol da Yamaha reagiu, dominou quase todos os treinos e ainda cravou a pole para o GP da Holanda. Fechar o fim de semana em 100%, porém, vai depender de um confronto com o companheiro de equipe

Maverick Viñales deu a volta por cima com pole na Holanda (Vídeo: MotoGP)

Maverick Viñales parece ter encontrado uma mola no fundo do poço. Depois de atingir no fim de semana passado o ponto mais baixo da carreira, com o último lugar no GP da Alemanha, o piloto de Figueres reagiu, comandou quase todos os treinos em Assen e ainda cravou a pole para GP da Holanda, nona etapa da temporada 2021 da MotoGP.

Apesar de ter dito que iria copiar tudo que Fabio Quartararo fizesse na Catedral, Viñales não precisou lançar mão de Ctrl+C e Ctrl+V. Uma das principais dificuldades do espanhol com a YZR-M1 reside na falta de aderência, mas esse problema quase que inexiste no traçado localizado na província de Drenthe, já que a pista foi recapeada recentemente.

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Maverick Viñales busca alívio depois da decepção da Alemanha (Foto: Yamaha)

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Desde que chegou ao território holandês, Maverick se mostrou rápido e comandou os treinos 1, 2 e 3. No TL4, o espanhol foi batido por Fabio Quartararo por 0s204, mas respondeu na classificação, quando assegurou a pole ao cravar 1min31s814, só 0s071 melhor que o companheiro de Yamaha.

Na visão de Viñales, a performance não é resultado da máxima de que Assen é uma pista Yamaha. O espanhol acredita a principal diferença reside mesmo na superfície do circuito, que oferece mais aderência.

“Honestamente, esse deveria ser o normal em todos os fins de semana. Aqui nós temos um bom nível e a nossa confiança está alta. Tenho muita confiança no que somos capazes de fazer, só precisamos ter calma e paciência para fazer”, disse Viñales. “As coisas correram bem desde o TL1. Quando tenho grip, posso ser rápido. Mas esse é o problema: quando não temos aderência, não podemos”, ponderou.

“Estamos tentando. Estamos tentando muitas coisas. Sinceramente, neste fim de semana eu não toquei em nada. Pedi que não tocassem na moto. Ele está perfeita. Estamos trabalhando nisso e foi bom, estou bem feliz”, comentou. “Agora, vamos ver amanhã. Temos uma boa chance, vamos lutar ao máximo. Para mim, o resultado não é importante. O importante é dar o máximo da primeira a última volta”, falou.

Indagado, Maverick voltou a afirmar que não fez nenhuma modificação na M1. “Sinceramente, nem tocamos na moto. Como eu disse, não mudamos nada. Felizmente, tem aderência na pista e no pneu, então posso ser o primeiro. Com este tipo de moto, quando você não tem aderência, você não consegue fazer nada”, alertou.

“Estamos tentando. É bom que sejamos rápidos, pois eles podem comprar e podemos ver o motivo exato de eu não ter podido ser rápido em Sachsenring e aqui poder fazer o que quero com a moto. Precisamos checar e analisar o que estamos fazendo de diferente, mas, como piloto, o que posso dizer é que, quando tenho mais grip, posso forçar mais a moto”, ressaltou.

Assim como já fez anteriormente, Viñales se mostrou farto dos resultados ruins, mas elogiou a moto de Iwata em condições como a desde fim de semana.

Fabio Quartararo é um forte candidato a vitória (Foto: Yamaha)

“Basicamente, posso ser rápido, pois tenho aderência. Com essas motos da MotoGP, você precisa criar aderência”, frisou. “Basicamente, ninguém sabe a solução para este problema. E ele me custou muitos resultados ruins e muitas corridas ruins. Então, basicamente, eu espero para ter esse tipo de oportunidade, pois a velocidade nós nunca perdemos. Eu sei que isso é o mais importante. Mas a moto é ótima quando temos aderência. Quando não temos, às vezes é pior. Mas, para mim, a moto da Yamaha quando você está na pole, quando tem um bom feeling e pode criar esse tipo de coisa, é uma moto fantástica, você pode fazer o que quiser com ela na pista, mas o problema é que isso já aconteceu quatro vezes no ano”, relembrou.

“Esse é o maior problema. Talvez possamos coletar boas informações. Estou confiante para mudar aquele resultado de Sachsenring. Se conseguirmos boas informações aqui, talvez possamos mudar para as próximas”, torceu.

Perguntado se não precisa trabalhar em si mesmo para não ter uma reação excessiva quando as coisas não correm bem e se manter mais calmo, Maverick respondeu com um sorriso: “O que você quer? Que eu durma nos boxes? Eu já sou calmo demais, é o suficiente”.

“Só não posso esperar mais corridas. É o suficiente ter cinco ou seis corridas em sequência com resultados realmente ruins. Para mim, o que é especialmente difícil é que, normalmente, se não tenho boas condições de aderência, era capaz de fazer uma boa volta e estar na frente. Mas nas últimas corridas, nem sequer por uma volta”, ponderou. “Eu caí uma vez por corrida em condições em que talvez eu não caísse em outras temporadas, o que para mim é um indicativo de que estamos longe de onde deveríamos. Mas, como disse, não posso ser mais calmo ou vou acabar dormindo nos boxes. Preciso ficar acordado. Pelo menos agora a minha cabeça está um pouco mais erguida”, completou.

Para poder reverter completamente o resultado obtido na Saxônia, Viñales terá de peitar o companheiro de equipe. Líder do Mundial, Quartararo já venceu três vezes no ano e soma outros dois pódios pelo terceiro lugar.

Além da boa fase em termos gerais, o francês de Nice mostrou um ritmo de corrida fortíssimo ao longo dos treinos e é claro candidato ao triunfo na corrida de domingo.

“Não vou reclamar por estar na segunda colocação. Estou feliz”, disse Fabio. “Sei que temos o ritmo para lutar pela vitória amanhã, então isso é o mais importante. Conquistei a primeira fila. Embora não tenha tido um grande feeling com o pneu traseiro macio ao longo de todo o fim de semana, sinto que foi um ótimo tempo de volta”, destacou.

Os três primeiros do grid em Assen (Foto: Yamaha)

“Para mim, fiz o melhor que podia com aquele pneu e atingimos um grande resultado, mas nosso trabalho no TL4 foi mais importante, pois conseguimos um ritmo de corrida muito bom”, ressaltou. “Me sinto bem e confiante, então mal posso esperar por amanhã, honestamente. Estou cheio de adrenalina, acho que podemos nos sair super bem”, completou.

Embora a briga pela vitória esteja mais restrita a estes dois nomes, a disputa pelo pódio tem outros candidatos, especialmente Francesco Bagnaia, da Ducati, e Miguel Oliveira, da KTM.

Terceiro no grid holandês, Bagnaia reconheceu que Quartararo e Viñales estão melhores, mas torceu para que a Ducati consiga dar um passo à frente para a corrida.

“Estou muito empolgado, pois hoje nós conseguimos dar grandes passos à frente em comparação com ontem”, contou o italiano. “Desde o TL3 desta manhã, melhoramos constantemente nosso ritmo e atingimos a meta de largar na primeira fila”, comemorou.

“Quartararo e Viñales ainda estão em outro nível no momento, com um ritmo de corrida incrível, mas também estamos trabalhando para dar outro passo adiante na corrida. Tenho certeza de que conseguiremos”, avisou.

O português, por outro lado, vai largar em sexto, fechando a segunda fila. A posição, porém, não decepcionou, já que a KTM foi para Assen esperando dificuldades para a RC16. Do outro lado do grid, por exemplo, Brad Binder vai sair só em penúltimo.

“Foi uma classificação dura. Trabalhamos muito na moto e testamos muitas ideias para que eu pudesse ser mais rápido”, contou. “Encontramos um bom equilíbrio entre agilidade e aderência, mas não é fácil. Sabíamos que esta seria uma pista difícil para nós, mas, por enquanto, foi bem positiva”, avaliou.

“Uma posição na segunda fila é muito boa e temos uma longa corrida pela frente amanhã. Estamos ansiosos para fazer um bom trabalho”, encerrou.

A largada do GP da Holanda, nona etapa da MotoGP, está marcada para 9h (de Brasília) de domingo. Acompanhe a cobertura do GRANDE PRÊMIO sobre o Mundial de Motovelocidade.

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