Longa estadia no Catar afeta termômetro, mas MotoGP 2021 é estonteante
Embora a performance, especialmente no GP de Doha, seja um reflexo da permanência prolongada em Losail, a MotoGP tem em 2021 um grid competitivo, com pilotos renomados e jovens talentos que enchem os olhos
A MotoGP 2021 é estonteante. As duas primeiras corridas da temporada deram uma pincelada do que vem por aí e, embora alguns fatos ainda careçam de comprovação, é justo dizer que os GPs do Catar e de Doha serviram para encher os olhos e até causar inveja em categorias menos competitivas.
É fato que a performance da atualidade é um sinal do tempo. Não é de hoje que a classe rainha do Mundial de Motovelocidade se empenha em aproximar o grid. Tampouco é novidade que a MotoGP tenha um pelotão bastante mais próximo do que o que vimos há alguns anos.
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O que é novo para 2021 é a Aprilia. Embora não tenha vencido ou feito a pole, a casa de Noale apareceu bastante mais forte neste ano, inclusive com Aleix Espargaró liderando treinos. Resta ver se a chegada à Europa não vai tirar o embalo dos italianos. A julgar pela animação do catalão, a nova RS-GP é para valer.
Entre as fábricas, a maior preocupação foi mesmo a KTM, que foi só discreta nas duas rodadas no Catar. Ainda assim, a RC16 não tem um grande histórico por lá, então ninguém aparentou estar excessivamente preocupado, já que a aposta é por uma reação. O GP de Portugal, aliás, vai dar o diagnóstico, uma vez que Miguel Oliveira foi dominante por lá no ano passado.
A Honda não esteve tão alegre e saltitante no continente asiático, mas tem motivos para ter esperança, já que Marc Márquez está em contagem regressiva para voltar a subir na RC213V.
Yamaha, Ducati e Suzuki, por outro lado, foram mais do que felizes em Losail. A YZR-M1 parece ter sanado parte dos problemas que marcaram 2020 e venceu duas vezes. Bolonha botou um motão na pista, forte, rápida e confiável. A GSX-RR manteve o perfil discreto: não causa escândalo na classificação, mas vai de menos para mais nas corridas.
Só que o Mundial não é feito só de máquinas. E tem um elenco digno dos grandes blockbusters de Hollywood. Dos 22 pilotos oficiais ― ou seja, contando Marc Márquez ao invés de Stefan Bradl ―, são 12 campeões mundiais ― o que iguala as marcas de 2015, 2018 e 2020 ―, reunindo 30 títulos entre eles, um a mais do que no ano passado.
Além disso, metade dos pilotos MotoGP 2021 soma ao menos uma vitória na classe rainha, com 19 deles com triunfos em ao menos uma das categorias do Mundial de Motovelocidade, uma a menos do que na composição do elenco do ano passado.
Embora a performance do Catar tenha lá algumas ressalvas, o nível de competitividade da MotoGP é inconteste. A pandemia do novo coronavírus segue assombrando o calendário, mas não há razão para desconfiarmos que não será um campeonato e tanto.
Com Marc Márquez de volta à pista, as coisas prometem esquentar na MotoGP 2021. Mas é justo dizer que, mesmo desfalcado da grande estrela do momento, o elenco deu conta de segurar um baita espetáculo.
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