Marini assume batata quente, mas acerta em se descolar do irmão e encarar Honda

Escolhido para substituir Marc Márquez ao lado de Joan Mir, Luca Marini tem um desafio e tanto pela frente na MotoGP. Ainda assim, o italiano fez a coisa certa ao deixar o time do irmão Valentino Rossi e encarar a tarefa de tentar recuperar a competitividade da RC213V

Luca Marini vai dar um passo importante na temporada 2024 da MotoGP. Até agora, o piloto de 26 anos sempre esteve ligado ao irmão na classe rainha do Mundial de Motovelocidade — primeiro com a VR46 se unindo à Esponsorama e, depois, com a equipe de Valentino Rossi ganhando vida própria. Agora, porém, o #10 vai caminhar sozinho.

Ainda que não carregue o mesmo sobrenome do irmão famoso, Marini sempre esteve sob os holofotes por causa do parentesco. Na primeira corrida dele no Mundial, a única que ele fez na Moto3 — no GP de San Marino de 2013 —, Luca recebeu uma atenção desproporcional, certamente incompatível com a fase profissional em que ele estava. A atenção foi motivada, única e exclusivamente, pelo parentesco.

E isso o acompanhou ao longo de todo esse tempo. Como acontece com todo irmão, filho, sobrinho e etc. — ainda mais quando o veterano tem uma carreira de expressivo sucesso —, a comparação nunca é feita com os colegas, mas sim com o parente, o que é injusto. Marini, ainda que tenha competido contra o irmão na MotoGP, é bem menos experiente. Não estava no mesmo patamar de Rossi — mesmo que Rossi não fosse Rossi, por assim dizer.

Marini brigou pelo título na Moto2 e mostrou que tinha condições de avançar na carreira, mas, se seguisse eternamente sob as assas de Rossi, seria sempre visto como alguém que só tem lugar na MotoGP por ser o irmão. Agora, essa desculpa acaba.

Luca Marini deixou a VR46 e agora vai caminhar sozinho na MotoGP (Foto: VR46)

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Valentino não tem elo com a Honda, mesmo que tenha conquistado três dos sete títulos com a marca da asa dourada. O #46 sequer deixou a equipe em bons termos. Assim, Marini agora vai trilhar o caminho com as próprias pernas.

No entanto, Luca está abandonando a melhor moto do grid — a Ducati — para correr com uma que sabidamente tem problemas. A Honda fechou 2023 na lanterna do Mundial de Construtores.

Hoje, a RC213V é, reconhecidamente, uma batata quente. Mas a Honda é a Honda. A gigante japonesa perdeu muito terreno, mas, com o currículo que tem na MotoGP, não dá para imaginar que a reação vá tardar muito mais. Até porque, a saída de Marc Márquez jogou ainda mais pressão e a marca começou a dar passos em direção à reação.

Marini deixou o conforto da VR46, a equipe onde estava hiper habituado, para assumir a responsabilidade de ajudar a guiar o desenvolvimento de uma das motos mais vencedoras do grid. É uma tarefa dura, mas o italiano é reconhecido pelo bom feedback, pela habilidade em dar explicações claras. E, assim, pode ser um trunfo.

Além disso, Marini tem a experiência de guiar a melhor moto do grid, uma transferência de informações que pode vir a calhar. Também por ter Johann Zarco trabalhando na LCR. Os dois chegam carregando um conhecimento importante.

A tarefa de recolocar a Honda no topo é dura, mas Marini faz bem em encarar o desafio. Ainda mais por descolar de Rossi e caminhar com as próprias pernas.

MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de fevereiro de 2024, com os testes de pré-temporada na Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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