Oliveira e Quartararo dão toque de mágica em GP da Indonésia que teve de tudo

Em uma corrida ensopada, Miguel Oliveira se destacou pela performance dominante, enquanto Fabio Quartararo brilhou com um ritmo surpreendente em uma prova de recuperação

Marc Márquez foi arremessado da Honda em uma queda no warm-up (Vídeo: Reprodução/MotoGP)

Teve um pouco de tudo no primeiro GP de MotoGP em Mandalika. O toque de drama do dia ficou por conta de Marc Márquez, que deu um susto daqueles ainda no warm-up do GP da Indonésia deste domingo (20). A comédia veio pelas mãos do público, das equipes e dos pilotos, que souberam entreter com danças, imitações e patinhos infláveis durante a longa espera causada pela chuva. O monólogo foi apresentado por Miguel Oliveira, que passou quase que toda a corrida apresentando um solo próximo de impecável. E parte da ação vai na conta de Fabio Quartararo, que exibiu um ritmo fortíssimo no final da corrida para levar o espectador para a pontinha da cadeira.

Partindo do princípio desse cardápio de emoções, o tombo de Márquez foi verdadeiramente assustador. Um dos piores já registrados na MotoGP. O hexacampeão foi ejetado da moto e bateu violentamente contra o chão. Além de ele ter escapado de lesões maiores, o único outro aspecto positivo do incidente é o respeito ao novo protocolo médico. Afinal, não faz sentido algum devolver para a pista alguém que acabou de sofrer uma concussão ― como aconteceu com Deniz Öncü no GP de San Marino de Moto3 do ano passado, quando o turco foi liberado para correr mesmo tendo sofrido uma concussão no sábado. Já era mesmo hora de o Mundial de Motovelocidade olhar para isso com mais seriedade.

Miguel Oliveira venceu o GP da Indonésia (Foto: Red Bull Content Pool)

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“O que posso dizer? Não foi o nosso fim de semana. Tivemos dificuldades e problemas desde o início”, resumiu Marc. “Foi realmente uma grande queda no warm-up desta manhã, talvez uma das maiores que já tive. Fui ao hospital local e, apesar de não ter problemas mais sérios, foi decidido que eu não deveria correr. É, obviamente, uma pena, mas é a melhor decisão”, concordou.

No quesito comédia, o patinho da Suzuki já é um velho e adorável conhecido, assim como o rebolado ― ou a falta dele ― do público nas arquibancadas. Mas a performance ao vivo de uma Pawang, uma xamã local, tentando afastar a chuva foi mesmo uma coisa inesperada. Digamos que a Indonésia não pecou no fator surpresa, mas precisa acertar a mão no preço dos ingressos para permitir que os cidadãos do país, que são apaixonados pelo esporte, tenham acesso à corrida ― e, não, o autódromo em Lombok não ajuda muito nisso.

No que diz respeito ao vencedor da corrida, o GP da Indonésia foi mais uma demonstração do enorme talento de Oliveira, que agora soma quatro vitórias na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. Em um domingo onde as condições de pista estavam muito traiçoeiras, a largada foi chave para o português.

“Sem a boa largada que fizemos, a corrida teria sido muito diferente para mim”, assumiu Miguel. “Atrás dos outros pilotos, não dava para ver nada, subia muito spray, por isso foi importante tirar tantos pilotos da frente”, explicou o português, que foi de sétimo para segundo em poucos metros.

“Também era difícil julgar a aderência da pista. Depois de algumas voltas, entendi que podia ir mais rápido, mas é difícil nessas condições, você precisa gerenciar tudo sem pensar muito. Mas, por sorte, tudo saiu bem e tudo foi mais fácil”, indicou. “Segui [Jack] Miller e compreendi o que eu precisava, aí encontrei espaço para passar e consegui abrir uma pequena vantagem. Sempre ajuda rodar atrás de algum piloto para ter referências da freada, aí vi meus tempos de volta, não queria cometer erros e consegui aproveitar uma brecha para passar e liderar”, detalhou.

Com a vitória, a KTM lidera o Mundial de Construtores com 45 pontos, quatro a mais do que a Ducati, e o Mundial de Equipes, onde tem 12 tentos a mais do que a Yamaha, a segunda colocada.

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP
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Fabio Quartararo saiu mais do que satisfeito com o resultado (Foto: Yamaha)

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“Por enquanto, só fizemos duas corridas. Evidentemente, queremos permanecer nessa posição nas próximas, vamos focar isso, queremos estar constantemente na frente, mas temos de trabalhar duro, como é normal, porque tem muita competitividade na MotoGP e as diferenças são muito pequenas. Vamos nos concentrar em sermos rápidos e conseguir bons resultados nas corridas”, completou.

Mas se Oliveira estava feliz, o mesmo podia ser dito de Fabio Quartararo. Após uma atuação apagadinha no Catar, o francês se pôs favorito na Indonésia e nem mesmo a virada no clima mudou a qualidade da performance. Ainda que falta de aderência não seja o melhor terreno para a YRZ-M1, o piloto de Nice se mostrou forte e conseguiu o segundo lugar, inclusive com um ritmo muito superior ao do vencedor nas voltas finais.

“Acho que é o melhor pódio da minha vida. Foi inesperado. Desde o warm-up, senti que tínhamos um extra, porque sempre temos problemas no molhado. Mas está muito molhado, tem boa aderência, e eu conheço o meu potencial”, apontou. “No começo, eu não estava mal, mas levei um tempo para entender que podia ser rápido. Estava em quinto e precisei de tempo para entender que podia ser mais rápido. Vi uma pequena margem e aí aproveitei a oportunidade”, relatou.

“Quando você se acostuma a estar mais atrás, pensa que já é um bom resultado, mas eu sentia que podia seguir avançando. Me sentia muito bem na freada e consegui bons movimentos. No momento em que cheguei em Johann [Zarco] e Jack [Miller], tentei ser o mais rápido possível, pois a questão da visibilidade era muito difícil”, comentou.

Fabio destacou que a aderência da pista ajudou muito na performance deste domingo, mas frisou que precisa de uma moto que ofereça agarre por si só.

“Graças à aderência da traseira, ganhei muita confiança na água, aprendi muito e acho que conseguimos muita velocidade na água. Comparado com os outros, que têm muita aderência em todos os outros circuitos, isso nos falta. Não foi pela nossa moto, é algo que a pista tinha. Então temos de encontrar isso nós mesmos”, alertou. “São pontos muito importantes e este é meu primeiro pódio assim, então estou muito feliz por ter conseguido este resultado tão bom”, concluiu.

MotoGP volta a acelerar no dia 3 de abril, para o GP da Argentina, no circuito de Termas de Río Hondo. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da terceira etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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