Quem é a primeira mulher a chefiar equipe vencedora na MotoGP?

Nadia Padovani entrou para a história do Mundial de Motovelocidade no GP do Catar ao se tornar a primeira mulher ao comandar uma equipe que venceu corridas na classe rainha

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NADIA PADOVANI FEZ HISTÓRIA NA MOTOGP. Com o triunfo de Enea Bastianini no GP do Catar, a italiana entrou para o livro dos recordes da principal categoria da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) como a primeira mulher a comandar uma equipe vencedora na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

Enfermeira de formação, Nadia assumiu o comando da equipe na esteira de uma tragédia. Há pouco mais de um ano, em fevereiro de 2021, Fausto Gresini foi uma das muitas vítimas fatais da pandemia de Covid-19. Aos 60 anos, o ex-piloto morreu no Hospital Maggiore, em Bolonha, depois de dois meses de luta contra o novo coronavírus, deixando a esposa, Nadia, os filhos, Lorenzo, Luca, Alice e Agnese, e a Gresini, uma equipe com mais de 20 anos de história.

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Enea Bastianini celebra vitória no GP do Catar de MotoGP (Foto: AFP)

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“Primeiro, eu era enfermeira. Depois do nascimento do terceiro filho, decidimos que eu ficaria em casa, para cuidar da família. Apesar de eu ter me arrependido, pois amava meu trabalho”, contou Nadia ao jornal italiano Corriere. “Mas aí veio a quarta filha…” seguiu.

A paixão pelo esporte, porém, não nasceu com a união com Fausto.

“Veio desde sempre. Cresci em Ímola, perto do circuito. Aos 7 anos, meu pai costumava me levar às competições. Vivia pendurada nas grades. Torci por [Giacomo] Agostini e [Johnny] Cecotto. Depois, também por Gresini, que era vizinho de casa”, relatou Nadia, que conheceu Fausto aos 20 anos, seis anos mais nova do que o ex-piloto. “Fomos apresentados por um amigo em comum. Em 1998, ficamos noivos oficialmente e nunca mais nos separamos”.

Em meio ao luto, Padovani encontrou forças para seguir adiante e assumiu as rédeas do trabalho do marido.

“Eu gostaria de pensar que as duas famílias de Fausto se uniram para levar adiante tudo o que ele planejou, especialmente na MotoGP”, disse Nadia durante a apresentação da equipe, no início do ano. “Ter uma equipe independente na classe rainha é uma coisa muito exigente, com uma equipe que precisamos construir do zero, mas sei que todos na empresa estão dando 110% para tornar realidade o sonho dele”, destacou.

“É um prazer e uma responsabilidade ser a primeira mulher proprietária e chefe de equipe. Espero ser um exemplo para as mulheres que querem chegar ao nível mais alto da carreira e para aquelas que sofreram uma perda importante e não se renderam”, declarou.

Fausto tinha deixado algumas coisas encaminhadas, como as negociações com os pilotos Enea Bastianini e Fabio Di Giannantonio ― com quem já tinha trabalhado nas categorias de base ―, mas faltava um componente importante: a moto.

Antes de adoecer, Fausto tinha assinado um contrato de cinco anos com a Dorna, promotora do campeonato, garantindo a vaga de equipe privada para a Gresini, que voltaria a caminhar sozinha depois de anos hospedando a Aprilia. Mas faltava assegurar o acordo com o Construtor. Coube a Nadia, então, se unir a Carlo Merlini, um antigo braço direito de Fausto, para convencer a Ducati de que o trabalho seguiria com a qualidade de antes.

A casa de Bolonha aceitou o acordo e deu à Gresini as GP21, o modelo do ano passado. Apesar da mudança de comando, a escuderia de italiana soube se manter forte e começou o ano com uma vitória espetacular.

É claro que a vitória de Bastianini foi uma surpresa, mas, em certo aspecto, não surpreende. Afinal, uma equipe que soube se reconstruir após as trágicas mortes de Daijiro Kato e Marco Simoncelli ― ambos vítimas de acidentes de corrida ― não sucumbiria diante de mais uma tragédia.

Nas mãos de Nadia, a Gresini segue em família, segue com a força de Fausto e mostrando que segue pronta para fazer história.

MotoGP volta às pistas no próximo dia 20, com o GP da Indonésia, no circuito de Mandalika. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da segunda etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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