GUIA 2022: Volta de Carrasco e estreia de Moreira deixam olhos atentos à Moto3

A Moto3 terá nomes de destaque em 2022: a permanência de Dennis Foggia, a volta de Ana Carrasco e a estreia do brasileiro Diogo Moreira. E, por isso, a temporada tão competitiva e imprevisível de 2021, parece querer se estender também para 2022

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PARA QUEM GOSTA DE APOSTAR, A MOTO3 FOI UM GRANDE OBSTÁCULO EM 2021. Isso porque era um cenário completamente diferente a cada corrida. E mesmo quando Pedro Acosta parecia trilhar o caminho ao título mundial com um pouco mais de tranquilidade, Dennis Foggia apareceu como uma grande pedra no sapato. É verdade que o campeonato ficou nas mãos do tubarão espanhol, mas o italiano deixou um gostinho de quero mais para 2022, já que vai continuar na Moto3, ao contrário do rival, agora na Moto2.

Além de Foggia, outros 30 pilotos farão parte da temporada, com 15 equipes. São nove nacionalidades diferentes, com representantes, inclusive, de Indonésia, Turquia e Brasil. O paulista Diogo Moreira fará a primeira temporada no Mundial de Velocidade, pela também estreante equipe MSI.

Diogo Moreira vai estrear na Moto3 em 2022 (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Além disso, a Moto3 voltará a ter uma presença importante: Ana Carrasco. A pilota espanhola voltará a disputar a categoria de base do Mundial de Motovelocidade após algumas temporadas na família do Mundial de Superbike e um longo período de recuperação por conta de um grave acidente.

O grid é cheio. A temporada é longa. E, por isso, o GRANDE PRÊMIO preparou um guia especial falando um pouco mais do que esperar em 2022 em uma disputa repleta de novidades.

Novos nomes

A lista de pilotos é grande, mas é quase impossível começar por outro nome que não seja o de Ana Carrasco. A pilota espanhola já teve uma trajetória de três temporadas na Moto3, de 2013 — quando ingressou, aos 16 anos — a 2015. Foi a mulher mais jovem a disputar a categoria, além de ser a primeira a pontuar também.

Depois disso, Ana se aventurou na base do Mundial de Superbike. Conquistou o título, inclusive, em 2018, na categoria Supersport 300. Com seis vitórias pela Kawasaki, a pilota chegou a mais um marco histórico: tornou-se a primeira mulher a vencer um campeonato individual misto da FIM (Federação Internacional de Motociclismo).

No entanto, em 2020, um acidente no Estoril quase abreviou a carreira de Ana. A espanhola sofreu fraturas nas vértebras T4, T5 e T6 e precisou passar por uma delicada cirurgia na coluna. A operação, felizmente, deu certo e não só preservou os movimentos, mas permitiu o retorno à ativa. Em 2021, mesmo perdendo os testes de inverno, ela retornou às pistas e venceu a corrida 2 da etapa de Misano do WSSP 300. Agora, Carrasco está de volta à Moto3 e vai competir pela Boé, ao lado do compatriota David Muñoz.

Ana Carrasco precisou de uma cirurgia na coluna após uma forte queda no Estoril (Foto: Provec)

Além disso, o Brasil será representado nesta temporada de 2022. Isso porque Diogo Moreira será companheiro do japonês Ryusei Yamanaka, na MSI, neste ano.

Filho de um ex-piloto de motocross, Diogo começou a carreira na modalidade, mas mudou de rumo em 2014, pelas mãos de Alexandre Barros. Então parceiro da cervejaria Estrella Galicia ― que tinha chegado ao Brasil trazendo na bagagem o desejo de repetir aqui o apoio que dá ao esporte a motor na Europa ―, o maior expoente do motociclismo nacional conheceu Moreira aos 10 anos, em 2015, quando o piloto de São Paulo já era Campeão Brasileiro de Motocross nas 50cc.

O programa de Barros com a empresa do grupo Hijos de Rivera previa um intercâmbio na Europa, justamente com a Monlau, a famosa escola-técnica que apoiou os primeiros passos de Marc Márquez na carreira. E foi assim que Diogo embarcou para o Velho Continente, em 2017, para competir na categoria 85GP, dentro do CEV (Campeonato Espanhol de Velocidade).

Diogo Moreira vai correr pela MSI na Moto3 2022 (Foto: CEV)

Pouco a pouco, Moreira foi avançando na carreira e, no ano passado, disputou o Mundial Júnior de Moto3 e a Red Bull Rookies Cup. No campeonato de origem espanhola, o brasileiro foi 12º, enquanto na série apoiada pela empresa dos energéticos, ficou em sexto, depois de perder duas etapas por ter contraído Covid-19.

Conforme apurou o GP no ano passado, Moreira chegou a negociar para correr pela Red Bull KTM Ajo, mas as tratativas com Aki Ajo não avançaram. O estafe do brasileiro confirmou ao GRANDE PRÊMIO que também recebeu ofertas de outras estruturas, mas optou pela MSI, que definiu como “um projeto muito bom”.

Vale também ressaltar que Daniel Holgado, campeão do Mundial Júnior de Moto3 em 2021, também fará parte do grid da Moto3 em 2022. Ele vai competir pela Ajo, ao lado de Jaume Masià.

Para ficar de olho

Faz-se necessário falar sobre Dennis Foggia, que vai para a quinta temporada de Moto3. Já veterano, o italiano teve um papel importante em 2021: foi o grande calcanhar de Aquiles para Pedro Acosta conquistar seu primeiro título mundial.

Foggia teve desempenho incrível na parte final do campeonato. O #7 quase igualou o número de vitórias de Acosta, chegando a cinco, contra seis do rival. Por isso, as chances de título eram reais para o italiano no GP do Algarve, que merecia um ‘grand finale’ adiantado. E o teve.

Dennis Foggia vai seguir na Moto3 em 2022 (Foto: Divulgação/MotoGP)

Acosta largou da 14ª posição, fez excelente corrida de recuperação, brigou com Foggia, que ameaçava e oferecia disputa dura, mas abandonou por um toque de Darryn Binder. Pedro então aproveitou para conquistar a vitória — a primeira e principal condição para se tornar campeão mundial no primeiro ano na categoria de motovelocidade.

Ainda assim, Dennis deixou uma ótima impressão e chega com grande bagagem pela Leopard depois de registar o melhor ano na carreira — ao todo, garantiu o vice-campeonato com cinco vitórias e 10 pódios. Um dos candidatos ao protagonismo também em 2022.

Idade mínima

Outra mudança é em relação à idade mínima nas categorias da Moto2 e Moto3, que subirá para 18 anos. É verdade que a alteração só entra em vigor em 2023 – em 2022, o mínimo ainda é de 16 anos -, mas vale ficar com os olhos atentos. A nova medida foi tomada ainda no ano passado, na esteira das mortes de Jason Dupasquier, Hugo Millán e Dean Berta Viñales.

Há exceções aos campeões do Mundial Júnior de Moto3 e da Red Bull Rookies Cup, que podem correr como contratados, wild-card ou substitutos mesmo sem atingir a idade mínima. No entanto, o mínimo de 15 anos será aplicado em 2022, subindo para 16 em 2023 e 17 em 2024.

Além disso, “para assegurar uma transição suave”, será aplicada uma exceção aos pilotos que chegarem à Moto3 em 2022 aos 16 anos, para que eles possam seguir correndo no ano seguinte mesmo sem completar 18.

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