GUIA 2022: MotoGP abre era pós-Rossi com menu extenso e pratos para lamber os beiços

O Mundial de Motovelocidade vai iniciar a era pós-Valentino Rossi com o maior calendário da história, seis fábricas competitivas e sem um claro protagonista na caçada ao título da classe rainha

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O ANO DE 2022 MARCA O INÍCIO DE UMA NOVA ERA PARA A MOTOGP. Depois de 26 temporadas, o campeonato promovido pela espanhola Dorna se vê sem o maior astro, mas com a missão de seguir adiante ― e em alta ― na ausência de Valentino Rossi. Fácil não será, mas é certo que o mais importante dos campeonatos da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) tem ingredientes de primeira linha no caldeirão para servir uma refeição de causar inveja aos melhores restaurateurs do mundo.

Para começo de conversa, o cardápio de 2022 será o mais extenso da história, com 21 ‘pratos’. Depois de muitas tentativas frustradas por causa da pandemia de Covid-19, a Finlândia ― pelo menos por enquanto ― chega para enfim estrear, com KymiRing aparecendo para receber a primeira corrida em território finlandês em 41 anos, desde que o Mundial passou por Imatra em 1981. A outra novidade fica por conta da Indonésia, que retorna ao campeonato após 25 anos com a novata pista de Mandalika. O país do sudeste asiático é um desejo antigo das fábricas, já que, como apontam os dados da Statista, o país é um dos cinco maiores mercados de motocicletas do mundo, atrás apenas de China, Índia, Tailândia e Estados Unidos.

Fabio Quartararo vai defender o título em 2022 (Foto: Yamaha)

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Muito embora o avanço da vacinação ao redor do mundo resulte em menos restrições de mobilidade, a pandemia de Covid-19 ainda não chegou ao fim. Isso, aliás, ficou evidente na pré-temporada, quando o paddock viu o número de casos explodir durante os testes na Indonésia ― Joan Mir, por exemplo, chegou a testar com a equipe desfalcada por conta de contaminações.

A boa notícia, todavia, é que todos os 24 pilotos do grid já estão vacinados, incluindo Takaaki Nakagami e Johann Zarco, os dois que recusaram as doses oferecidas pelo Catar no início do ano passado ― muito antes, portanto, do que previa o cronograma por faixa etária dos países natais.

O status vacinal, entretanto, não é a única novidade. A partir de agora, todas as seis construtoras do grid contam com o mesmo status: o de fábrica. Até o ano passado, a Aprilia não tinha a mesma condição de Ducati, Honda, KTM, Suzuki e Yamaha, já que era uma espécie de hóspede da Gresini, usando a vaga que pertencia ao finado Fausto na MotoGP.

Agora, porém, a casa de Noale passa a ter um lugar só dela e, assim, deixa de ser uma inquilina ilustre. Assim sendo, a Gresini também volta a caminhar sozinha, agora sob o comando de Nadia Padovani, viúva de Fausto – que morreu no ano passado vítima do novo coronavírus – e equipada pela Ducati.

A esquadra italiana, no entanto, não será a única ‘nova estrutura’ na MotoGP. Agora aposentado das pistas, Rossi passa a ser dono de equipe, com a VR46 assumindo o lugar da Avintia. A escuderia de Tavullia será a terceira satélite da fábrica de Borgo Panigale, mas não terá o polêmico patrocínio da Arábia Saudita, que nunca fez o depósito esperado na conta. Quem vai bancar a estrutura na classe rainha será a Mooney, uma empresa de pagamentos italiana.

KymiRing finalmente vai tentar estrear na MotoGP ― sem neve (Foto: Divulgação)

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Outra novidade de 2022 diz respeito à equipe de Razlan Razali. O malaio continua com uma estrutura satélite da Yamaha, mas o time deixou de se chamar SRT ― sigla de Sepang Racing Team ― para atender por RNF ― as iniciais dos nomes dos filhos do dirigente.

Um dos aspectos que vai dar um sabor todo especial à temporada 2022 é o descongelamento do desenvolvimento das motos. Por conta do impacto econômico da pandemia, a MotoGP optou por barrar a evolução dos protótipos no ano passado e, assim, as motos seguiram basicamente as mesmas em 2020 e 2021 ― à exceção da Aprilia, que, por contar com as concessões previstas em regulamento para as fábricas que precisam ganhar terreno no Mundial, ficou livre para evoluir. Agora, entretanto, o desenvolvimento avança, o que permite até uma mudança na ordem de forças da classe rainha ― lembre-se: permite, mas não significa que vá acontecer.

A divisão de elite do campeonato máximo da motovelocidade verá, também, a chegada de novos nomes. São cinco jovens pilotos, embora nem todos venham da Moto2. Campeão e vice da classe intermediária, Remy Gardner e Raúl Fernández sobem de categoria para defender a Tech3, com Marco Bezzecchi promovido pela VR46 e Fabio Di Giannantonio ganhado a chance de guiar a 1.000cc da Gresini. A RNF, contudo, foi um bocado mais ousada e buscou um companheiro para Andrea Dovizioso na Moto3. Mesmo sem um currículo de destaque na classe menor e sequer sem protagonismo por lá, o irmão caçula de Brad chega para completar o grid de 24 motos de 2022.

Das duas dúzias de motos, aliás, a maioria será de Ducati, que salta de seis protótipos na pista para oito. A casa de Borgo Panigale será responsável por mais de 33% das motos do grid, equipando não só a escuderia de fábrica, mas também Pramac, VR46 e Gresini.

Assim como no ano passado, Yamaha, Honda e KTM continuam com quatro motos cada. A RNF terá a YZR-M1, com a LCR usando a RC213V e a Tech3 guiando as RC16. Aprilia e Suzuki permanecem em aventuras solitárias, apenas com as equipes de fábrica.

Moto2: a chegada do fenômeno Acosta

Quase nada chama mais atenção na Moto2 do que a chegada de Pedro Acosta. O arrebatador campeão da Moto3 no ano passado subiu de categoria com a Red Bull KTM Ajo e, já na fase de testes, mostrou uma excelente adaptação à Kalex do time de Aki Ajo. O jovem espanhol certamente será o foco dos holofotes em 2022.

Pedro Acosta chega chamando a atenção da concorrência a Moto2 (Foto: Divulgação/MotoGP)

Pedro, contudo, não é o único estreante na categoria. Gabriel Rodrigo, Romano Fenati, Filip Salac, Niccolò Antonelli e Jeremy Alcoba também chegam, assim como a Yamaha. A montadora de Iwata não terá uma moto própria na Moto2 ― que corre com motores padronizados Triumph de 765cc ―, mas se aliou à VR46 para formar um time do programa de formação Master Camp para tentar produzir talentos.

A chegada de Sean Dylan Kelly, campeão de SuperSport no MotoAmerica, o campeonato dos Estados Unidos, também é novidade. O piloto de 19 anos é mais uma investida na busca por um novo talento das terras de Joe Biden.

Moto3: do brasileiro Diego Moreira à campeã Ana Carrasco

A classe menor é a que vai atrair os olhares brasileiros em 2022. Depois de uma longa estiagem ― desde a passagem de Eric Granado pela categoria, em 2014 ―, o Brasil voltará a ter um representante na classe de entrada do Mundial de Motovelocidade. O paulista Diogo Moreira vai ‘vestir a camisa #10’ para defender a equipe MT a bordo de uma moto da KTM.

Com passagens pela Red Bull Rookies Cup e pelo Mundial Júnior de Moto3, Diogo, que foi descoberto por Alex Barros no motocross, é a nova pérola do motociclismo brasileiro e chega ao campeonato com uma formação bastante sólida.

Diogo Moreira vai debutar na classe menor em 2022 (Foto: Divulgação/MotoGP)

Em termos mais globais, Ana Carrasco promete roubar a cena. Primeira ― e ainda única ― mulher campeã de um campeonato solo da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), a vencedora da temporada 2018 do Mundial de Supersport 300 foi uma adição de última hora ao grid, mas vai defender a BOÉ no retorno à categoria, onde a piloto esteve pela última vez em 2015.

Protagonismo, contudo, é o que se espera de Dennis Foggia. O piloto da Leopard desafiou fortemente Acosta pela título na reta final do campeonato passado e parte para 2022 com a expectativa de conquistar aquilo que não conseguiu no ano anterior.

A classe menor terá, ainda, a chegada de nomes como Daniel Holgado, campeão do Mundial Júnior de Moto3 em 2021, e Mario Aji, que promete trazer junto a paixão dos indonésios pelo esporte.

O grid da Moto3 terá, também, a chegada da CFMoto, uma construtora chinesa que vai se juntar a KTM, Honda, GasGas e Husqvarna. Em termos de equipes, além da MT, outras duas estruturas também se juntam ao grid, a Visiontrack, do ex-piloto Michael Laverty, e a MTA.

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