Oliveira domina e vence ensopado GP da Indonésia. Quartararo cresce no fim e é 2º
Depois do caos, a MotoGP entregou um emocionante e molhado GP da Indonésia. Melhor para Miguel Oliveira, que assumiu a liderança e sumiu na frente dos rivais para vencer. Fabio Quartararo e Johann Zarco fecharam o pódio
O GP da Indonésia teve todos os ingredientes para o caos e uma corrida histórica. Na estreia da pista de Mandalika, após um temporal, Miguel Oliveira fez grande largada, assumiu a liderança e caminhou com tranquilidade para vencer, segurando Fabio Quartararo nas voltas finais.
A corrida começou uma hora atrasada depois de uma forte chuva atingir o circuito na ilha de Lombok. E a água atrapalhou Quartararo no começo, jogando o pole-position para o quinto lugar, mas uma boa reação o colocou de novo na disputa e o piloto da Yamaha fechou em segundo. Johann Zarco completou o pódio na terceira posição.
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Jack Miller foi o quarto colocado, seguido pela dupla da Suzuki, com Álex Rins e Joan Mir, respectivamente. Franco Morbidelli, Brad Binder, Aleix Espargaró e o novato Darryn Binder fecharam o top-10.
Marc Márquez não disputou a corrida em Mandalika. Depois de uma forte queda no warm-up, o piloto da Honda foi levado ao hospital, onde foi constatada uma concussão. Os médicos, então, barraram a participação do espanhol na disputa.
A MotoGP volta a acelerar no dia 3 de abril, para o GP da Argentina, no circuito de Termas de Río Hondo. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da terceira etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.
Saiba como foi o GP da Indonésia de MotoGP:
A primeira visita da MotoGP à Indonésia após uma ausência de 25 anos começou tumultuada. Além da ausência de Marc Márquez por causa de uma concussão sofrida em um forte acidente no warm-up desta manhã e da redução da distância para 20 voltas, a chuva provocou atrasos no procedimento em Mandalika.
Inicialmente, a direção de prova estava preocupada com o forte calor e também com relatos dos pilotos das classes menores de que pedaços do asfalto estavam se soltando, assim como aconteceu na pré-temporada. Após o fim da prova da Moto2, porém, a chuva passou a ser também um motivo de preocupação.
Dez minutos antes do horário originalmente previsto para a largada, os termômetros mediam 25°C, com 30°C no asfalto. A velocidade do vento era de 18 km/h.
No período de uma hora em que os procedimentos foram adiados, muita coisa aconteceu: um raio caiu na pista e uma banda marcial tocou o hino, mas o mais memorável mesmo foi a presença de uma Pawang, uma xamã da região que lida com mágica envolvendo clima, animais selvagens e espíritos. Enquanto a manipuladora de chuva tentava afastar o temporal, até Fabio Quartararo se arriscou nos boxes, tentando imitá-la.
Quando a chuva parou e veio o anúncio de que o pit-lane, enfim, seria aberto, os fiscais empunharam rodos e foram para a pista para tentar melhorar as condições para a prova. A MotoGP usou o procedimento rápido de formação de grid e, sob o olhar de Joko Widodo, presidente da Indonésia, partiu para a volta de aquecimento, com todos os pilotos calçando um par de pneus de chuva médios.
Na largada, o público de 62.923 pessoas viu Quartararo sustentar a liderança, com Miguel Oliveira rapidamente pulando para a segunda colocação, diante de Miller, Rins, Zarco e Jorge Martín, que empinou bastante na saída.
Ainda na primeira volta, Oliveira tomou a liderança de Quartararo, com Miller também passando o francês da Yamaha para ocupar a segunda colocação. Rins subiu para quarto, diante de Morbidelli.
Sem muita demora, Miller atacou o português da KTM por dentro na curva 10 e passou. Mais atrás, Mir tomou o sexto posto de Morbidelli. As condições eram muito traiçoeiras, já que tinha bastante água acumulada na pista. Além disso, os relatos do paddock eram de que a chuva tinha voltado em Mandalika.
Na abertura da terceira volta, Quartararo foi cuidadoso para não tocar a zebra e acabou engolido por Rins e Zarco na reta de Mandalika, caindo para quinto, diante de Rins e Morbidelli. Mais atrás, Martín pisou na linha branca na curva 17 e levou um enorme chacoalhão, mas conseguiu evitar a queda para seguir em oitavo.
Pouco depois, Oliveira aproveitou para recuperar a ponta, usando a freada da curva 12. Com um ritmo mais forte, o piloto da KTM abriu vantagem logo de cara, se afastando mais de 1s do australiano.
Quem também levou um susto daqueles foi Bagnaia, que conseguiu salvar a queda, mas escapou da pista e despencou para a 12ª colocação.
No sétimo giro, a participação de Martín chegou ao fim, já que o espanhol escorregou em uma poça na freada da curva 1 e não teve como salvar o tombo. Sem o piloto da Pramac, Luca Marini foi promovido ao oitavo lugar, diante de Brad Binder e Pol Espargaró, que também levou um belo susto ao pisar na zebra na curva 17.
Com 11 voltas para o fim da corrida, foi Andrea Dovizioso quem se despediu. O veterano teve de abandonar por causa de um problema técnico cm a Yamaha da RNF. Na metade da disputa, Zarco conseguiu tomar a terceira colocação de Rins na curva 12, que ficou para se defender de Quartararo, que vinha se aproximando aos poucos. O campeão vigente não tardou em chegar e tampouco teve muita dificuldade me passar, mas tinha uma distância considerável em relação a Johann.
O francês, aliás, estava ocupado pressionando Miller pela segunda colocação. Na primeira tentativa, o titular da Ducati sustentou a posição. Com cinco voltas para o fim, foi o #5 quem não foi bem na defesa e caiu para quarto, após ser superado por Quartararo.
Fabio continuou embalado e, pouco mais adiante, tomou a segunda colocação de Miller, já 4s5 atrás de Oliveira. Mais atrás, Darryn Binder vinha escalando. Depois de se livrar do irmão Brad, foi Luca Marini quem ficou pelo caminho para o sul-africano assumir o oitavo posto.
Com um ritmo bastante forte, 1s mais rápido, Quartararo começou até mesmo a cortar a vantagem de Miguel, que caiu para 3s079 com três voltas para o fim. Atrás dele, Zarco e Miller seguiam se engalfinhando pela terceira colocação, mas era o francês quem levava a melhor provisoriamente.
O piloto da KTM, porém, tinha algo na manga e conseguiu responder para impedir que a diferença caísse tanto. Os dois entraram na última volta separados por 2s881, e Fabio até conseguiu se aproximar um pouco mais, mas não o bastante para tomar a vitória de Oliveira.
ANÁLISE
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MotoGP 2022, GP da Indonésia, Mandalika, Corrida:
1 | M OLIVEIRA | KTM | 33:27.223 | 20 voltas |
2 | F QUARTARARO | Yamaha | +2.205 | |
3 | J ZARCO | Pramac Ducati | +3.158 | |
4 | J MILLER | Ducati | +5.663 | |
5 | Á RINS | Suzuki | +7.044 | |
6 | J MIR | Suzuki | +7.832 | |
7 | F MORBIDELLI | Yamaha | +21.115 | |
8 | B BINDER | KTM | +32.413 | |
9 | A ESPARGARÓ | Aprilia | +32.586 | |
10 | D BINDER | RNF Yamaha | +32.901 | |
11 | E BASTIANINI | Gresini Ducati | +33.116 | |
12 | P ESPARGARÓ | Honda | +33.599 | |
13 | A MÁRQUEZ | LCR Honda | +33.735 | |
14 | L MARINI | VR46 Ducati | +34.991 | |
15 | F BAGNAIA | Ducati | +35.763 | |
16 | M VIÑALES | Aprilia | +37.397 | |
17 | R FERNÁNDEZ | Tech3 KTM | +41.975 | |
18 | F DI GIANNANTONIO | Gresini Ducati | +47.915 | |
19 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +49.471 | |
20 | M BEZZECCHI | VR46 Ducati | +49.473 | |
21 | R GARDNER | Tech3 KTM | +55.964 | |
22 | J MARTÍN | Pramac Ducati | Abandonou | |
23 | A DOVIZIOSO | RNF Yamaha | Abandonou | |
24 | M MÁRQUEZ | Honda | Não largou |